Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Out 09
publicado por José Carlos Pereira, às 16:00link do post | comentar

Nos últimos dias têm sido publicados em vários órgãos de informação os rankings das escolas do ensino básico e secundário, a partir dos dados divulgados pelo Ministério da Educação. Esses rankings variam em função das metodologias usadas e valem o que valem - não esqueço, a este propósito, a opinião que um secretário de Estado da área da educação nos governos de Cavaco Silva e reputado especialista me transmitiu sobre os mesmos no primeiro ano da sua divulgação.

Vale a pena, no entanto, referir que as duas Escolas Secundárias do concelho desceram no ranking elaborado pelo "Expresso", se compararmos os dados de 2008 e de 2009. A Secundária da cidade desceu do 296º para o 319º lugar e a de Alpendorada desceu do 425º para o 440º lugar. O que mostra que há um longo caminho a percorrer.

Refira-se que na região do Tâmega e Sousa há três escolas no top 100: o Externato D. Afonso Henriques, em Resende, no 95º lugar, a Secundária de Paredes, em 96º, e o Colégio de S. Gonçalo, em Amarante, no 97º lugar.


Se a nível do ensino secundário a situação não é brilhante, no ensino básico a situação não augura um futuro mais risonho. Consultando os resultados verificados no ensino básico estes não são os mais animadores. Assim, aqui podemos verificar num universo de 1304 escolas o nosso melhor resultado é o 380.º obtido pela escola Básica de Alpendurada e o pior é o 1191 obtido pela Escola Básica de Marco de Canaveses, com médias de 3,11 e 2,54, respectivamente.
Para inverter esta situação, há que rever o envolvimento de cada um dos parceiros/membros da Comunidade Educativa.
A promoção do sucesso educativo deve ser um objectivo comum. Os gastos na educação, apesar de não gerar mais valias no imediato, ainda é o investimento mais rentável a médio e longo prazo.
antonio ferreira a 18 de Outubro de 2009 às 18:46

Um dos primeiros critérios de avaliação que um casal com filhos faz para escolher o local do seu lar é ter perto boas escolas.
Um dos critérios que as empresas, sobretudo as de serviços, fazem para escolher um local para para as suas instalações é existirem boas escolas relativamente perto.
Claro que estes números representam o que representam, mas por isso mesmo devem ter uma atenção especial dos responsáveis políticos deste concelho.
Claro que se a ambição do concelho for tornar-se uma fonte de mão-de-obra barata a preocupação será ...
jvaldoleiros a 18 de Outubro de 2009 às 21:19

A verdade é que não é só no Expresso que as escolas do Marco se situam em lugares muito modestos. E, meus amigos, ou se começa a levar a sério a questão da educação ou não sairemos da "cepa torta". Como diz, e bem, o leitor JValdoleiros , a escolha das famílias para viver tem como critério preferencial a existência de boas escolas, mas não só, imaginem que o Marco era notícia por ter uma escola pública nos primeiros do ranking, além de contribuir para o aumento da nossa auto-estima obrigava os forasteiros a olhar-nos com sentimentos que actualmente não nutrem por nós.
Se calhar está na hora de construir um "lobby" marcuense , em que cada um represente um papel com uma finalidade comum, a começar pela abertura da escola á ESCOLA, onde toda a comunidade educativa intervenha e seja responsabilizada.
alcino jorge a 19 de Outubro de 2009 às 00:16

Salvo melhor opinião, não será estranho aos resultados ora obtidos, a elevada taxa de ocupação das nossas escolas. Consultando a Carta Educativa, verificamos que, no ano lectivo de 1998/1999, a taxa de ocupação das EB 23 de Alpendorada, Marco de Canaveses e Toutosa , foi de 158%, 175% e 105%, respectivamente. No ano lectivo de 2006/2007, para as mesmas escolas, a taxa de ocupação registada foi de 161%, 160% e 107%, respectivamente. A EB 2 3 Sande apresenta uma taxa de ocupação de 74% e 79%, nos anos lectivos de 2001/2002 e 2006/2007.
Relativamente ao ano lectivo de 2006/2007 verificamos que a ES de Alpendorada apresentava uma taxa de ocupação de 44% e a ES de Marco de Canaveses o valor registado foi de 134%. Numa leitura linear podemos inferir que, caso tivesse havido maior cuidado no planeamento do ano lectivo, as duas escolas teriam tido uma taxa de ocupação de 100%, com benefícios para todos.
Apesar da educação não se resumir a números, poderemos afirmar que as escolas do nosso concelho não têm capacidade para a sua população, situação que se verifica desde 1998 e os recursos estão menos bem distribuídos.
A EDUCAÇÃO deve ser vista a nível concelhio, abandonando uma visão “feudal” em que cada um procura o melhor para os seus. Naturalmente que haverá outros motivos para justificar os resultados.
antonio ferreira a 19 de Outubro de 2009 às 15:39

Tinha prometido a mim própria que pouco ou nada ia comentar neste e noutros espaços similares mas realmente, quando o tema é EDUCAÇÃO não sou capaz de "assobiar para o lado". O meu caro amigo António caiu na tentação de justificar os maus resultados das nossas escolas com a sobrelotação e eu gostaria de lhe lembrar que esse foi um dos argumentos usado durante muitos anos por incompetentes a quem era exigido fazer a respectiva gestão. Espero que isto não seja um sinal de que vamos continuar a ter mais do mesmo pois estando a sua esposa na direcção de uma escola ficar-lhe-ia muito mal justificar por antecipação, possíveis maus resultados. Fica aqui uma sugestão, continuem a ir buscar o meu Projecto de Intervenção, muitas das propostas que aí explanei e que têm aparecido agora como sendo da autoria de algumas mentes subitamente iluminadas mas fico muito feliz por isso, ainda bem que o tornei público e portanto, útil.

Cara Helena
quando o tema é educação não se pode " assobiar para o lado", isso é bem verdade. E , de facto, justificar os resultados com as lotações das escolas poderá não ser um bom ponto de partida, até porque no Marco temos de tudo a esse nível e os resultados são todos insatisfatórios.
Não conheço o seu Plano de Intervenção mas gostava de conhecer, onde posso consultar?No marco2009?
cumprimentos
alcino jorge a 20 de Outubro de 2009 às 22:14

Cara amiga Helena,
Não tentei justificar nem antecipar nada, fiz a minha leitura dos resultados. Escrevi “… há que rever o envolvimento de cada um dos parceiros/membros da Comunidade Educativa…” (…), “Salvo melhor opinião, não será estranho aos resultados ora obtidos, a elevada taxa de ocupação…” e “haverá outros motivos para justificar os resultados. “.
Os resultados obtidos no ensino secundário, devem ser vistos como o resultado final do trabalho efectuado no pré-escolar e nos doze anos de escolaridade. Todos devem assumir a sua cota de responsabilidade. Por todos entendo Comunidade Educativa.
Conheço o seu Plano de Intervenção e já tive oportunidade de escrever sobre ele, como também conheço uma tese de mestrado apresentada na U Portucalense, em 2005, com o título “Participação envolvimento da comunidade educativa na escola inclusiva”, cujo trabalho de campo foi efectuado numa das escolas do nosso concelho.
Os resultados obtidos devem merecer a reflexão da Comunidade Educativa, se possível a nível concelhio. É a minha opinião, haverá outras.
antonio ferreira a 21 de Outubro de 2009 às 15:34

Venho ao blog, pela primeira vez, apenas para proceder a uma correcção.
Num comentário ao post "A análise de Armindo Loureiro", o V/ leitor António Moreira afirma, referindo-se à E.B. 2,3 do Marco, que determinada informação foi dada ao Presidente da Associação de Pais, mostrando-se, alegadamente, conhecedor das informações que são dadas ao mesmo.
Ora, sucede que se o leitor está a referir-se ao Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação daquela escola, está rotundamente equivocado, uma vez que o dito presidente sou eu, desde há 2 anos, e nunca obtive tal informação. Sei bem, aliás, que os problemas da E.B. 2,3 não são esses, mas outros, de cariz estrutural e que têm a ver, sobretudo, mas não só, com a sobrelotação da mesma e com a péssima gestão que vinha sendo levada a cabo até ao último ano lectivo.
Veremos como vai ser de ora em diante, sendo certo que já apresentei algumas reclamações ao actual Director (para que conste...).
De qualquer modo, devo dizer que não sei quem é o leitor em causa, pelo que nunca lhe poderia ter fornecido qualquer informação. Convém, pois, que tenha mais cuidado antes de se referir a terceiros...
Adão F. F. de Oliveira a 19 de Outubro de 2009 às 22:10

Permitam-me acrescentar o seguinte. Para haver sucesso escolar, devemos ter alunos motivados e com objectivos devidamente estruturados e educadores de qualidade que consigam desenvolver essa motivação, no sentido de atingir os fins a que nos propomos.
Naturalmente que o bem estar dos alunos facilita todo este processo, mas infelizmente as escolas da região primam por não ter docentes que preencham os melhores requisitos.
Estudei na ES do Marco de Canaveses, e recordo-me perfeitamente que mais de metade dos meus professores tinham muito pouco tempo de serviço e eram de longe, o que dificulta também o trabalho do docente.
Eu e muitos colegas notamos a diferença entre escolas secundárias quando chegamos ao ensino superior (no meu caso foi no ano de 1993), em que passamos a conviver com alunos vindos dessas "escolas de referência". Acreditem que as dificuldades passaram a ser mais que muitas.
O melhoramento das vias de comunicação, tem permitido a fixação de docentes nas nossas escolas, mas isto por si só não chega.
Penso que há ainda muito a fazer pela educação no Marco.
Rui Valdoleiros Brito a 19 de Outubro de 2009 às 23:32

A questão da educação é determinante para o futuro do concelho e a oportunidade dos vários comentários deixa ver que há quem pense nestes assuntos há muito tempo.
Quando frequentei a Secundária participei e envolvi-me o mais que pude na vida da escola e em benefício da qualidade do ensino. Hoje, por razões profissionais, tenho contactado com iniciativas muito interessantes focadas na melhoria dos resultados escolares. É o caso do projecto EPIS (Empresários pela Inclusão Social) que dinamiza experiências-piloto em vários pontos do país, um dos quais é Paredes, com resultados que já são visíveis.
José Carlos Pereira a 20 de Outubro de 2009 às 00:45

Acredito na sua palavra...mas este facto não deixa de ser relevante na apreciação global do aproveitamento escolar.
Eu referi os últimos 3 anos , o que significa que poderia ter sido anterior à sua eleição para presidente da Associação de Pais.
Espero que o seu trabalho dê os frutos pretendidos e que dentro em breve possamos ter resultados mais positivos para bem de todos os marcoenses.
António Moreira a 20 de Outubro de 2009 às 22:37

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