Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
07
Jul 10
publicado por José Carlos Pereira, às 08:45link do post | comentar

O "Repórter do Marão" denunciava na sua última edição o estado de abandono e de degradação em que se encontra o Castro de Arados, em Alpendorada, classificado como monumento nacional há mais de cem anos, completados precisamente no passado dia 16 de Junho.

Segundo a notícia, não há qualquer identificação do monumento, não há vedação, encontrando-se cercado por pedreiras e à mercê da invasão de veículos todo-o-terreno.

A Direcção Regional de Cultura do Norte lembra que, à luz da lei, a primeira responsabilidade pela limpeza é dos respectivos proprietários, mas não se pode esquecer as obrigações que cabem nomeadamente ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico e à Câmara Municipal. O facto do Castro de Arados estar situado em propriedade privada não pode limitar os marcoenses e a população em geral de conhecerem e usufruírem de um importante monumento nacional, que é um legado da nossa história ancestral. Algumas peças aí encontradas estão à guarda do Museu Nacional de Arqueologia.

Já o malogrado João Belmiro Pinto da Silva, historiador de arte e antigo candidato à câmara pela CDU, chamava a atenção há quase vinte anos para o desrespeito manifestado pela classificação do monumento.

Foi pena o "Repórter do Marão" não ter interpelado o presidente da Câmara sobre o assunto, já que é Manuel Moreira que tutela o pelouro da cultura na autarquia e importa saber o que tem sido feito com vista à preservação e dignificação do Castro de Arados.


João Belmiro Pinto da Silva porquê malogrado?
Anónimo a 10 de Julho de 2010 às 16:33

Malogrado porque infelizmente já faleceu. Muito jovem ainda.

Obrigado por esta informação que me deixou desolado. Conheci o João há muitos anos e, de passagem pela Faculdade de Letras do Porto, também cheguei a falar-lhe.
Se nunca foi galardoado pelo município, pelo seu trabalho e pela sua obra, devê-lo-ia ser, pelo menos, a título póstumo.

João Costa
cultalpendorada.blogspot.com
Anónimo a 12 de Julho de 2010 às 20:42

Desconheço se já foi homenageado, mas a sua chamada de atenção faz todo o sentido.

Com conhecimento de causa, posso afirmar que o João nunca foi homenageado pelo munícipio. Penso que realizou um trabalho muito meritório sobre o nosso concelho. Juntamente com outras pessoas que estudaram e estudam o nosso marco, penso que não ficaria mal ao municipio fazer essa homenagem a que se refere o leitor.
Tive a felicidade de o acompanhar largas dezenas ou centenas de vezes quer no Marco quer noutros concelhos, quando ia desenvolvendo o seu trabalho, ele gostava mesmo do que fazia.
Acompanhei-o também muitas vezes quando percorria o concelho em busca de trilhos para os rails "Mil caminhos" que organizou.
Foram as muitas horas e os muitos locais que visitei com ele que me fazem ter um conhecimento mais aprofundado do Marco. E também por isso lhe estou grato.
Um dos seus ultimos trabalhos realizados pelo João foi-me confiado por ele, já perto do fim da sua vida. Também aí estive com ele. Até hoje.

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