Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
07
Fev 11
publicado por João Monteiro Lima, às 00:05link do post | comentar

Recebemos da Comissão Concelhia do PS a proposta apresentada pelo vereador Artur Melo e Castro, e que foi rejeitada com os votos da maioria do PSD. Após esta reprovação o PS emitiu o comunicado que aqui transcrevemos.

Eis a proposta do PS apresentada em reunião de Câmara:

 

 

PROPOSTA

 

O Movimento Associativo no Concelho do Marco de Canavezes é uma presença viva na animação da vida comunitária.

Contudo, o reconhecimento do seu trabalho e a sua dignificação passa por uma política transparente de relacionamento com os Poderes e tutelas, mormente o Poder Local, seja ao nível de Freguesia, seja ao nível Municipal.

Só com uma política de apoios técnicos e financeiros transparente baseada em critérios objectivos e quantificáveis que permitam que todos compreendam os valores distribuídos, só com uma verdadeira participação do próprio movimento associativo na atribuição desses apoios e na avaliação "ex-ante" e "ex-post" desse processo, se poderá falar em justiça e equidade.

Assim se evitará a fácil tentação do clientelismo, do proteccionismo, do usar o poder de distribuir de forma casuística.

O Movimento Associativo possui no Marco várias expressões que devem, por serem diferentes, ser olhadas e apoiadas de forma diferente: temos os Associativismo Desportivo, o Associativismo Cultural, o Associativismo de acção cívica (ambiental, de pais, etc.), o Associativismo de Solidariedade Social, o Associativismo sócio-profissional e corporativo.

Rever a atribuição de apoios técnicos e financeiros é urgente; contudo, a criação de novos instrumentos normativos deve, para quem do Poder Local tem uma visão democrática, ser um processo participado pelos próprios interessados.

Não existe, neste momento, um "cadastro" rigoroso do movimento associativo, nas suas diferentes expressões. Não sabemos ao certo quantas Associações temos activas, quantos associados movimentam, que recursos próprios têm (instalações, equipamentos), mesmo se estão a funcionar legalmente. Ou seja, falta fazer a Carta (ou as cartas) do Associativismo no Concelho.

Pese o meritório trabalho, a Associação das Colectividades do Concelho não tem capacidades técnicas e humanas para fazer esses trabalhos, nem tem o PODER para, "sentar" à mesa todos os parceiros, o que só um órgão autárquico conseguirá fazer.

Assim, propõe-se que:

1. A Câmara Municipal até ao final do mês de Outubro de 2011 elabore a Carta Social do Movimento Associativo, recolhendo a estágios curriculares de alunos os Cursos da área social (Serviço Social, Sociologia, Ciência Política, etc.).

Dessa "Carta" constará o cadastro de todas as Associações de todas as índoles, identificando a sua forma jurídica, número de associados activos, número de utentes/praticantes, equipamentos e edificações, entre outras informações consideradas como relevantes.

2. Se constitua um grupo de trabalho, onde terá assento um representante de cada força política ou movimento com representação municipal, com o objectivo de, até Junho de 2011, preparar um ante-projecto de Quadro Normativo de Apoio ao Movimento Associativo, nas suas diferentes expressões. Esse grupo de trabalho poderá e deverá associar a si dirigentes associativos locais, regionais ou nacionais, individualidades e técnicos reconhecidos como especialistas na matéria, autarcas de Freguesia.

3. Durante a anual Feira das Colectividades, na edição de 2011, a Câmara Municipal organize o 1º Encontro Concelhio do Movimento Associativo, com o objectivo de ser presente, discutido e enriquecido o ante-projecto de Quadro Normativo de Apoio ao Movimento Associativo, assim como reflectir sobre o modo como organizar e estruturar o Movimento Associativo no Concelho, enquanto legítima expressão da cidadania participativa

 

Paços do Concelho, 19 de Janeiro de 11

 

O Vereador do PS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Caro João Monteiro Lima

Finalmente tomou conhecimento do teor da proposta do P.S. sobre a política do Associativismo,nas sua diferentes formas.
Gostaria de saber a sua opinião.
Deixaria aqui,um pequeno reparo.Esta proposta foi trabalhada e elaborada por gente realmente preocupada em corrigir os desmandos que a actual política autárquica de atribuição de subsídios proporciona,para além de pretender frontalmente acabar com a subserviência a que se vêem obrigados a maioria dos dirigentes das diferentes associações.Pretende não só,implementar processos transparentes(e como eu gosto desta palavra)na atribuição dos subsídios,mas também devolver a dignidade àqueles que por amor às suas instituções se vêem na necessidade de se humilharem perante um poder discricionário,que teima em não os respeitar.

Cumprimentos
Miguel Fontes
Miguel Fontes a 7 de Fevereiro de 2011 às 15:54

Esta proposta foi fruto de um trabalho, prévio, de reflexão , feito no seio de um grupo de trabalho, no qual participo, do PS local.
Quem me conhece sabe que não sou um "incondicional" de Artur Melo, Presidente da CPC do PS e Vereador. Mas julgo que, quem é de esquerda e defensor da cidadania e, sobretudo, neste caso, militante do PS, não se podia furtar a dar contributos numa área que lhe é querida : o Associativismo. De facto, sou associativista de longa dada, em muitos sítios e locais fui dirigente desportivo e cultural e, sempre que fui Autarca, a essa área me dediquei.
Daí a minha revolta com o "chumbo" na Câmara, pois o que se propunha era uma metodologia participada para elaboração de um "quadro normativo" de regulamentação de apoios.
Repare-se : podia-se ter, logo, proposto um regulamento e seu quadro normativo. Contudo, optou-se por sugerir uma discussão institucional abrangente, entre autarcas, dirigentes associativos e pessoas que pudessem contribuir , para a qual, concerteza , se levariam propostas concretas.
Há muitos meses atrás, cheguei a acreditar que Manuel Moreira havia "devolvido" ou "refundado"a democracia no Marco.
Perante um "chumbo" onde se chama á participação, depreciativamente, "colectivismo", concluo que a "Primavera" de Manuel Moreira não é mais que uma versão mais "social democrata" do "Inverno" de Ferreira Torres.
Abel Ribeiro a 7 de Fevereiro de 2011 às 18:22

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