O presidente da Câmara de Penafiel e da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Alberto Santos, veio protestar publicamente sobre a suspensão pelo Governo da construção da auto-estrada entre Penafiel e Entre-os-Rios, no âmbito da concessão Vouga (também conhecida por IC35), que ligará Penafiel a S. João da Madeira. Essa ligação, há muito prometida e cuja oportunidade foi reforçada na sequência da queda da ponte Hintze Ribeiro, beneficiaria também o concelho de Marco de Canaveses. Por isso, a Assembleia Municipal de Marco de Canaveses aprovou no mandato anterior uma proposta apelando à construção de um acesso fácil do baixo concelho ao IC 35, que também votei favoravelmente. O interesse da via e as vantagens para Marco de Canaveses são inegáveis e isso não está em causa.
Alberto Santos enfatiza o incumprimento das promessas feitas recentemente, nomeadamente pelo ministro Teixeira dos Santos. Será verdade o que diz e a reclamação é oportuna, ao evidenciar uma carência evidente da região. Pensarão o mesmo os residentes nas áreas das outras quatro concessões suspensas (Serra da Estrela, Tejo Internacional, Ribatejo e Baixo Alentejo). Todavia, Alberto Santos terá que olhar para dentro de casa – para o PSD – e decidir o que quer(em) defender em cada momento. Enquanto vice-presidente da distrital do Porto do PSD, Alberto Santos advoga mais investimento público em concessões rodoviárias, nos tempos de crise estrutural profunda que vivemos, ou quer ser solidário com a direcção nacional do seu partido e limitar ao mínimo possível esses investimentos?
Quando Manuela Ferreira Leite, (ainda) líder do seu partido, proclama que o Orçamento do Estado dá sinais de caminhar no sentido da contenção da despesa pública está a congratular-se com a suspensão do investimento público ainda não comprometido e essa foi uma das razões para o PSD viabilizar o Orçamento. Seria conveniente que o discurso no seio do maior partido da oposição estivesse mais alinhado…