Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Nov 12
publicado por João Monteiro Lima, às 00:55link do post | comentar

Nas últimas eleições apresentaram-se a votos duas listas independentes, ambas encabeçadas por ex-candidatos de um determinado partido.

Podendo-se especular sobre o que terá levado a que tenham aparecido tais candidaturas - quando, tanto quanto se soube na altura, um dos candidatos esteve para avançar por um partido e a candidatura protagonizada pelo outro não terá merecido o apoio do seu partido de sempre - pode-se afirmar que o que hoje se vai ouvindo como solução para o Marco é o oposto do que aconteceu nas últimas autárquicas.

Atente-se até que umas das candidaturas independentes de 2009, não se conseguiu constituir como grupo municipal, acto tão simples e que seria o consequente ao acto eleitoral, se existisse uma vontade de intervir activamente nas decisões sobre a nossa Terra

Em contraponto a 2009, os marcoenses, hoje, desejam uma candidatura independente, “transversal à sociedade”, “aberta às diversas sensibilidades políticas”, nas quais colhe apoios e elementos e que se afirme como alternativa à gestão actual.

Uma candidatura oriunda da “vontade das pessoas” e “não das vontades e/ ou interesses de alguém saudoso das luzes da ribalta política ou resultante de zangas partidárias”

Hoje, os marcoenses, descontentes com os partidos e neles não se revendo, pedem uma lista agregadora, com gente interessada pelo Marco, com um projecto para o Marco, mais do que grandes considerações ideológicas sobre um ou outro assunto

Nas autárquicas, os eleitores regem-se mais pelos candidatos e suas qualidades do que pelas suas (deles e dos candidatos) opções ideológicas. Se assim não fosse não se perceberia que numa qualquer freguesia para a Câmara ganhe o candidato de um partido, para a Assembleia o de outro e para a Junta um candidato de um outro partido.

É certo que uma candidatura deste género provocará as habituais reacções dos partidos políticos e dos profissionais da política (dos velhos e dos novos), reacções de descredibilização, que apenas visam que se mantenham na esfera política os do costume (partidos e actores), com os tiques que lhes são conhecidos.

A acontecer, lá virão, entre outras, as referências às origens ideológicas dos eventuais candidatos, esquecendo-se que os partidos (quase sem excepção) não têm qualquer pejo em apresentar candidatos que no passado recente foram candidatos por outro partido.

Tal como se vai ouvindo que há quem esteja no terreno a trabalhar numa lista independente, também já se vão ouvindo os primeiros ataques.

Nada de admirar

Mas quem anda pelo concelho percebe que uma candidatura independente não só “tem pernas para andar” como, no caso da sua eventual concretização, será uma séria e real candidata a derrotar a maioria que governa o Marco desde 2005


Caro Dr.Coutinho Ribeiro

O meu amigo diz que eu não rebati nenhuma das suas afirmações,nem eu entendi ter que o fazer.Limitei-me a insistir na minha descrença quanto a candidaturas ditas independentes de maior ou menor transversalidade.Aliás,bastará atentar ao que o meu amigo escreve,"pode ser constituida por pessoas que não se revêem no modus faciendi dos partidos".
É que também poderei depreender das suas palavras,que os tais independentes afinal poderão ser militantes dos partidos vigentes.Bastará que reconhecidamente não respeitem a disciplina partidária,para serem considerados personas gratas capazes de integrarem candidaturas independentes.Disciplina partidária,respeito pelas decisões tomadas democraticamente são só figuras de retórica.
Assim sendo tenho alguma dificuldade em conceber que uma amálgama de "militantes descontentes de várias cores político-partidárias" acabem por gerar os necessários consensos,se chegados ao poder.
Obviamente,meu caro,cada um crê naquilo que quer,não é assim?
Por exemplo,quando me questionam qual a minha cor partidária,respondo com uma chalaça,um convite ao meu interlocutor para aderir ao meu PPI (partido popular independente).
Sabe meu caro amigo,nunca ninguém me viu qualquer emblema partidário na lapela,declinei sempre convites de vários quadrantes partidários para me filiarem.Prezo demasiado a minha independência intelectual.A colaboração que decidi dar ao P.S. não me diminuiu,nem me coartou a minha liberdade de expressão e pensamento.Afinal o jogo democrático tem as mesmas regras em todos os campos,não é assim?Ou pelo menos deveria ter.
Talvez assim consiga compreender como uns são independentes,na aceção da palavra,e outros apenas dissidentes partidários.Nisto reside toda a diferença.E assim goste ou não,serei sempre aquilo a que cinicamente apelida de "bom independente".

Os meus cumprimentos
João Valdoleiros
João Valdoleiros a 16 de Novembro de 2012 às 22:38

Caro Dr. João Valdoleiros: Já percebi tudo. Independentes, sim, se forem do seu PPI. Cumprimentos

Caro Dr. Coutinho Ribeiro

Fico-lhe grato pelo esforço dispendido por si em compreender finalmente a minha noção de independente.Prometo não lhe arranjar outro quebra-cabeças.

Os meus melhores cumprimentos
João Valdoleiros
João Valdoleiros a 20 de Novembro de 2012 às 16:09

Caro Dr. João Valdoleiros: era, realmente, de tal modo fácil, que, de tão fácil, acabei a complicar.
Cumprimentos

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