Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Jun 09
publicado por José Carlos Pereira, às 08:45link do post | comentar

EDUCAÇÃO

 

A educação, componente fundamental da sociedade do conhecimento, é fundamental para vencer os novos desafios originados pela globalização e é indispensável ao desenvolvimento económico. Os graves problemas que o país atravessa não são alheios aos deficientes níveis de educação e formação dos nossos activos, pelo que urge ter políticas prioritárias para esta área.

A Câmara Municipal deve acompanhar muito de perto a vida e a gestão das escolas do concelho, procurando dar resposta aos seus projectos e às suas solicitações. É urgente avançar para a implementação dos equipamentos previstos na Carta Educativa aprovada no mandato em curso. Os valores de abandono precoce e de insucesso escolar registados em Marco de Canaveses exigem um envolvimento activo da autarquia neste domínio, em conjunto com as escolas, as famílias e a comunidade em geral. A reorganização da rede escolar do concelho é um instrumento fundamental para a promoção do sucesso escolar.

Se há condicionantes que estão relacionadas com o desenvolvimento económico e com o aumento do rendimento per capita das famílias, logo de efeito mais demorado, há medidas concretas que podem contribuir para inverter o cenário de abandono e insucesso escolar. Defende-se a integração na escola de todas as crianças em idade escolar, recorrendo ao apoio de um grupo de trabalho composto por sociólogos, psicólogos e assistentes sociais que intervenham junto da população e criem condições para que as crianças que não frequentarem o ensino tradicional possam frequentar cursos alternativos, tirando partido das medidas disponibilizadas nomeadamente pelo programa Novas Oportunidades e pelo Programa para Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil.

A concentração de alunos nos Centros Escolares permitirá dotá-los de condições para uma prática de ensino de qualidade e actividades extra-curriculares, actualmente fora do alcance da maioria dos jovens marcoenses. Estes Centros, financiados pela Comunidade Europeia, dispõem de condições de conforto adequadas, pavilhão gimnodesportivo e equipamentos ligados às novas tecnologias. A concentração de alunos torna ainda possível a prática generalizada de educação física, a aprendizagem de línguas estrangeiras, de música e de teatro, entre outras actividades desportivas e culturais. Ainda nesta linha, o executivo municipal deve promover bolsas de estudo que permitam aos alunos mais carenciados prosseguirem os seus estudos no ensino secundário e no ensino superior.

A Câmara deve reforçar, junto do Governo, a aposta nas escolas profissionais que têm proporcionado novas competências técnicas aos jovens e tudo fazer para instalar no Marco pelo menos um pólo de ensino superior universitário ou politécnico, que corresponda aos anseios dos jovens e vá de encontro às necessidades das empresas do concelho, tanto mais que a interligação entre o ensino e o mundo empresarial é fundamental para o desenvolvimento de qualquer região.

 


Como é um tema que me é caro, atrevo-me a acrescentar algumas palavras ao tema dos Centros Escolares que abordaste e bem. Embora tenha de haver sempre objectivos mínimos de aprendizagem e uniformidade entre os programas ministrados em qualquer escola do país, a «regionalização dos currículos» é outro aspecto fundamental neste processo de descentralização do sistema educativo, permitindo uma maior ligação entre a escola e a comunidade. Nesta linha de incentivos ao aproveitamento dos recursos locais, materiais e humanos, as autarquias também podem contribuir para a ocupação de tempo livre dos alunos nas escolas, através dos animadores socioculturais e desportivos, possibilitando a prevenção de situações de toxicodependência e outras de elevada gravidade e que nos preocupam a todos. Este aproveitamento de recursos será tanto mais exequível com a generalização do Ensino Básico Integrado, havendo a possibilidade de se fazer a integração dos níveis de ensino do 1º ao 9º ano de escolaridade numa mesma escola. Este sistema, para além de permitir um melhor aproveitamento dos recursos humanos e também materiais, pode diminuir as situações de «choque» de alguns alunos que transitam do 1º Ciclo para outros níveis de ensino, dadas as dificuldades entre estes, e pode aumentar o trabalho em equipa entre os professores de vários níveis de ensino.
mariahelenalves a 21 de Junho de 2009 às 22:29

Cara Helena Alves, concordo com tudo o que diz. Seja no que se refere à integração da escola com a comunidade, com as responsabilidades que devem ser cometidas às autarquias, seja no que concerne às mais valias do ensino básico integrado. Defendi isso aquando da discussão sobre a Carta Educativa.

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