Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Jan 09
publicado por J.M. Coutinho Ribeiro, às 00:01link do post | comentar

Já corria a quadra natalícia e, a meio de uma discussão sobre política local, disse ao José Carlos Pereira: “Bem. Está na altura de fazermos o tal blogue”. E ele respondeu: “É. Parece que sim”.

Fomos colocando várias hipóteses em relação ao nome, e coincidimos neste; equacionámos a possibilidade de alargar o leque de colaboradores, mas decidimos começar só os dois e depois logo se vê; falámos sobre a política de comentários dos leitores e optámos pela moderação, para evitar o insulto fácil e anónimo em que alguns são mestres.

Fazer este blogue é uma forma de, à nossa maneira, continuarmos activos na intervenção cívica e política na nossa Terra. Nenhum de nós vive no Marco, mas ambos mantemos intactas as raízes. E o gosto pelo Marco. E o sentimento de que temos um dever para com a nossa Terra.

Depois de, em 2001, ter sido candidato à presidência da Câmara do Marco pelo PSD e de ter assegurado a vereação até 2004 – altura em que achei que estava na hora de bater em retirada, ao pressentir que iria ser mais uma vítima da máquina partidária e dos interesses económicos – tive intervenção política pontual e residual. O JCP, que tinha sido eleito como independente nas listas do PSD para a Assembleia Municipal – as coisas que a amizade faz… -, saiu na sequência da minha retirada. Nas eleições de 2005 – as coisas que a amizade faz… - , apoiei publicamente a sua candidatura como independente nas lista do PS à presidência da Assembleia Municipal e é, hoje, sem dúvida e sem surpresa – o melhor deputado municipal que o Marco tem.

Nenhum de nós tenciona voltar à política activa. Eu espero cumprir a intenção. Mas espero que JCP não a cumpra. Se é verdade – deixemos a falsa modéstia de lado – que o afastamento de qualquer um de nós é um desperdício, no caso de JCP o desperdício é maior, porque ele ainda é crente. Eu já não.

É claro que não é por acaso que começamos no primeiro dia deste ano em que há eleições autárquicas. Ambos sabemos – e os primeiros sinais já foram dados, com as trapalhadas na candidatura do PS – que o Marco vai ter uma campanha muito quente, apimentada pelo regresso de Avelino Ferreira Torres à luta local.

Na medida do possível, tentaremos monitorizar os acontecimentos. E comentá-los. Não teremos a pretensão de sermos objectivos ou neutros, mas tenho a certeza de que seremos sempre leais. Tentaremos descobrir novas ideias para o Marco e não deixaremos de as sugerir a quem queira aproveitá-las. E mesmo a quem não queira, porque temos essa liberdade.

Como depressa vão verificar, divergimos em muitas questões. Desde logo, no estilo: o JCP é mais institucional e contido; eu sou mais repentista e mais ácido. Mas não tememos deixar à vista as divergências, porque - apesar do vigor com que defendemos pontos de vista – discutimos com cortesia e com respeito pela opinião do outro. Esta forma de estar na vida cimentou uma amizade sem sobressaltos, que dura há mais de trinta anos, mesmo que, algumas vezes, em trincheiras políticas diferentes. Porque, mais importantes do que as divergências, são os princípios. E esses são comuns. Como, depressa, verificarão também.

 

(um bom 2009 para todos)


Todos somos precisos, Cristiano. Um abraço

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