Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
03
Jun 10
publicado por José Carlos Pereira, às 12:20link do post | comentar

O vice-presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, José Mota, escreveu-nos na sequência do post sobre o exemplo de investimento na educação do município de Paredes, reflectindo sobre a realidade financeira marcoense e as opções da Carta Educativa local:

 

"Caro José Carlos, na minha qualidade de cidadão do Marco e de pessoa que já dedicou algum tempo a reflectir sobre a nossa terra e as nossas gentes, não pude deixar de me interrogar sobre o tema desta mensagem, quando tive conhecimento da sua publicação no teu blog.

Depois de ler o texto principal e os dois comentários que tive oportunidade de conhecer, ocorrem-me dois pensamentos.

 

1. Sobre a capacidade financeira da autarquia:

- As exíguas disponibilidades financeiras são uma realidade à qual não vale a pena fugir nem mesmo por parte daqueles que pensam que, assim, elas deixam de existir. Por muito que custe admitir, esta realidade vai continuar a acompanhar o futuro do Marco por muitos anos e só quem optar por uma atitude de completa irresponsabilidade pode permitir-se tão grave esquecimento. Sendo assim, como analisar qualquer plano de investimentos sem ter em consideração esta condicionante tão forte? Não é possível!

Chegados a este ponto importa dizer que o plano que a Câmara de Paredes apresentou para a reestruturação do seu parque escolar ascende a 50 milhões de euros!!! É isso mesmo 50 milhão de euros, e desconhecer esta realidade é uma falta grave na análise da questão pois "não se fazem omeletas sem ovos"...

Os bons exemplos são sempre bem vindos mas do mesmo modo que Portugal não é a Alemanha, o Marco não é Paredes, e se alguma dúvida existir, a primeira diferença já está exposta mesmo acima e diz respeito à capacidade financeira da autarquia.

Mas importa, agora, passar a outra dimensão do mesmo problema que é o que decorre da reorganização geográfica da rede escolar.

 

2. Sobre a reorganização geográfica da rede escolar:

A este propósito é conveniente recordar que a primeira versão da Carta Educativa que o Executivo Marcoense apresentou à Assembleia Municipal não mereceu aprovação. À data, foi até interessante ouvir alguns argumentos que se perfilaram contra a proposta da Câmara Municipal, de que destaco a problemática sobre o encerramento do Jardim-de-infância de S. Nicolau; agora, passados dois anos, é ainda mais interessante perceber como alguns protagonistas políticos se vão posicionando sobre a matéria.

Para os que já não se lembram, recordo que a proposta da Câmara do Marco assentava num conjunto de princípios, de entre os quais se destacava a necessidade de criar condições para que cada nível de ensino pudesse ser leccionado separadamente, havendo que ganhar dimensão que permitisse que os alunos dum nível não fossem "misturados" com alunos de outro nível, não havendo turmas com dois e três níveis. Para que assim acontecesse teríamos que apontar para escolas com um mínimo de 60 alunos, o que levaria ao encerramento de algumas em freguesias que não garantissem o número de crianças suficientes.

Nessa altura a proposta da Câmara Municipal era inaceitável, até para alguns líderes políticos que aplaudiam esta metodologia noutros municípios vizinhos mas que por cá, por terras do Marco, não aceitavam tal orientação!

Pois, então, vale a pena dizer que o excelente exemplo de Paredes assenta num patamar bem mais elevado, sendo a reorganização geográfica feita com base em escolas com um mínimo de 100 alunos. Esta metodologia, a ser seguida no Marco, provocaria o encerramento de escolas em mais de 20 freguesias, ficando apenas em funcionamento 9 Escolas em todo o concelho.

Não vou emitir qualquer opinião sobre a bondade desta opção, ou a falta dela, mas penso que é um excelente exemplo para que no Marco possamos reflectir sobre o processo educativo e a sua dinâmica.

 

Abraço

José António Mota"


Caro Dr. José Carlos,

Falar de Educação é, antes de mais, falar em formar cidadãos, bons cidadãos, e como ainda acredito que é possível adquirir competências através da Modelagem, permita que refira dois exemplos que, na minha modesta opinião, não deveriam ser vivenciados numa cidade do século XXI e que se quer afirmar um Marco na Educação.
Devido às obras no edifício da Câmara, um dos passeios envolventes, e sem qualquer aviso visível, está ocupado com andaimes pelo que os peões são “convidados” a circular pela rua. Nas Ruas Amália Rodrigues e Eusébio da Silva Ferreira, o "comportamento" repete-se. Além dos passeios estarem “parcialmente” ocupados com os ditos andaimes, os lugares de estacionamento próximos estão transformados em “estaleiros” de material de construção.
Relativamente às condições de segurança no acondicionamento dos materiais, particularmente para a população mais jovem e também mais curiosa, fico com algumas dúvidas, pois a satisfação dessa curiosidade está facilitada, bastando para tal ultrapassar a “barreira” constituída por uma fita plástica, que envolve e sinaliza, parcialmente, o dito “estaleiro”.
Já vi noutros locais, obras semelhantes serem conduzidas de forma diversa, onde a colocação de uma simples placa, “pedimos desculpa pelo incómodo”, atenua o incómodo. Assim, quando o “modelo” escolhido não reúne as características ideais a aprendizagem pode estar comprometida.
A Cidadania não se apregoa, não tem custos acrescidos, pratica-se!
antonio ferrreira a 3 de Junho de 2010 às 15:49

Esperemos que os dirigentes (e os responsáveis políticos) da Câmara dêem a devida atenção aos casos que refere.

pesquisar neste blog
 
blogs SAPO