Nas últimas eleições apresentaram-se a votos duas listas independentes, ambas encabeçadas por ex-candidatos de um determinado partido.
Podendo-se especular sobre o que terá levado a que tenham aparecido tais candidaturas - quando, tanto quanto se soube na altura, um dos candidatos esteve para avançar por um partido e a candidatura protagonizada pelo outro não terá merecido o apoio do seu partido de sempre - pode-se afirmar que o que hoje se vai ouvindo como solução para o Marco é o oposto do que aconteceu nas últimas autárquicas.
Atente-se até que umas das candidaturas independentes de 2009, não se conseguiu constituir como grupo municipal, acto tão simples e que seria o consequente ao acto eleitoral, se existisse uma vontade de intervir activamente nas decisões sobre a nossa Terra
Em contraponto a 2009, os marcoenses, hoje, desejam uma candidatura independente, “transversal à sociedade”, “aberta às diversas sensibilidades políticas”, nas quais colhe apoios e elementos e que se afirme como alternativa à gestão actual.
Uma candidatura oriunda da “vontade das pessoas” e “não das vontades e/ ou interesses de alguém saudoso das luzes da ribalta política ou resultante de zangas partidárias”
Hoje, os marcoenses, descontentes com os partidos e neles não se revendo, pedem uma lista agregadora, com gente interessada pelo Marco, com um projecto para o Marco, mais do que grandes considerações ideológicas sobre um ou outro assunto
Nas autárquicas, os eleitores regem-se mais pelos candidatos e suas qualidades do que pelas suas (deles e dos candidatos) opções ideológicas. Se assim não fosse não se perceberia que numa qualquer freguesia para a Câmara ganhe o candidato de um partido, para a Assembleia o de outro e para a Junta um candidato de um outro partido.
É certo que uma candidatura deste género provocará as habituais reacções dos partidos políticos e dos profissionais da política (dos velhos e dos novos), reacções de descredibilização, que apenas visam que se mantenham na esfera política os do costume (partidos e actores), com os tiques que lhes são conhecidos.
A acontecer, lá virão, entre outras, as referências às origens ideológicas dos eventuais candidatos, esquecendo-se que os partidos (quase sem excepção) não têm qualquer pejo em apresentar candidatos que no passado recente foram candidatos por outro partido.
Tal como se vai ouvindo que há quem esteja no terreno a trabalhar numa lista independente, também já se vão ouvindo os primeiros ataques.
Nada de admirar
Mas quem anda pelo concelho percebe que uma candidatura independente não só “tem pernas para andar” como, no caso da sua eventual concretização, será uma séria e real candidata a derrotar a maioria que governa o Marco desde 2005