Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Jun 10
publicado por José Carlos Pereira, às 19:25link do post | comentar

O presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Manuel Moreira, deu hoje uma conferência de imprensa sobre o atraso nas obras de requalificação das linhas do Douro e do Tâmega, a cargo da REFER. Moreira estava acompanhado de vários autarcas de freguesia.

Segundo o Tâmega online, Manuel Moreira disse temer que essas obras possam não avançar este ano devido a dificuldades financeiras da REFER, considerando muito importante para o município e para as populações a realização das mesmas. Até aqui estamos de acordo. Moreira faz bem em bater-se pelas obras naquelas vias ferroviárias.

Contudo, o presidente da Câmara nada veio dizer de novo e não se percebe bem o alcance da conferência de imprensa. Moreira não fez um discurso radical, não lançou ameaças nem medidas extremas. O que seria despropositado e não faz o seu estilo. O que veio dizer então? Que, atendendo às dificuldades que o país vive e à necessidade de conter o endividamento por parte da REFER, receia que as obras possam ser adiadas.

Não estamos nós a ver muitos investimentos, públicos e privados, adiados? Fazer de conta que não estamos no epicentro de uma crise é esconder a cabeça na areia. O que precisamos é de garantir que, entre as obras a levar por diante, as da linha do Douro e da linha do Tâmega não ficam esquecidas.

Se houver um ligeiro atraso todos teremos compreender. O país não pode continuar a gastar o que tem e o que não tem. E não está fácil às empresas - nem aos bancos - ir buscar crédito para financiar investimentos.


Será que não há dinheiro para fazer estas obras? Mas há para o TGV para servir Lisboa. Depois ficamos bem, pois vamos receber o "efeito difusor". O norte "manso" e sem liderança compreende e cada vez fica mais pobre. Nunca acreditei na electrificação até ao Marco. A Linha do Douro também já não existe, como a do Tâmega. Com a linha de Amarante o governo precaveu-se, removeu tudo, assim ninguém mais vai reivindicar a sua reabertura, e assim vai acontecer a partir de Caíde.
Vamos ficar sentados tranquilamente, à espera dessa nova investida e os Presidentes das Câmaras a tentar convencer os eleitores de que estão preocupados, senão vejamos:
Que transtorno trás ao Dr. Manuel Moreira o encerramento da linha? Ele não viaja de comboio, vai todos os dias pernoitar a casa dele para lá do Porto, em viatura de gama alata do municipio, com motorista de ida e volta...
Apetece cantarolar: E o povo é que paga !!!
L. Figueiredo
Anónimo a 11 de Junho de 2010 às 20:03

Eu defendo o investimento na electrificação da linha do Douro, até ao Marco e à Régua também. Por uma questão estratégica e de desenvolvimento de toda a região.
Pelos indicadores que li, tenho mais dúvidas no que diz respeito à rentabilização e sustentabilidade da linha do Tâmega e da recuperação da linha do Douro até Espanha.
Em altura de dificuldades como há muito não sentíamos tem de haver um critério muito rigoroso nas opções de investimento, sejam estes de que falamos, o TGV, o aeroporto de Lisboa ou as auto-estradas. E é evidente que o dinheiro não pode ficar todo para a centralista capital...

Caro Dr. José Carlos,
Uma conferência, no Marco de Canaveses, a reclamar as obras da linha do Douro e do Tâmega, com o argumento que as mesmas são “importantes para o município e para as populações”, onde aparece um único autarca, parece-me pouco ambicioso.
A electrificação da linha do Douro, mesmo que só até ao Marco, e a recuperação da linha do Tâmega, só se justificam porque servem, além dos residentes no nosso concelho, muitos outros que residem nos concelhos limítrofes, pelo que qualquer acção deveria ser concertada com os seus representantes. Provavelmente uma conferência envolvendo os autarcas dos concelhos vizinhos teria um outro impacto.
Enquanto cada um tiver uma agenda, os interesses comuns irão sendo adiados, apesar de cada um ter feito e cumprido com a sua agenda.
antonio ferrreira a 12 de Junho de 2010 às 23:06

Estamos completamente de acordo. Sei que já houve iniciativas no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa e o caminho deveria ser esse.

Já que foi totalmente levantada o que restava da linha do tâmega, podiam ao menos abrir o espaço para circulação das pessoas. É revoltante a cretinisse dos governantes que se governam a enganar os provincianos como lhe chamam. Qual será a negociata que está escondida atrás dos resguardos de cimento?
Anónimo a 15 de Junho de 2010 às 22:42

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