Leio um texto atribuído a um deputado municipal do PS, que aborda a questão de uma medida do governo que impossibilita a recandidatura de " de autarcas com condenação judicial transitada em julgado" e termina de uma forma "engraçada", dizendo que "o Governo vem dar razão ao PS Marco e legisla nesta matéria tão importante para a moralização, credibilização do poder autárquico".
Alguém acredita que o governo legislou para dar razão ao PS/ Marco? O governo legislou porque tinha que o fazer, e poderia ter ido mais longe em tantas e tantas medidas.
Algures no texto, o actual deputado municipal do PS, lança umas farpas à CDU, afirmando que a CDU não esteve do que entende ser o lado da defesa do prestígio dos autarcas e do poder local.
E por falar em defesa do prestígio dos autarcas, o que dizer dos autarcas que aliciaram em 2001, candidatos da CDU em Várzea de Ovelha, ou em 2009, em Avessadas?
É público que, quando entendeu, o agora deputado municipal do PS e que já havia sido candidato em 3 (três) eleições pela CDU, tendo sido autarca numa freguesia, trilhou o seu caminho e rumou ao PS e que será seguramente a sua casa política, dado que não é difícil perceber que as suas candidaturas pela CDU não passaram de erros. Erros dos que aceitam ser candidatos por côr diferente da sua e erro dos que os aceitaram para tal.
No entanto, o autor não pode, sob pena de faltar à verdade, dizer que a CDU/ Marco (ou o PCP, se quiser), não esteve do lado dos valores da democracia, da liberdade e da defesa do prestígio dos autarcas e do poder local. Até porque se o disser, admitirá que, entanto por lá andou, também não defendeu tais valores.
É bom lembrar que, no Marco, a CDU teve sempre eleitos na Assembleia Municipal que dignificaram o órgão e sempre se bateram por tais valores. Aliás, eu tive oportunidade de participar em iniciativas juntamente com o alegado autor do texto, em iniciativas da Associação Amigos do Marco em defesa da liberdade e contra o regime autoritário que então se vivia no Marco. Iniciativas supra partidárias, onde se viam, unidos pelos mesmos valores, comunistas, socialistas e sociais-democratas e marcoenses sem partido .
Relembro Soledade Coutinho, Isabel Pinto, José M. Vasconcelos, Fernando Ferreira, José Fonsêca, Jorge Baldaia ou Filipe Pinto Baldaia e ainda os candidatos à Câmara João Pinto da Silva ou António Varela, e a forma como sempre encararam as candidaturas e/ou os mandatos que foram atribuídos e a defesa intransigente dos valores da democracia e da liberdade. Valores estes que têm muitos e muitos anos, e que não foram descobertos no ano 2009. Para mim, não há o antes e o depois de 2009, para mim estes valores são eternos.