Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
18
Mai 10
publicado por José Carlos Pereira, às 00:15link do post | comentar

A forma como decorreu o antes e o depois do processo eleitoral no PS/Marco deixava antever que não seria fácil alcançar a unidade entre as “duas metades” do partido. E como aqui escrevi, cabe naturalmente à metade que ganhou criar condições para acolher o contributo daqueles que perderam. É essa a magnanimidade que se exige aos vencedores. Mas mais do que parecer magnânimo é preciso sê-lo.

Pois bem, os últimos sinais não têm sido muito encorajadores e a própria forma como foi organizada a tomada de posse dos eleitos, no passado sábado, serviu para agravar as feridas abertas no período eleitoral. Segundo nos foi transmitido, Artur Melo preparava-se para privilegiar os eleitos pela sua lista, olvidando nomeadamente que Rolando Pimenta, em virtude da aplicação do método de Hondt, foi de facto o segundo eleito para a Comissão Política Concelhia.

Espera-se agora para ver se, num partido dividido ao meio, Artur Melo terá a humildade suficiente para convidar alguns dos eleitos pela lista derrotada para o novo Secretariado concelhio. Esse sim, seria um passo que responsabilizava a metade derrotada e criava condições para a tão reclamada unidade interna.


Parece que os privilegiou mesmo (e, correspectivamente, desprezou os adversários), nos termos consignados na acta da tomada de posse.

Parece, pois, que Artur Melo é, ou está a transformar-se num, pequeno déspota!

AFT não faria muito pior...

Cumprimentos do,
Adão de Oliveira
Anónimo a 18 de Maio de 2010 às 00:57

Percebo o incómodo, mas não estará o leitor a exagerar na adjectivação?

Não, Zé Carlos. Lembremo-nos que não é a primeira rábula protagonizada pelo AM (no dia das eleições para a concelhia houve outra do mesmo estilo despótico).

A menos que estejas a referir-te estritamente à comparação com AFT, mas acho, ainda assim, que as atitudes de AM têm vindo a revelar-se manifestamente pouco democráticas.

Adão de Oliveira
Anónimo a 19 de Maio de 2010 às 00:14

De facto, tivemos, na tomada de posse da CPC do PS Marco, perante dirigentes distritais e nacionais, mais uma exibição pública da falta de entendimento do que é a Democracia interna e o assumir de atitudes que contradizem o discurso da "união" em torno de algo, que afinal não são princípios, mas uma pessoa, Artur Melo.
A história, que no post refere, é caricata : na acta da tomada de posse, os eleitos estão, ainda por listas, ou seja, primeiro todos os da Lista A, depois todos o da Lista B; ou seja, a acta que consagra a constituição da CPC não evidenciava a ordem de eleição, consagrada pelo método de Hondt.
Os protestos dos eleito na então Lista B, foram, paradoxalmente, aproveitados por Artur Melo, uma vez mais, manifestando evidente desconforto e o "tique autoritário" que o impediu de ter a clarividência de fazer algo simples (ir ao computador mais próximo e imprimir uma nova acta), para, numa intervenção de abertura, sem direito a réplica, criticar quem protestou, acusando-os de dividir o Partido, de dar má imagem perante os dirigentes presentes, enfim dizendo que as "listas" tinham acabado e agora o que havia era a CPC . Contradição : então, porque é que a Acta de Posse ainda reflectia a realidade de 2 listas (primeiro os da A, depois os da B).
Mas se fosse só isso...
Para a tomada de posse da CPC , não foi feito um convite generalizado aos militantes, como, aliás, é comum, ao que ouvimos de militantes de referência, de outros Concelhos, ali presentes : havia uma presença massiva da "entourage" de Artur Melo e dos seus apoiantes e nem sequer os membros não eleitos da Lista B foram convidados, por quem de direito : o Secretariado cessante ou o Presidente da CPC . Aliás, os que lá estavam foram por aviso, sobre a hora, feito por nós, os eleitos da então lista B; aliás, eu fui convocado, por escrito, para tomar posse, no sábado, em carta que recebi, via CTT, na 4ª feira !!!.
Depois, houve um exercício, uma vez mais, da visão pouco democrática que o Presidente eleito da CPC tem da vida interna do PS.
No seu discurso, disse, e bem, que o Presidente da CPC é (cito) "um orgão do Partido" . É verdade. Mas não refriu que as únicas competências estatutários desse "orgão" são, de acordo com os Estatutos do PS, as que cito :
"Artigo 43º
(Do Presidente da Concelhia)

Ao Presidente da Concelhia compete coordenar a actividade da CPC e do Secretariado da Concelhia, convocar as
respectivas reuniões e assegurar a articulação adequada com os secretariados das Secções de Residência que existam na
área do concelho."
Logo, estamos longe da legitimação do poder pessoal e individual, do "peronismo" ou "chavismo" de quem, ainda sem reunir a CPC , já anunciava medidas, com uma data marcada, do Vereador e CPC a uma freguesia. Então a CPC e o futuro Secretariado servem para quê ? Para dizer "Amén", 3 vezes por ano ? Estamos, sobretudo, estatutáriamente, longe da legitimação da deriva autoritária e deseducada de quem se dá mal com a crítica, encarando-a como uma ofensa pessoal.
Sem vontade pessoal ou, sequer, aptidão institucional para exercer uma Democracia interna (o processo eleitoral e a tomada de posse são, disso, exemplo), tornar-se-á difícil (a não ser que se queira ser desrespeitado em todas as reuniões, pela sua arrogância e da sua "entourage"), trabalhar com este Presidente da CPC .
Pessoalmente, só tomei posse, perante o "carnaval" instalado, no acto, por respeito aos militantes que me elegeram e à declaração de princípios do PS, onde me revejo.
Por respeito aos mesmos, exercerei o mandato, dando contributos, como venho referindo, mesmo se para irem "para o cesto dos papéis".
Resta a Artur Melo provar que eu não tenho razão, mormente tendo a coragem de propôr um Secretariado com composição proporcional á dos resultados eleitorais.
Fico a aguardar, pois as "unidades internas" tipo "paz dos cemitérios" não cabem num partido democrático.
Abel Maria Simões Ribeiro a 18 de Maio de 2010 às 12:05

O seu relato corresponde, em termos gerais, ao que me tinha sido transmitido por outro dos presentes. Convenhamos que não é animador...

Em todas as histórias existem três versões.
Pelo que posso ler, aqui só está retratada uma delas, que a bem da verdade não serve para apelar a unidade do partido, muito pelo contrario.
Espero ver esta energia e espírito ao serviço do partido e não ao serviço apenas de uma facção.

Daniel Aguiar a 18 de Maio de 2010 às 23:45

Amigo (Camarada) Daniel;

Se tem dúvidas quanto a versões dos factos, não confie em ninguém! Consulte a Acta e constatará que os eleitos pela lista B surgem "alinhadinhos" a partir do 11º empossado!Negar as evidências é sempre um método de lançar a dúvida sobre a honestidade intelectual daqueles que lutam pela Democracia Interna um partido que pode (e deve) ser alternativa no Marco de Canaveses.

Dulce Ramos
Anónimo a 20 de Maio de 2010 às 09:06

Cara Amiga e Camarada Dulce

Talvez por ser engenheiro, apenas me consigo focar um aspectos concretos e objectivos.
Consegue explicar-me qual é a diferença concreta e objectiva de um eleito para a CPC tomar posse por ordem alfabética, pela ordem de eleição segundo o método d'Honte ou pela ordem da lista apresentada a votação?
Trabalhará esse eleito, em prol do PSMarco, mais ou menos dependendo da ordem pela qual toma posse?
De que forma este tipo de querelas servem para melhorar o PSMarco? E o combate contra os nossos adversários? E o Marco de Canaveses em si?

Uma vez mais reafirmo, usem essa energia e espírito critico em prol do PSMarco apresentando propostas, ajudando a melhorar as que outros apresentarem, a participarem nas iniciativas que o partido organizar..... enfim.... a criar uma onda socialista que varra para fora do Marco quem cá está para beneficio próprio e não a procura do bem comum.
Daniel Aguiar a 20 de Maio de 2010 às 21:46

Amigo Daniel:

De facto é lamentável que estejamos a comentar a falta de democracia interna no PS/Marco.
Lamentável mas prioritário, para que situações como as ocorridas recentemente sejam defenitivamente erradicadas de um partido que a nível nacional é exemplar quanto à democracia interna.
Como por formação académica gosta apenas de se focar em aspectos concretos e objectivos, obriga-me a enumerar alguns factos desta natureza e que nenhuma DEMOCRÁTA (sim falo no feminino) poderá calar:
- É ou não verdade que A.M. só convidou parte dos militantes?
- É ou não verdade que A.M. não respeitou o método de Hondt na tomada de posse dos elementos da CPC?
- É ou não verdade que A.M. designou para a mesa eleitoral apenas elementos da sua lista, não aceitando que a representante da Lista B (sim, também uma mulher) devidamente credenciada para o efeito, fizesse parte da mesa eleitoral?
- É ou não verdade que a lista B não teve acesso aos cadernos eleitorais, nem antes nem após a votação?
- É ou não verdade que votaram militantes em condições mais que duvidosas através de apresentação de listagem paralela apresentada pelo presidente da CPC?
Se é efectivamente socialista terá de ser democrata e certamente não estará de acordo com os processos atrás referidos.
Quanto às interrogações que coloca, certamente encontrará, com o tempo e a aprendizagem democrática, respostas para as mesmas.
Relativamente às sugestões apresentadas no último parágrafo, estou plenamente de acordo, porque sempre agi dessa forma, porém, não me peça para pactuar com situações pré-democráticas, nem para "varrer" do Marco de Canaveses quem quer que seja, porque ao contrário do que alguns apregoam, "Marcoenses somos todos Nós" os que aqui vivemos e/ou nascemos. E lember-se que não há socialismo sem democracia e esta tem de começar dentro dos partidos para existir transparência e acabarmos de uma vez por todas com oportunismos e mediocridade.

Dulce Ramos
Dulce Ramos a 26 de Maio de 2010 às 20:23

Cara Dulce, ponto a ponto:

A.M. convidou todos os militantes, através da divulgação pública do evento.
Em lado nenhum diz que se tem que seguir o método de Hondt na tomada de posse. Se estiver escrito em algum lado mostre. O número dois da CPC não é o seu marido.
A representante da lista B esteve na mesa de voto.
A lista B não pediu os cadernos eleitorais.
Duvidoso foi o militante que votou sem identificação nenhuma, por exigência do seu marido que ficou tão nervoso que até queria bater em alguém.
Parem de mentir por favor.
Daniel a 29 de Maio de 2010 às 16:55

É lamentável que alguma pessoas se façam passar por outras para alimentarem conversas de surdos.
O (a) canalha que se fez passar por mim ao responder a este poste deveria ter vergonha na cara, pois não é digno do ar que respira.
Quem me conhece sabe perfeitamente que tal comentário não poderia ser da minha autoria, primeiro porque não é esta a minha forma de estar na vida e em segundo não estive presente no acto eleitoral, logo, mesmo que tivesse sido verdade não o teria presenciado e não é meu costume falar de cor.

Cara Dulce, terei todo o gosto em continuar a debater este e outros temas consigo, pois já vi que é uma pessoa, tal como eu, de ideais, mas não o voltarei a fazer nesta plataforma, pois não quero que se voltem a registar intromissões como esta.

Atentamente

Daniel Aguiar
Daniel Aguiar a 8 de Junho de 2010 às 23:20

Recordo, para memória futura, agora que no blog oficioso da "entourage" de Artur Melo se reagiu a este post e seus comentários, o teor do Artigo 43ª dos Estatutos do PS :

"Artigo 43º
(Do Presidente da Concelhia)
Ao Presidente da Concelhia compete coordenar a actividade da CPC e do Secretariado da Concelhia, convocar as
respectivas reuniões e assegurar a articulação adequada com os secretariados das Secções de Residência que existam na
área do concelho. "

Logo, está erradicado, por natureza estatutária, qualquer projecto de poder pessoal ou de presidencialismo, configurado em posições que se tomam sem ouvir os órgãos eleitos (e na tomada de posse houve algumas...).
Insistir, em nome da "unidade interna", feita em torno de afirmações como as referidas no blog "oficioso", em ignorar que se teve uma vitória por 3 votos (isto sem invocar as dúvidas, já reportadas a quem de direito , sobre o processo), em "incinerar", ignorar ou não considerar a proporcionalidade LEGÍTIMA saída das urnas, logo, a não acolher sugestões ou propostas porque não são da "entourage" do Presidente (atenção, só da CPC e não do PS Marco, como já assinou), não deixa muita esperança num PS que possa ser alternativa ao PSD; por culpa de quem teve uma "expressiva maioria" de 3 votos.
O Marco e o PS mereciam muito mais e melhor.
Era interessante que se entendese que quem, internamente, se opõem á filosofia e prática de Artur Melo, não se move, como repetidamente é dito e escrito, por embuçados que se acoitam como "anónimos" , "miguéis" e quejandos (a falta de coragem tem disto e tem um adjectivo, que não uso), por interesses pessoais ou profissionais.
Eu, pessoalmente, só perdi por me posicionar desta forma. Talvez, no meu blog pessoal, um destes dias, escreva sobre o preço pessoal disso.
O que me move e sei que move os elementos da CPC eleitos, que não integram o projecto de poder pessoal do Presidente da CPC , é o entendimento que o PS deve, antes de mais, marcar a agenda política e a da sociedade civil e POR CAUSA DISSO, ganhar eleições.
Mas, para tal, seria necessário que se participasse na vida local.
Por exemplo, espero, para ver, quantos elementos dessa "entourage" estarão, hoje, na Conferência sobre o Centenário da República, ás 21h, na Câmara.
É que sem ter genuíno interesse pela vida local, frequentar locais públicos, andar a pé nas ruas, ouvir as pessoas, mesmo nas conversas que nos limitamos a testemunhar, mas no seu quotidiano e não no formalismo "doutoral", mostrar interesse pelas iniciativas, mesmo se da Câmara, que acontecem, fica-se longe da realidade e não se ganha eleições...
Daí eu continuar a falar, até prova em contrário, de um "sindicato de voto" e não de um esforço para, afirmando os princípios de esquerda do PS, ganhar eleições....
Abel Maria Simões Ribeiro a 19 de Maio de 2010 às 11:37

Não creio que Artur Melo pretenda a unidade no PS Marco. O que ele pretende é institucionalizar a "Paz dos Cemitérios", silenciando todos os socialistas marcoenses que não o apoiaram.
Senão vejamos:
Porque motivo, para a tomada de posse da CPC, apenas convidou elementos por ele considerados afectos à sua pessoa, ostracizando a maioria dos militantes do partido? No PS Marco existirá uma "nomenclatura"?
Aqueles que não estiveram agora com Artur Melo (mas que estiveram com ele na Campanha Autarquica) serão militantes de segunda?
Afinal quem divide o PS Marco?
Não basta querer parecer democrata, em primeiro lugar é imperioso sê-lo...

Cristina da Silva
Anónimo a 21 de Maio de 2010 às 19:31

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