Rui Cunha, líder do PSD na Assembleia Municipal, dirigente distrital e ex-presidente da concelhia de Marco de Canaveses, escreve na última edição do jornal "A Verdade" sobre o período pré-eleitoral que vivemos e a sua coincidência com as férias da maioria dos portugueses.
Rui Cunha lembra a crise e as dificuldades que se fazem sentir para defender a simultaneidade das eleições legislativas com as autárquicas e para criticar a aposta do Governo em investimentos como o novo aeroporto de Lisboa e o TGV. Concordo que os investimentos devem ser devidamente avaliados e escrutinados, mas não me parece correcto andarmos sucessivamente a adiar opções estruturais para o país, que deviam merecer o consenso dos partidos com ambição de poder. É esse o exemplo da nossa vizinha Espanha - mudam os partidos no poder e os protagonistas, mas mantêm-se as políticas e os projectos estruturantes.
Quanto à simultaneidade das eleições, que só o PSD defendeu, discordo de Rui Cunha. A coincidência de datas prejudicaria o debate das questões locais e inibiria muitos eleitores de se envolverem nas campanhas, uma vez que lhes seria difícil participar em actos de partidos nos quais não votam nas legislativas, mas que podem ter o seu voto nas autárquicas, ou vice-versa. O custo do processo eleitoral em duplicado é, a meu ver, inferior às limitações provocadas por haver uma única data para eleições legislativas e autárquicas.
O dirigente do PSD refere-se também às eleições autárquicas em Marco de Canaveses para defender que a opção é entre a governação do PSD e o regresso ao passado, leia-se a Ferreira Torres. Rui Cunha lembra os pecados de Ferreira Torres - ruptura financeira e água e saneamento em primeiro lugar - e as virtudes de Manuel Moreira e diz acreditar que as férias devem ajudar os marcoenses a reflectir.
Todas as pessoas com quem falo estranham a modorra deste período de pré-campanha. Pois bem, eu também acho que a luta deve animar e que urge esclarecer os cidadãos sobre o que está em cima da mesa para decidirmos. Rui Cunha diz que "o típico período de férias, é, este ano, momento de inestimável responsabilidade para os eleitores." Eu acrescentaria que a responsabilidade aumenta consideravelmente para os candidatos às eleições e para os demais actores políticos. Tudo em benefício da nossa terra.