A manifestaçao realizada ontem, por maisde meia centena habitantes da freguesia de Manhuncelos, contra o mapa da reorganizaçao administrativa do concelho, foi noticiada quer pelo Jornal A Verdade quer pelo Porto Canal
Transcreve-se a noticia do Jornal A Verdade
Mais de meia centena de habitantes da freguesia de Manhuncelos manifestaram-se hoje frente à Câmara Municipal de Marco de Canaveses.
Os habitantes exigem a modificação do mapa aprovado em assembleia municipal extraordinária, que teve lugar no passado dia 8, o qual ditou a agregação das freguesias de Manhuncelos e Paredes de Viadores.
A população diz “nada ter contra as pessoas de Paredes de Viadores”, apenas “não têm laços como com a população do Freixo”, freguesia com a qual iriam agregar-se, de acordo com os critérios do documento verde da reforma administrativa do território.
Jacinta Pinto, presidente da Junta de Freguesia manteve-se ao lado da sua população, e lembrou “que no início Paredes de Viadores era a única freguesia a ter condições para ficar sozinha e agora aprece agregada a Manhuncelos. Sei que também não é essa a vontade da população de Paredes, nem do presidente da Junta”.
A autarca de Manhuncelos deixou claro que “nunca fomos contra a agregação, desde que ela fosse ao encontro dos desejos da população. E a população esteve sempre a favor da nossa agregação com a freguesia do Freixo, uma vez que os limites das freguesias se confundem. Foi sempre essa a ideia que tivemos e foi uma surpresa quando, no dia da assembleia, nos aparece o mapa com a agregação a Paredes de Viadores. De imediato expressei o meu voto contra e disse que estaria na linha da frente do povo e nas decisões que eles tomassem”, disse.
A freguesia de Manhuncelos tem vias de comunicação terrestres com Paredes de Viadores, mas a partilha das freguesias é maioritariamente florestal. “Não há uma casa e as vias não estão nas melhores condições. A iluminação pública é quase inexistente”, lamentou Jacinta Pinto, salientando: “sentimo-nos a andar para trás, se esta reforma é para permitir às pessoas estarem mais ligadas umas com as outras, no nosso caso isto não faz sentido. Sentimo-nos a freguesia mais prejudicada desta reforma”.
A população veio munida de uma petição que seguiu para a Assembleia da República e também foi entregue à Câmara e Assembleia Municipal de Marco de Canaveses. A população não vai baixar as ‘bandeiras’ e promete novas formas de luta, as quais poderão passar pela “impugnação da assembleia do dia 8”, referiu Jacinta Pinto.
José Mota, vice-presidente da Câmara do Marco, foi quem recebeu os manifestantes, o qual ouviu as reivindicações da população e recebeu o documento com centenas de assinaturas, para o fazer chegar ao presidente da Câmara do Marco.
“Procurei transmitir oficialmente o processo que se desenvolveu e dei informações de que deveriam transmitir os seus anseios à Assembleia Municipal e à Assembleia da República (AR), dado que a partir de agora e a AR que tem de resolver estas situações”, disse o vice-presidente da autarquia marcoense.
Recorde-se que o novo mapa foi apresentado pelo grupo parlamentar do PSD e foi aprovado com 36 votos a favor, duas abstenções e 25 votos contra. Entre os deputados que votaram contra, destaque para os presidentes das Juntas de Freguesia da Folhada, Várzea de Ovelha e Aliviada, Paredes de Viadores, Paços de Gaiolo, Santo Isidoro, Soalhães, Maureles, Favões, Manhuncelos, Tuías e Toutosa.