Causou polémica a decisão da Assembleia e da Junta de Freguesia de Soalhães de colocar uma locomotiva de comboio na principal rotunda de entrada no centro da freguesia. Os órgãos autárquicos pretenderão com esse gesto homenagear os ferroviários e o papel que o comboio, designadamente a linha do Douro, teve no desenvolvimento da freguesia e da região. Pelo caminho, aproveitam para “embelezar” uma entrada que está feia e que não constitui um simpático cartão-de-visita.
A polémica veio para os blogues e para os jornais, animada pela intervenção da ex-deputada municipal da CDU Soledade Coutinho Varela. Mas a polémica está instalada também nas conversas da gente comum, uns a favor, outros opondo-se e muitos encolhendo os ombros. Confesso que a maioria dos que ouvi está contra.
Em minha opinião, não será a locomotiva que vai resolver o problema de enquadramento da rotunda. É preciso bastante mais para fazer daquele espaço uma entrada acolhedora e digna. Por outro lado, quem conhece a freguesia sabe que o “sentimento ferroviário” é algo que não está muito presente no centro de Soalhães. Será verdade no Juncal ou de Quintã até ao Ramalhais, mas não ali. A identidade com o que a locomotiva representa será escassa.
Depois, vem a questão do custo, que não é despicienda. É certo que qualquer intervenção na rotunda ficará cara e exigirá dinheiro, mas será a locomotiva o elemento mais apropriado? Penso que não. Por mim, preferia requalificar a rotunda e a sua envolvente - sei que essa é há muito uma preocupação para Cristina Vieira – sem perder de vista a futura evolução da zona destinada ao centro escolar e demais equipamentos, logo ali ao lado. Para já, por que não fazer um concurso de ideais para jovens arquitectos e arquitectos paisagistas? Daí podiam nascer ideias mais interessantes e com um acolhimento mais favorável.
Adenda: este post foi reeditado.