A edição do passado sábado do semanário “Expresso” incluía um dossier especial, da responsabilidade da editora Só Informação, sobre o distrito do Porto. Esse suplemento dedicava três páginas ao concelho de Marco de Canaveses, fazendo um retrato da realidade do município, com declarações do presidente da Câmara.
Manuel Moreira enumerou aquilo que os seus executivos fizeram e não perdeu a oportunidade de lembrar a enorme dívida que herdou, cujos encargos consomem 400.000 euros por mês, destacando o facto de 80% do orçamento da autarquia ser gasto em despesas correntes - têm de diminuir! - e serviço da dívida.
Não há dúvida que gerir a autarquia marcoense neste quadro é bastante difícil, requer arte e engenho. Ora, com este panorama e quando as prioridades de investimento deveriam estar bem definidas para o corrente mandato, Manuel Moreira continua a enumerar muitas vontades: redes de água e saneamento, escolas, acessibilidades, requalificação da cidade e das zonas ribeirinhas, unidades de saúde, Museu Etnográfico, Museu dos Vinhos Verdes, um novo Museu Carmen Miranda, uma nova Biblioteca Municipal, Galeria de Arte e Casa da Juventude. Umas dependem do executivo e outras nem tanto.
Por mim, preferia que houvesse mais foco, como tantas vezes referi na Assembleia Municipal. Considero a resolução do abastecimento de água e saneamento a prioridade das prioridades e defendo que os projectos dos equipamentos escolares e da requalificação urbana da cidade não podem ser desperdiçados. Isto consumirá muitos recursos, certamente. Depois, preferiria apostar em projectos fortes e emblemáticos – o último que tivemos foi a Igreja de Santa Maria – do que semear recursos em pequenos projectos, que não acrescentam valor nem se distinguem dos demais espalhados pela vizinhança. Que tal apostar num museu/biblioteca de que o município se orgulhe?