Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
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Abr 09
publicado por J.M. Coutinho Ribeiro, às 19:18link do post | comentar

Quando se fala de eleições autárquicas no Marco, fará sentido a distinção entre esquerda e direita? Abel Ribeiro acha que sim. Eu entendo que não.

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Penso que não faz qualquer sentido aqui no marco, um combate esquerda/direita, nas autárquicas e se os puristas da politica enveredarem por esse caminho, será uma manifesta perda de tempo e mesmo um tiro nos próprios pés.
Qual esquerda? A do Sócrates? do PCP? do Bloco?
Cristiano a 20 de Abril de 2009 às 22:10

Não me espanta, Cristiano, que o amável comentador Abel Ribeiro caia na dictomia. O que me espanta é que quem, vivendo no Marco há muitos anos, ainda vá por aí de olhos fechados.

Caro Cristiano,
Ao perguntar sobre qual esquerda, tem que afastar a hipótese Sócrates.
Penso que não restam grandes dúvidas sobre o facto de Sócrates ser tudo o que ele quiser menos de esquerda. Muitos socialistas dizem-no.
João Monteiro Lima a 21 de Abril de 2009 às 13:44

Caro João monteiro Lima
Perfeitamente de acordo consigo, mas não podemos esquecer, que este governo foi a votos com um programa de esquerda (esquerda democrática, esquerda moderna, terceira via...) e nos primeiros dias de governação virou à direita para nunca mais de lá sair e agora volta a lembrar-se que é de esquerda, mas a esquerda que conta, segundo eles...
Crisriano Moreira a 21 de Abril de 2009 às 16:56

Caros Cristiano e João, permitam que vos contrarie e dê umas braçadas contra a maré. Votei PS/Sócrates em 2005 e voltarei a fazê-lo. No essencial, revejo-me nestes quatro anos de governação.
A esquerda democrática e moderada, social-democrata, com que me identifico não se envergonhou com as medidas deste Governo. Que medidas? Lanço algumas: forte impulso para a recuperação das contas públicas e para a criação de emprego até eclodir a crise internacional; aposta na sustentabilidade do sistema de segurança social e na harmonização do sistemas de protecção social entre o sector público e privado; eliminação de privilégios corporativos que alimentavam um sentimento de injustiça latente; forte investimento nas medidas sociais, fundamental em tempos de crise; reformas na saúde e educação; revisão do código do trabalho, etc.
Era possível fazer mais e melhor? Talvez. Foi tudo bem feito? Claro que não. Mas este Governo PS conseguiu muito mais nestes quatro anos do que os anteriores haviam alcançado.

Caro José Carlos Pereira,
quanto à revisão do codigo do trabalho, penso que é mais uma prova do desvio à direita do executivo de um partido dito socialista. Os seus autores (esses homens de esquerda como Bagao Félix) são os primeiros a admitir que o governo de Sócrates foi mais longe do que eles. E não foi na defesa dos trabalhadores e dos postos de trablaho.
Quanto ao emprego, penso que para a meta que o governo queria atingir já só faltam ... 150.000 postos de trabalho.
As reformas na educação estão à vista, bem como os largos apoios que tiveram entre os professores.
Mas será que este partido que apoia o governa é socialista? Penso que não. Se calhar nem social-democrata ...
João Monteiro Lima a 22 de Abril de 2009 às 13:54

Este Governo é digno da social-democracia e do socialismo democrático. Raramente as reformas são bem acolhidas pelas corporações, e a educação é disso um bom exemplo.
A revisão do código do trabalho pode não ser a ideal, aquela que utopicamente defenderíamos, mas é a adequada para fazer frente aos tempos que vivemos. É preciso que patrões e trabalhadores percebam a realidade de hoje e o quadro da globalização em que nos movemos. Não há mais empregos para toda a vida. Por que será que praticamente só vemos protestos na função pública? Quanto aos 150.000 empregos, é bom recordar, como Sócrates ontem fez, que, no final de 2007, antes da crise, este Governo tinha conseguido um aumento líquido de emprego superior a 130.000 postos de trabalho. Gostaríamos de mais? É claro que sim.

Concordo com tudo o que escreveu neste comentário e sobre a reforma da educação vou escrever na hora certa, neste momento não posso, um texto que vai ajudar a desmistificar a vitimação dos professores neste processo.
Maria Helena a 22 de Abril de 2009 às 21:02

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