O debate da Rádio Clube de Penafiel começou com a novidade que era conhecida por nós desde a noite anterior. Sabíamos que Ferreira Torres não respondera ao convite da RCP, mas cumprimos a solicitação de não divulgar esse facto até que a rádio emitisse a sua nota sobre o assunto. Lamenta-se mas não se estranha a atitude de Ferreira Torres, que apenas Manuel Moreira criticou no lançamento do debate. E agora os quatro candidatos aceitam serenamente a presença de Ferreira Torres no debate da Rádio Marcoense?
O modelo do debate seguiu a nova moda iniciada pelas televisões. O jornalista, no caso António Orlando, apenas faz a ligação entre os temas pré-seleccionados, o que torna o debate pouco vivo e acutilante. Ainda assim, foi melhor a segunda parte, uma vez que a questão financeira e a área social suscitaram uma troca mais viva de opiniões.
Manuel Moreira esteve muito voltado para a obra que fez no mandato que está a terminar e olhou menos para o futuro. Esteve bem na abordagem à situação financeira, denunciando a realidade que encontrou na Câmara. Não disse se estava aberto a coligações em caso de vitória sem maioria.
Norberto Soares foi o único que se pronunciou sobre a matemática pós-eleitoral, ao assegurar mais uma vez que não será segundo de ninguém. Criticou o esbanjamento do actual executivo em assessorias e com o motorista. Por ele, até de bicicleta ou a pé desempenhava a função.
Artur Melo esteve combativo no debate e insistiu na negociação do contrato com a Águas do Marco, muito embora Moreira lhe tenha referido que também esgotara a via negocial antes de avançar para a modificação unilateral do contrato. Enalteceu o historial de combatividade e de oposição dos autarcas do PS e deixou clara a sua opção pela via empresarial. Depois de anunciar uma empresa municipal para a área do turismo, lançou no debate a ideia de uma agência municipal para o investimento.
António Varela foi vigoroso na crítica a Ferreira Torres ao dizer que a gestão do ex-presidente deu um tratamento "abaixo de cão" aos marcoenses. Apontou o dedo ao facilitismo na gestão do Rendimento Social de Inserção, associando Cristina Vieira a esse facto. Foi infeliz ao referir-se a ausências do vereador Luís Almeida em algumas votações do executivo, por aquilo que lhe tinha sido dito, embora não soubesse se era assim ou se era boato. Ora, se Luís Almeida se absteve de participar em alguma votação foi tão só por considerar que, eticamente, essa era a atitude mais adequada.