Teve hoje lugar a instalação da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, bem como a eleição dos respectivos órgãos. O PSD, tirando partido da maioria de que dispõe, ficou a liderar o Conselho Executivo e a Mesa da Assembleia Intermunicipal.

O primeiro órgão, onde têm assento os presidentes de Câmara, será presidido por Alberto Santos (PSD/Penafiel), tendo como vice-presidentes Manuel Moreira (PSD/Marco de Canaveses) e Pereira Pinto (PS/Cinfães).

A Assembleia Intermunicipal terá como presidente Amélia Oliveira (PSD/Amarante), como vice-presidente Sérgio Silva (PS/Paços de Ferreira) e como secretária Maria Cândida Barreira (PSD/Lousada).

A eleição da Mesa, que deveria resultar de um consenso alargado, acabou por não congregar todos os deputados, o que ficou ilustrado pelo facto de cerca de 20% dos membros não terem votado favoravelmente a única lista apresentada.

Há duas situações na ocupação do espaço público na cidade de Marco de Canaveses que me incomodam há muito tempo. Sempre que entro na cidade pela ponte sobre o rio Tâmega e me deparo com aquela floresta de out-doors, desde a saída da ponte até à curva ao fundo da Avenida dos Bombeiros Voluntários, tenho de lamentar a poluição visual e a degradação do equilíbrio paisagístico de toda a envolvente fluvial. Fico sempre a pensar no que dirão os turistas que nos visitam ou que passam por ali em direcção a outras paragens. Muito próximo do bonito parque fluvial do Tâmega, consegue-se estragar esse impacto positivo com um desordenamento total do espaço público. O que é mais intrigante é que também há entidades públicas a contribuir para isso. E, como se não bastasse, temo que nem todos os out-doors estejam licenciados e a pagar as taxas devidas.

O segundo caso é o estacionamento indevido na Av. Avelino Ferreira Torres (hoops, que custou a sair o nome desta avenida…). Já vem de há muito o hábito de estacionar junto ao separador central, em ambos os sentidos da via. A postura de trânsito impede-o, mas as autoridades, GNR e Polícia Municipal, fazem vista grossa, certamente por recomendação de alguém. Aquilo que pode parecer uma facilidade para os comerciantes, resulta absolutamente ao contrário. O desordenamento do trânsito e do estacionamento acaba por incomodar as pessoas, que preferem sitos mais desafogados. Como há estacionamento disponível não muito longe dali, confesso que não entendo a passividade das autoridades policiais e da Câmara Municipal.

Nem de propósito. Depois de ter começado o dia a interrogar-me sobre como seria assinalado o centenário do nascimento de Carmen Miranda, chego a casa e há notícias no correio.

A Câmara Municipal promove uma comemoração ao longo do próximo dia 9 de Fevereiro, data do nascimento da artista. Será descerrada uma placa evocativa na casa onde nasceu, é inaugurada uma exposição de trabalhos alusivos no museu com o seu nome e tem lugar uma conferência intitulada: "Carmen Miranda...do Marco de Canaveses para o Mundo". Entre os conferencistas vejo que estará Jorge Fernandes Alves, meu professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde ainda lecciona, para dissertar sobre a emigração atlântica em Marco de Canaveses como pano de fundo para o percurso de Carmen Miranda.

A Câmara anuncia também que as comemorações decorrerão até 5 de Agosto, data do falecimento da artista marcoense, incluindo designadamente exposições, edição de livro foto-biográfco, emissão de selo e medalha comemorativa, desfiles, concertos, cinema e uma Gala Carmen Miranda.

Na sequência de um post que assinalava a suspensão de mandato de Manuel Couto como presidente da Junta de Freguesia do Freixo, recebemos um e-mail seu em que se refere à participação na vida pública e aos desafios que se colocam ao PSD:

"Caros amigos, como não foi possível enviar o meu comentário, doutra forma, cá vai aquilo que penso para inserirem no blog, se assim o entenderem.

Foi com grande agrado que li os comentários de dois amigos, José Carlos Pereira e Coutinho Ribeiro, mas, na verdade não me sinto “herói” por ter vencido dois actos eleitorais.

O facto de estar longe da minha terra Natal, provocou em mim alguma inquietude na relação com o lugar para que fui eleito, devo referir no entanto, que o trabalho realizado não é fruto de um individualismo por mim evidenciado, mas sim do esforço de uma equipa que sempre me apoiou.

A minha saída não significa porem uma rotura com a causa pública, estou, como sempre, disposto a colaborar para atingirmos aquilo em que sempre acreditamos.

Infelizmente assistimos cada vez mais, de forma transversal, a critérios de escolha, tanto nos lugares para as listas como em cargos de confiança politica, que em meu entender não contribuem em nada para a credibilização da nossa democracia.

Não espero, nem pretendo ser convidado para qualquer lugar, cabe apenas à Concelhia e ao candidato escolhido pelo PSD fazer as suas opções, desejo apenas que sejam as melhores, não apenas por uma questão de conveniência politica, mas acima de tudo que se rodeie de pessoas que possam trazer uma mais valia para o desempenho das funções que vierem a assumir.

Manuel Couto"

A Cinemateca vai assinalar o centenário do nascimento de Carmen Miranda com um ciclo intitulado "Carnaval com Carmen Miranda", que decorrerá em Lisboa nos dias 17, 18 e 21 de Fevereiro. A exibição de nove filmes que a actriz e cantora marcoense protagonizou em Hollywood nas décadas de 40 e 50 ocorre no mês do seu nascimento e procura evocar a sua obra nos states, onde contracenou com nomes como Groucho Marx, Jerry Lewis ou Dean Martin.

O meu amigo Manuel Carva, número dois da lista socialista para a Câmara Municipal nas últimas eleições autárquicas, perguntava-me como é que se assinalaria este centenário em Marco de Canaveses. Pois não sei. Havia uma possibilidade, adiantada há muito, de trazer à nossa terra uma exposição itinerante proveniente do Brasil, mas os custos associados eram de tal modo elevados que a autarquia teve de recuar.

Estou certo que a Câmara não deixará de assinalar o centenário do nascimento de Carmen Miranda. Seria uma excelente oportunidade para envolver os mais jovens e fomentar o interesse pela música e pelo cinema. O Museu Municipal Carmen Miranda, que lhe presta uma modestíssima homenagem, poderia ser o palco dessas iniciativas. Assim como os cinemas da Praça da Cidade deveriam interessar-se por trazer ao Marco os filmes agora relembrados pela Cinemateca.

Decorre amanhã no auditório da Área Arqueológica do Freixo uma sessão de trabalho que reúne universitários portugueses, norte-americanos, gregos e brasileiros. No centro da discussão estará a análise do intercâmbio científico e cultural que tem permitido aos responsáveis pela estação romana do Freixo progredir nas investigações levadas a cabo. Neste contexto, merece particular destaque a cooperação estabelecida com a Universidade de Brown, nos Estados Unidos da América.

Termino esta prestação de contas recordando que, logo no início do mandato, quando respondia pela coordenação do grupo municipal do PS, apresentámos recomendações para que o executivo regulasse a toponímia e os procedimentos para classificação de imóveis e actividades de interesse público e para as desafectações da RAN e da REN – a má experiência do passado assim aconselhava. Fizemos aprovar uma moção de recomendação para que a Câmara se empenhasse junto do Governo e das autarquias vizinhas na defesa da reformulação da linha do Douro até ao Marco. Enunciámos sugestões em áreas tão diversas como a cultura, o ensino, os fundos comunitários, o acolhimento empresarial ou o ambiente.

No domínio financeiro, nunca votámos favoravelmente as contas de gerência ou os planos e orçamentos. Além dos constrangimentos inerentes ao contrato de reequilíbrio financeiro, que não podíamos caucionar, a política fiscal do executivo, com a opção de aplicar as taxas máximas do IMI e de não repercutir nos marcoenses a redução do IRS introduzida pelo Governo, não mereceu o nosso apoio. Na discussão desses documentos, criticámos o executivo pelo facto dos partidos da oposição não serem envolvidos na discussão dos planos e orçamentos.

Participámos à IGAT a intenção do presidente da Assembleia Municipal (AM) de não querer reunir este órgão no calendário legal. Criticámos o facto de uma empresa participada pelo grupo empresarial do presidente da AM concorrer a uma obra do município. Considerámos que o regime de meio tempo do vice-presidente da Câmara prejudicava a acção do executivo e a gestão dos pelouros a seu cargo. Defendemos que a aprovação do novo organograma deveria ser uma oportunidade para intervir na estrutura anquilosada da Câmara.

Envolvemo-nos activamente nas principais disputas políticas do mandato, designadamente quando se tratou dos casos da concessão da água e saneamento, do cineteatro, do FC Marco ou da Carta Educativa (a maior derrota do PSD, que foi obrigado a reformular o documento).

A avaliação da acção desenvolvida poderá ser feita, com maior objectividade, por quem se der ao trabalho de ler as actas da AM e por aqueles que costumam assistir ou ouvir pela rádio as sessões da AM. O que posso dizer é que todos os dias procuro honrar a confiança dos 6.005 marcoenses que confiaram na lista que liderei.

A edição de hoje do jornal Repórter do Marão publica um artigo de opinião da minha autoria com uma análise prospectiva das próximas eleições autárquicas em Marco de Canaveses. Pode ser lido aqui.

A Associação dos Amigos do Rio Ovelha organiza uma palestra subordinada ao tema "Descobrir o Pedestrianismo", no Auditório Municipal, no próximo dia 31 de Janeiro (15h).

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No próximo dia 1 de Fevereiro, a AARO promove no rio Ovelha uma prova de canoagem, nas imediações da Junta de Freguesia de Várzea de Ovelha.

Ler mais aqui

Ele não deve querer que se saiba, mas é a mais pura das realidades: José Carlos Pereira faz hoje anos. 43. Está um jovem. Parabéns, José!

Em comentários ao post abaixo - Olhar à volta - Maria Helena Alves, que era dirigente do PS-Marco e que se demitiu recentemente, confirma que é apoiante da candidatura de Norberto Soares (de quem é, aliás, familiar). Mantém-se como militante socialista, mas parece não estar muito contente com o rumo do seu partido a nível local. 

Fazer oposição em Marco de Canaveses é um exercício delicado, sobretudo tratando-se da terceira força mais votada como é o caso do PS neste mandato. Uma oposição séria e responsável, sem deixar de ser acutilante e incisiva, nunca pode perder de vista a realidade, ou seja, a pesada herança que os executivos de Ferreira Torres deixaram a quem lhes sucedeu. E também não se pode escamotear as responsabilidades do CDS, ainda a segunda força política, na situação em que se encontra a autarquia. Aliás, esse peso “obrigou” o CDS a estar ao lado do PSD em votações fulcrais.

A oposição em que me revejo não é a que é feita a pensar no show-off ou na fugaz notícia de jornal. Fazer oposição passa por denunciar e criticar o que está mal, incentivar a que se faça melhor, apresentar propostas, ideias e recomendações. Sem nunca branquear o passado. Até meados de 2006 como líder do grupo do PS na Assembleia Municipal, e desde então de forma mais autónoma, procurei seguir essa via.

Coutinho Ribeiro colocou aqui questões que gostava de ver respondidas sobre o relacionamento entre eleitos do PS e o líder da concelhia. Questões que merecerão resposta mais tarde, em momento oportuno. Para já, fica o relato da minha experiência na oposição.

José Luís Carneiro, o presidente da Câmara de Baião que fez os seus estudos do secundário em Marco de Canaveses, tem feito um excelente trabalho em várias frentes e parece destinado a voos mais altos, como já disse por aqui. Entretanto, vai somando inciativas dignas de registo, tais como as comemorações do centenário de Soeiro Pereira Gomes e a rede descentralizada de serviços públicos.

Interessante o relato que JCP tem vindo a fazer do relacionamento entre poder e oposição nos órgãos autárquicos. Esperemos que seja exaustivo ao ponto de explicar por que razão o vereador socialista Luís Almeida é considerado em alguns meios como o "5º vereador da maioria". E se foi por esse motivo que a Concelhia do PS, liderada por Artur Melo, decidiu retirar a confiança política a Almeida. E qual foi o motivo por que Artur Melo facilmente deixou cair o próprio JCP da liderança do grupo parlamentar do PS na Assembleia. São questões interessantes, não são, José?