A edição online do jornal "A Verdade" faz o relato da primeira sessão pública da Câmara Municipal de Marco de Canaveses e dá conta dos "números" de Avelino Ferreira Torres, o (agora) paladino da legalidade e da observância dos direitos da oposição. Torres aprendeu em Amarante estes truques e vai querer incendiar os apaniguados com as suas prestações. Nada que surpreenda, depois dos impropérios lançados na primeira reunião do executivo.
Manuel Moreira e a sua equipa vão ter de pôr Ferreira Torres no seu sítio e já! Mais tarde pode ser tarde demais e por isso têm de atalhar caminho. Continuo a pensar que Ferreira Torres, se tiver pela frente um poder forte, vai cansar-se deste papel, como ocorreu em Amarante. Mas Moreira vai ter de mostrar, pelas palavras e actos, de que massa é feito. As reuniões do executivo não podem transformar-se numa feira e quando os insultos e os impropérios subirem de tom a maioria tem de ter a coragem que Armindo Abreu algumas vezes teve em Amarante - encerrar a sessão por falta de condições.
Se é verdade que Torres irrompeu, há dias, pela Câmara dentro para falar e reunir livremente com funcionários da autarquia, sem articular essa atitude com a maioria do executivo, perdeu-se uma oportunidade para actuar exemplarmente. Depois, como se vê, Torres aproveita e cavalga a onda.
Lendo no seu blogue as propostas que levou à reunião de ontem, e perdoando os erros gramaticais dos vereadores "confiantes", vê-se que o seu objectivo é condicionar o executivo. A Manuel Moreira resta limitar o raio de acção dos vereadores da oposição - e Artur Melo acabará vítima por tabela. Em meu entender, perante o quadro criado, o executivo deve obrigar a que quaisquer contactos dos vereadores sem pelouro com os funcionários e dirigentes da autarquia sejam intermediados pelo gabinete do presidente da Câmara ou pelos vereadores dos respectivos pelouros. Isto deve ficar claro para os vereadores e para os funcionários. Há alturas em que o poder deve ser afirmado. Sem margem para dúvidas.