Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
31
Jan 09
publicado por José Carlos Pereira, às 09:00link do post | comentar

Há duas situações na ocupação do espaço público na cidade de Marco de Canaveses que me incomodam há muito tempo. Sempre que entro na cidade pela ponte sobre o rio Tâmega e me deparo com aquela floresta de out-doors, desde a saída da ponte até à curva ao fundo da Avenida dos Bombeiros Voluntários, tenho de lamentar a poluição visual e a degradação do equilíbrio paisagístico de toda a envolvente fluvial. Fico sempre a pensar no que dirão os turistas que nos visitam ou que passam por ali em direcção a outras paragens. Muito próximo do bonito parque fluvial do Tâmega, consegue-se estragar esse impacto positivo com um desordenamento total do espaço público. O que é mais intrigante é que também há entidades públicas a contribuir para isso. E, como se não bastasse, temo que nem todos os out-doors estejam licenciados e a pagar as taxas devidas.

O segundo caso é o estacionamento indevido na Av. Avelino Ferreira Torres (hoops, que custou a sair o nome desta avenida…). Já vem de há muito o hábito de estacionar junto ao separador central, em ambos os sentidos da via. A postura de trânsito impede-o, mas as autoridades, GNR e Polícia Municipal, fazem vista grossa, certamente por recomendação de alguém. Aquilo que pode parecer uma facilidade para os comerciantes, resulta absolutamente ao contrário. O desordenamento do trânsito e do estacionamento acaba por incomodar as pessoas, que preferem sitos mais desafogados. Como há estacionamento disponível não muito longe dali, confesso que não entendo a passividade das autoridades policiais e da Câmara Municipal.


Quando puder, dê uma vista de olhos pelo suposto Parque da Cidade. Uma vergonha. Eu, que tenho filhos que gostam de diversos desportos que aí , durante bastante tempo, praticaram (patins em linha, skate, escalada)inclusive trazendo amigos de outras cidades e que elogiavam o espaço, vi durante estes últimos tempos, a degradação total instalar-se.
Hoje procuro que os meus filhos nem ponham lá os pés, há lixo, os equipamentos estão degradados e a sua utilização tornou-se um risco, os toxicodependentes largam lá as seringas e outro utensilios.
Constou-me que haveria problemas com a propriedade dos terrenos mas não me parece que este argumento justifique o abandono de equipamentos já existentes e de todo um investimento já realizado.
Os jovens marcoenses não têm, neste momento, nenhum espaço onde possam andar de bicicleta, de skate ou simplesmente passearem ao ar livre.
Maria Helena Alves a 31 de Janeiro de 2009 às 10:26

Tem toda a razão no que diz. Aliás, já por diversas vezes esse assunto foi abordado na Assembleia Municipal. Embora compreenda que a Câmara não se pode substituir ao papel das forças da ordem, parece-me que a Câmara terá de fazer muito mais para salvaguardar a integridade daqule espaço público. Deve insistir permanentemente com a GNR local e com o comando territorial, deve forçar a Polícia Municipal a incluir a área nas suas rotinas e deve colocar lá os seus colaboradores para limpar regularmente os dejectos.

Boas noites,
Penso que este tema colocado por JCP, e posteriormente estendido ao “parque da cidade” pela Sra. Helena Alves, tem todo o interesse em ser debatido por qualquer cidadão do Marco de Canaveses. O espaço público do nosso concelho está, tal como a economia portuguesa, em crise.
Em relação aos temas aqui expostos até ao momento, os out-doors são uma praga em qualquer cidade, e o mais curioso é que, a sua função, nos dias de hoje, já não é conseguida. A quantidade deste tipo de estruturas publicitárias é tão elevada, que as pessoas já evitam um olhar sobre elas e sobre os seus fins publicitários. Já não funcionam, apenas “sujam” a paisagem.
No que diz respeito aos estacionamentos, caro JCP, o local que refere não é o único problemático. Como sabe existem dezenas de situações problemáticas no que diz respeito aos estacionamentos no nosso concelho. Aliás, este é sem dúvida um dos principais problemas do Marco de Canaveses. Cada vez mais confusa, cada vez menos apetecível, a cidade do Marco está a tornar-se num centro “motorizado”. Atribuo a culpa desta situação, não só às autoridades policiais (como refere), mas a todos os que permitiram tal desordenamento da cidade. Quando se pensa em construir qualquer tipo de equipamento é preciso pensar em todos os problemas que estes possam criar. No Marco não se pensou nisso na última década, agora (e cada vez mais), vamos pagar a conta, e onde se inclui a factura da FEUP pelo plano de circulação para a nossa cidade.
Por último, os problemas do “parque da cidade” referidos pela Sra. Helena Alves são só alguns dos que fazem esse dito “parque da cidade” (se é que lhe podem chamar isso). Mas para não me alongar mais no texto, e até porque é um tema com muitos aspectos a ter em conta, fica para uma próxima.

Cumprimentos
Nelson Soares a 31 de Janeiro de 2009 às 20:31

Caro Nélson, o teu contributo é sempre bem-vindo, sobretudo porque sei que esta é uma área do teu interesse académico. Só acrescento que os problemas de circulação no Marco têm bastante mais que uma década.
Pagámos o preço de termos tido um presidente da Câmara que se julgava entendido nestas matérias. Recordam-se da lagartixa na Praça do Movimento das Forças Armadas, em frente ao Café Central? E da "rotundinha" improvisada junto ao shopping Praça da Cidade? São apenas alguns exemplos.

pesquisar neste blog
 
blogs SAPO