Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Set 12
publicado por João Monteiro Lima, às 17:45link do post | comentar

Na passada semana, em reunião da Comissão Municipal da reorganização administrativa, o Presidente da Assembleia Municipal apresentou uma proposta de reorganização administrativa que se traduzia numa diminuição das actuais 31 para 19 freguesias.

A proposta de António Coutinho que foi apresentada como um documento base que serviria como ponto de partida para uma discussão alargada, assentava num critério objectivo que era a agregação das freguesias com menos de 1000 habitantes.

Assim, da proposta de António Coutinho resultava que das actuais 31 freguesias, Alpendurada, Banho e Carvalhosa, Constance, Favões, Penha Longa, Soalhães, Sobre-Tâmega, Tabuado e Vila Boa do Bispo mantinham-se como estão actualmente, sendo que as restantes seriam agregadas. Coutinho propunha que o Torrão e Várzea do Douro formassem uma nova freguesia, tal como Ariz e Magrelos, Sande e S Lourenço do Douro, Avessadas e Rosem, Freixo e Manhuncelos, Fornos, Tuías, Rio de Galinhas e S Nicolau, Santo Isidoro e Toutosa, Folhada e Várzea de Ovelha, Maureles e Vila Boa de Quires, bem como Paços de Gaiolo e Paredes de Viadores.

António Coutinho terá ainda ressalvado que determinadas situações como Ramalhais, parte da freguesia do Freixo poderiam integrar a freguesia da cidade.

O documento apresentado tal como o autor referiu não é um documento fechado, estando aberto à discussão de todos, pelo que os contributos de todos serão considerados desde que minimamente coerentes.

Não entrando para já na discussão do mapa, cabe referir, aliás está gravado, que numa das primeiras da referida comissão foi decidido que os líderes dos partidos representados no concelho (PSD, CDS, PS e PCP) se deveriam encontrar e trabalhar em conjunto no sentido de apresentar uma proposta de trabalho que poderia ser “acertada” posteriormente. Tanto quanto sei quer o CDS quer o PCP demarcaram-se desde logo desta reforma, ficando PSD e PS dispostos a trabalhar para apresentar uma base de trabalho.

Lamentavelmente, e contrariando o que terá transparecido na última reunião da comissão da reorganização administrativa – que os partidos não teriam que fazer nada, os partidos nada fizeram. Não podem agora os líderes do PSD e do PS Marco (Rui Cunha, Artur Melo e Agostinho Pinto) dizer que não lhes foi endossada essa responsabilidade de trabalhar conjuntamente num mapa, ou então fazer de conta que nada sabem, pois estão a faltar à verdade. Entre este silêncio conveniente ou a imediata demarcação da discussão do CDS e do PCP, “venha o diabo e escolha”. E depois ainda se admiram do descrédito nos partidos no Marco e no País.

A proposta de António Coutinho terá seguramente defeitos, mas tem pelo menos, uma virtude, a de servir como base de trabalho (em que outros assumiram trabalhar e não só não o fizeram como não explicaram porquê que não o fizeram) e, que na minha perspectiva, se traduzirá se toda esta reforma vingar num reforço do estatuto político e partidário de António Coutinho, que tantas vezes foge ao protótipo do político que tolhido pelos votos prefere a inércia ao avanço. Neste assunto, como noutros, Coutinho preferiu avançar do que ficar à espera de ver o que faria o adversário político

Aberta que está a discussão espera-se o contributo de todos os intervenientes políticos e cidadãos para a elaboração de uma mapa que surja como o mais consensual possível, e digo eu, possa ser posto à ratificação de todos os marcoenses, se bem que dada a proximidade das eleições autárquicas me leve a pensar que esta reforma só avançará após Outubro do próximo ano


Caro João Monteiro Lima

O meu amigo deverá estar mal informado,pois António Coutinho não poderá eximir-se às suas responsabilidades na matéria.Não vou entrar na polémica se há mapa ou mapas,se os partidos que ficaram nesta "luta",o PS e o PSD geraram ou não este ou aquele mapa,se houve ou não algum consenso,se as partes estiveram em sintonia,etc.
Para o caso não será a ocasião para me debruçar sobre tal,dado que como o meu caro amigo sabe,faço parte dessa comissão municipal para a reorganização administrativa,mas duma coisa estou certo e devo dar conhecimento público.
A comissão municipal reuniu-se sempre que o seu presidente António Coutinho o entendeu ou achou pertinente.A última reunião efetuou-se a 17 de Setembro de 2012 depois dum interregno iniciado em fins de Janeiro de 2012.O prazo para que a AM faça a sua pronúncia termina a 15 de Outubro de 2012.
A quem pedir responsabilidades pelo interregno na discussão da reorganização administrativa?Ao PS com certeza que não.Sempre que convocados por António Coutinho,o presidente da comissão municipal,os elementos deste partido disseram "Presente".

Um abraço
João Valdoleiros
João Valdoleiros a 25 de Setembro de 2012 às 03:09

Comentário apagado.
Anónimo a 25 de Setembro de 2012 às 23:20

Caro Amigo João Valdoleiros
penso que António Coutinho estaria seguro do risco que corria com a apresentação do mapa, que entendo fica aquém do espectável.
Penso que é de todo o interesse saber se houve ou não entendimento (leia-se, mapa ou pelo menos esboço de mapa) entre PSD e PS, adquirido que é que tudo o que escrevi sobre o facto de ter sido "delegado" nos partidos a tentativa de alinhavar o trabalho, é verdade.
Tal como é importante saber se, no caso de ter havido entendimento entre os partidos ou os seus representantes (aqui partidos refiro-me apenas a PSD e PS dado que CDS e PCP se afastaram), tal entendimento foi dado a saber a quem lidera a comissão António Coutinho) e a ter sido dado conhecimento, saber o porquê deste não ter convocado de imediato a comissão independentemente de saber se concordava ou não com o tal eventual entendimento.
Sendo certo que não é espectável que da parte do PSD venham a transparecer novos desentendimentos para o exterior, entendo que o PS deve sem tibiezas dar a saber aos marcoenses que trabalhou no sentido de criar um mapa mais consensual.
Obviamente, meu Amigo, que a responsabilidade pela falta de reuniões da comissão não é do PS, mas de quem a convoca, mas é responsabilidade do PS (enquanto partido que se dispôs a trabalhar para uma solução) por um lado, denunciar essa situação (como o fez agora Agostinho Sousa Pinto no comunicado) e por outro lado, sem medo nem tacticismo, dizer aos marcoenses qual a solução que têm para a reorganização administrativa do Marco.
Lamentavelmente, vê-nos que do lado da maioria (excluindo este mapa de António Coutinho) ninguém arrisca dizer de facto o quer, pois as eleições estão à porta e o medo de perder as freguesias é muito.
Há pois que marcar a diferença também na forma como se está na política, pois entendo que o deveria imperar seria o interesse do Marco e dos marcoenses e não interesses dos partidos

Este post está assinado António Coutinho? Não sabia que os senhores do Marco mandavam até no dr. João...
Quim da Loja a 25 de Setembro de 2012 às 12:19

este comentario foi publicado e registado, apenas para referir que os tais donos do Marco mandaram em muita coisa e em muita gente, seguramente não é em mim.
Mas seria interessante que o autor deste comentário, primeiro assinasse o seu nome (até porque "Quins" e "Lojas" há muitas) e depois sem medo dissesse quem são os tais donos do Marco. Mas todos, não só os que alude, mas os do passado.

Caro João Lima

Em complemento e para melhor esclarecimento de quem se interessa por este tema da Reorganização Administrativa do Município Marcoense,deixo a informação que António Coutinho em plena reunião da Comissão Municipal da reforma administrativa assumiu perante todos os presentes,de modo repetitivo,que este mapa com 19 freguesias nem seria o "seu".
Portanto toda e qualquer forma de especulação sobre o mapa apresentado só deverá interessar ao seu verdadeiro progenitor.
Termino com o pregão habitual nestes casos,"dão-se alvíssaras" a quem indicar o nome do progenitor.

Um abraço
João Valdoleiros
João Valdoleiros a 25 de Setembro de 2012 às 23:55

Caro João Monteiro Lima

Sem pretender entrar em polémica com o meu amigo quanto à análise,que consideraria elogiosa à decisão de António Coutinho ter avançado com uma proposta de mapa da reorganização administrativa do município,gostaria de lhe chamar a atenção para dois ou três angulos do problema em discussão - a reorganização administrativa.
Para além do critério utilizado,"eliminação" só de freguesias com menos de 1.000 habitantes e agregá-las a outras,ser um critério extremamente discutível,pois nem sequer respeita a sugestão dum número mínimo de 3.000 habitantes,como consta na própria Lei 22/2012,poderiamos questionar-nos porque António Coutinho com a responsabilidade de presidir à Comissão Municipal da Reorganização Administrativa deixou fluir o tempo - 6 meses e meio - sem ter tomado uma decisão que se lhe exigiria,a marcação duma reunião daquela comissão,se entretanto tivesse tido o entendimento que algo não corria bem.
Como não o fez,meu caro João Lima,a única e plausível interpretação é que no "reino" tudo corria às mil maravilhas.
Acresce que lhe devo recordar que em 30 de Maio de 2012 vê a luz do dia a Lei 22/2012 que vem burilar o Documento Verde.Ora esta lei,no meu entendimento,só pelo seu conteúdo e pela relevância das alterações,deveria ter merecido a todos os elementos da comissão municipal maior "aplicação" na procura de soluções a apresentar,mas,e aqui está o grande mas,com maior responsabilização do presidente da comissão,já que os dados (parâmetros) do problema se alteraram.
Deveria,no meu entendimento,ter então reunido a comissão para auscultar as possíveis alterações das sensiblidades dos elementos ainda constituitivos da comissão, no modo de apontar soluções adaptadas à nova lei - a 22/2012.
Não lhe parece caro amigo,que caberia ao presidente da comissão, António Coutinho ter optado por tal decisão?Ou terá sido a inércia que o afectou?
Creio que é conhecedor da repetida afirmação de António Coutinho de que o mapa por ele apresentado - 19 freguesias - não era o "seu mapa".Testemunhas de tal afirmação foram mais que muitas.
Se não era o que desejaria,porque o apresentou?Desde logo não terá merecido as suas palavras elogiosas.Mas deixemos à imaginação especulativa de todos os leitores as razões subjacentes à sua decisão.
Duma coisa estou certo.Manuel Moreira é adepto duma revisão minimalista - porquê,nem só ele saberá.
Um mapa com 19 freguesias, que poderá crescer para 21, 22 ou mesmo 23 freguesias - dada a circunstância da Lei 22/2012 permitir uma flexibilização de 20%, quando da pronúncia da Assembleia Municipal,se considerarmos a maioria do PSD na assembleia acabaremos por ter uma solução final dum novo mapa da reorganização administrativa tão minimalista quanto possível,que não seja ofensiva à cor político-partidária do poder vigente.
Depois e sejamos claros e transparentes,acaba com soluções destas por "perder" pouco terreno para os seus principais adversários políticos,sem,repito-o por "ofender" Relvas e quejandos.

Um abraço
João Valdoleiros
João Valdoleiros a 27 de Setembro de 2012 às 23:39

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