Na passada semana, em reunião da Comissão Municipal da reorganização administrativa, o Presidente da Assembleia Municipal apresentou uma proposta de reorganização administrativa que se traduzia numa diminuição das actuais 31 para 19 freguesias.
A proposta de António Coutinho que foi apresentada como um documento base que serviria como ponto de partida para uma discussão alargada, assentava num critério objectivo que era a agregação das freguesias com menos de 1000 habitantes.
Assim, da proposta de António Coutinho resultava que das actuais 31 freguesias, Alpendurada, Banho e Carvalhosa, Constance, Favões, Penha Longa, Soalhães, Sobre-Tâmega, Tabuado e Vila Boa do Bispo mantinham-se como estão actualmente, sendo que as restantes seriam agregadas. Coutinho propunha que o Torrão e Várzea do Douro formassem uma nova freguesia, tal como Ariz e Magrelos, Sande e S Lourenço do Douro, Avessadas e Rosem, Freixo e Manhuncelos, Fornos, Tuías, Rio de Galinhas e S Nicolau, Santo Isidoro e Toutosa, Folhada e Várzea de Ovelha, Maureles e Vila Boa de Quires, bem como Paços de Gaiolo e Paredes de Viadores.
António Coutinho terá ainda ressalvado que determinadas situações como Ramalhais, parte da freguesia do Freixo poderiam integrar a freguesia da cidade.
O documento apresentado tal como o autor referiu não é um documento fechado, estando aberto à discussão de todos, pelo que os contributos de todos serão considerados desde que minimamente coerentes.
Não entrando para já na discussão do mapa, cabe referir, aliás está gravado, que numa das primeiras da referida comissão foi decidido que os líderes dos partidos representados no concelho (PSD, CDS, PS e PCP) se deveriam encontrar e trabalhar em conjunto no sentido de apresentar uma proposta de trabalho que poderia ser “acertada” posteriormente. Tanto quanto sei quer o CDS quer o PCP demarcaram-se desde logo desta reforma, ficando PSD e PS dispostos a trabalhar para apresentar uma base de trabalho.
Lamentavelmente, e contrariando o que terá transparecido na última reunião da comissão da reorganização administrativa – que os partidos não teriam que fazer nada, os partidos nada fizeram. Não podem agora os líderes do PSD e do PS Marco (Rui Cunha, Artur Melo e Agostinho Pinto) dizer que não lhes foi endossada essa responsabilidade de trabalhar conjuntamente num mapa, ou então fazer de conta que nada sabem, pois estão a faltar à verdade. Entre este silêncio conveniente ou a imediata demarcação da discussão do CDS e do PCP, “venha o diabo e escolha”. E depois ainda se admiram do descrédito nos partidos no Marco e no País.
A proposta de António Coutinho terá seguramente defeitos, mas tem pelo menos, uma virtude, a de servir como base de trabalho (em que outros assumiram trabalhar e não só não o fizeram como não explicaram porquê que não o fizeram) e, que na minha perspectiva, se traduzirá se toda esta reforma vingar num reforço do estatuto político e partidário de António Coutinho, que tantas vezes foge ao protótipo do político que tolhido pelos votos prefere a inércia ao avanço. Neste assunto, como noutros, Coutinho preferiu avançar do que ficar à espera de ver o que faria o adversário político
Aberta que está a discussão espera-se o contributo de todos os intervenientes políticos e cidadãos para a elaboração de uma mapa que surja como o mais consensual possível, e digo eu, possa ser posto à ratificação de todos os marcoenses, se bem que dada a proximidade das eleições autárquicas me leve a pensar que esta reforma só avançará após Outubro do próximo ano