Em tempos escrevi neste espaço um texto denominado "Outra forma de fazer política" no qual abordava o facto da Câmara de Sesimbra ser liderada por Augusto Pólvora eleito pela CDU mas onde os vereadores dos outros partidos tinham pelouros atribuídos.
Era uma situação que não era normal, dado que a CDU poderia ter optado por fazer um entendimento apenas com um dos partidos da oposição. O leitor José Guerreiro dizia então que era o facto de não ter maioria que levava a CDU a proceder de tal forma. O meu amigo José Carlos Pereira em comentário ao meu post apostava que se a CDU ganhasse com maioria absoluta não distribuiria pelouros pelos partidos da oposição.
Eis que tivemos eleições e a CDU venceu com maioria absoluta as eleições para a Câmara Municipal de Sesimbra, e ao vermos a composição do executivo sesimbrense vemos que um vereador da oposição ficou com um pelouro.
O que prova que, mesmo tendo 5 vereadores em 7, Augusto Pólvora tem uma outra forma de estar na politica e que a maioria absoluta, obtida por si e pela CDU, não se traduziu em poder absoluto nem em exclusão dos que foram adversários políticos.
Passa por a cabeça de alguém que algum dos últimos candidatos à Câmara do Marco fizesse o que foi feito em Sesimbra? Manuel Moreira e Ferreira Torres já deram provas que não, penso que nem Artur Melo nem Norberto Soares o fariam, como também, eventualmente, não o faria António Gomes Varela.
Para além da simpatia das suas gentes e do bom peixe (ai o espadarte grelhado), até pelo seu Presidente da Câmara, Sesimbra vale a pena.