Já escrevi o que penso sobre isto. Infelizmente, as quotas são uma forma (a única?) de promover a participação, obrigando os partidos a encontrar candidatos de ambos os sexos. Oxalá rapidamente não sejam precisas quotas. Seria um sinal de maturidade. Em Portugal como em outros países.
José:
Há inumeras profissões que até há uns anos só eram acedidas por homens e que hoje caminham para ter mais mulheres do que homens. É o caso das magistraturas. E não foi preciso haver quotas.
Bem sabes que as contas não se podem fazer assim. Realmente neste momento parece haver mais mulheres que homens nas magistraturas mas os lugares de chefia continuam a ser entregues a homens. Basta olhar para o Supremo ou para a Procuradoria Geral da República. Então neste último caso, é flagrante, pois quem faz o trabalho de investigação e quem chefia as equipas são mulheres só que na hora de escolher o/a Procurador é sempre um homem e que, por vezes, nem tem assim tantas provas dadas no terreno.
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 13:29
Helena:
Os lugares de topo da hierarquia ainda não têm muitas mulheres na magistratura porque ainda não têm idade.
Mas nas Relações já há muitas.
O DCIAP e o DIAP de LIsboa são comandados por mulheres. O do Porto também era (agora, curiosamente, não sei se é).
Não creio que haja necessidades de quotas: a qualidade impõe-se independentemente do sexo.
A Maria José Morgado é assim tão mais jovem que Pinto Monteiro?
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 22:57
A questão da idade vale para o que é genérico. Não estava a falar em questões concretas. Há que levar em linha de conta o perfil.
Sem entrar no domínio do concreto, mas dando exemplos: há professores que são bons tecnicamente e não dão bons líderes; há grandes advogados que temem uma sala de audiências; há grandes repórteres que nunca saberiam dirigir um jornal. Como há dirctores de jornais que nunca foram bons repórteres.
Verás que não tarda nada as mulheres estraão nos lugares de topo.
O que me incomoda nas quotas é ver que há deputadas que só o são por serem mulheres. E acho que também elas deveriam ficar incomodadas.
Concordo totalmente com o teu último parágrafo e vou mais longe, com a quotas poderemos cair no exagero de realmente serem escolhidas pessoas apenas pelo quantidade e menos pela qualidade.
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 23:19
Já há muitos exemplos disso. E claro que também há muitos homens que estão na política e não deviam estar. O problema das quotas e´que acabam por nivelar por baixo. Se fosse pelo critério da competência, a entrada das mulheres competentes afastaria os homens incompetentes. Acho eu.
A discriminação pela positiva também não é o meu lema . Quando questionei a participação das Marcoenses na política, não queria enveredar pelo caminho participação versus cargos era mais num âmbito mais alargado de exercício da cidadania. Considero que são poucas as vozes femininas nas mais diversas áreas e não entendo porquê. Provavelmente só um estudo sociológico poderá aprofundar esta questão.
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 13:15
Eu acho que o Marco não é muito diferente do resto do país a este nível. Ou será? Terá isso a ver com o que era difícil fazer política no Marco?
Não penso que tenhamos grandes diferenças em relação a outros municípios. O que acontece, a meu ver, é que nos meios mais fechados, rurais e conservadores, como o Marco, ainda é mais difícil ver mulheres a participar na vida pública. Aliás, é curioso ver que a grande maioria das mulheres com intervenção política no Marco são jovens "sub-40". É mais um sinal da renovação geracional e de valores.
Onde estão? Quem são?
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 23:01
Assim de repente lembro-me da vereadora Gorete Monteiro (PSD), das presidentes de Junta Cristina Vieira (PS), Gorete Babo (PSD) e Maria José Cerqueira (CDS), das deputadas municipais Marta Sousa (PS), Zita Monteiro e Natália Ribeiro (PSD). Paula Pinto (PS), membro da Junta de Soalhães, é mais um exemplo. São poucas? Naturalmente que sim, mas há alguns anos seriam ainda menos.
Essa possibilidade também me parece mais que provável, ainda bem que a sugeriste.
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 23:00
Isto não tem nada a ver com o vosso blog onde sempre fui bem tratada e pude expressar livremente a minha opinião.
Não sei se por ser mulher ou por discordar da opinião de Jaime Teixeira, no bolg "Marcohoje", estou sistematicamente a ser censurada não obstante ter comentado com toda a elevação alguns posts no blog acima citado.
Considero essa atitude antidemocratica e um atentado à liberdade de expressão num local onde se apregoa o combate à ditadura.
Para que não existam dúvidas transcrevo na integra o comentário por mim enviado e censurado no "Marcohoje"
Comentário censurado no Marcohoje
A sua análise aos candidatos parece-me um pouco aquela história de que “se andas à procura dos amigos perfeitos e à tua imagem, arriscas-te a morrer sem amigos”.
Como sou apoiante de Norberto Soares e com muito orgulho, vou apenas focar a minha opinião neste candidato e provar com factos o quanto tendenciosa é a sua opinião.
Diz o amigo, que Norberto não tem ideias para o Concelho. Que eu saiba a campanha ainda não começou e em relação a ideias para o Marco ainda nenhum dos candidatos apresentou o seu programa, parece-me pois, despropositado, apresentar-se como facto uma coisa imaginária. As únicas ideias que conhecemos em relação ao nosso Concelho são as de Manuel Moreira e Avelino Ferreira Torres, porque já estiveram no poder e puderam mostrar aquilo que valem e por aquilo que vimos: não obrigada. É tempo de mudança.
Mas é impressionante quando diz que Norberto não tem carisma de líder, não tem imagem e deu um tiro no pé quando quis ser candidato pelo PS.
Norberto Soares está a desempenhar cargos autárquicos há 20 anos. Fez a pirâmide, subiu a pulso na liderança e com alguma facilidade conquistou a confiança do povo de Soalhães independentemente da cor política que defendia. Foi o seu protagonismo e a sua atitude que levou Avelino Ferreira Torres a ir buscá-lo para número dois da sua lista. Nas últimas eleições autárquicas, mesmo perante muitas barreiras que se lhe atravessaram no caminho, conseguiu 32% dos votos, uma percentagem que o PS do Jaime nunca conseguiu sequer sonhar poder conquistar e foi talvez por isso, que os “Rosa” lhe vieram bater à porta, uma porta que em devido tempo, Norberto soube fechar. Isto foi público e não acredito que o Jaime não tenha conseguido interpretar os textos que foram publicados em vários jornais. Sendo assim, quem desatou a metralhar os pés foi o seu candidato Artur Melo quando descobriu que o seu partido o estava a trair e lhe perdoou a traição porque a sua ambição era muito maior que o seu orgulho.
Quanto ao carisma de líder, só posso interpretar essa análise como facciosa e sem qualquer nexo. Um homem que está há 20 na política e sempre em grande destaque, tem de ser um líder, situação que não pode ser comparada à do candidato que o Jaime apoia que nunca saiu da sombra do PS e nunca conquistou lugar algum a não ser a de presidente da Concelhia do seu partido e, pelos vistos, sem o apoio e confiança da máquina central partidária.
Por último, se para ser líder e ter imagem é necessário andar aos berros e ser mal educado com toda a gente, de facto Norberto não tem essas “virtudes” e parece-me que o povo do Marco já ficou cheio delas nas últimas duas décadas.
Manuela a 20 de Fevereiro de 2009 às 19:58
Estranhei a ausência da Manuela no blog Marcohoje, não só pelas suas opções politicas mas também por sermos quase as únicas mulheres a fazer comentários publicos (isto sem qualquer juízo de valor em relação à sua qualidade). Não tinha conhecimento que tinha sido censurada e lamento imenso pois o Jaime não é pessoa para isso. Ainda quero acreditar que pode ter havido algum mal entendido. Benvinda ou antes seja bem reaparecida e não ligue aos "cortes". Nunca reparou que sempre que escrevo alguma coisa no Marcohoje há pelo menos três pessoas que entram logo em linha? Havia um senhor que desapareceu de circulação após muitas tentativas para me aborrecer. Aliás chegou a escrever que eu e a Manuela (que não conheço) eramos a mesma pessoa.
Maria Helena Alves a 20 de Fevereiro de 2009 às 23:13
Desde já muito obrigado pela publicação do comentário que vos enviei queixando-me de ter sido censurada no Marcohoje.
Verifico agora que depois deste comentário ter sido publicado no vosso blog, o Marcohoje, ou o senhor Jaime Teixeira, resolveram torná-lo público.
Penso que a minha atitude merece uma explicação.
Enviei o comentário para o Marcohoje por volta das 11 horas e depois de jantar verifiquei que nada tinha sido publicado e dái a minha indignação.
Poderão dizer que não houve disponibilidade de tempo para fazer a publicação e até se aceitaria a explicação, mas a razão do meu nervosismo já vem de trás.
A primeira vez que comentei no Marcohoje um artigo de Jaime Teixeira, o meu comentário demorou três dias a ser publicado e só depois de ter enviado um mail a Paulo Vieira da Silva a queixar-me da situação.
Depois, enviei mais dois comentários relacionados com outros dois artigos e até ao momento nenhum deles foi publicado, daí a razão do meu descontentamento e quiçá a minha precipitação, ou talvez não.
De qualquer forma, não retiro uma virgula do que disse e mais uma vez renovo o meu muito obrigado.
Manuela a 20 de Fevereiro de 2009 às 22:51
Manuela:
Sem querer defender ninguém, estas coisas acontecem em blogues que têm os comentários moderados.
Ainda no domingo passado, Artur Melo ligou-me aborrecido porque tinha mandado um mail no dia anterior que não tinha sido publicado. Obviamente, não o tinha sido porque nem JCP nem eu o tínhamos visto, porque ainda pouco rotinados a ir à caida de correio do blogue. Claro que foi publicado de imediato.
Com os comentários é mais fácil, porque ficam visíveis quando se abre o blogue. Mas basta que um de nós esteja uma horas sem vir aqui para ficarem pendurados, ainda que não tenha havido grandes razões de queixa.
Ficamos ao dispor.