Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
04
Mai 12
publicado por João Monteiro Lima, às 17:55link do post | comentar

O Presidente da Assembleia Municipal do Marco de Canaveses, António Coutinho, nas comemorações do 38º aniversário do 25 de Abril, proferiu o seguinte discurso

 

Uma das grandes vitórias de ’74 foi a consagração em sede constitucional de um conjunto normativo, com fundamento ético, comummente designado por Direitos, Liberdades e Garantias.

Abrangendo princípios tão diversos como o direito à vida e a liberdade de criação cultural, os artigos constitucionais incluídos neste capítulo congregam os fundamentos de uma sociedade de direito democrático na qual todos, sem excepção, temos o direito de viver.

Por outro lado e considerando que nenhum direito existe sem o contraponto de um dever, creio que será pertinente afirmar que também nos compete a todos defender estes princípios e tê-los sempre em mente na nossa ação quotidiana.

Estes direitos, liberdades e garantias por que tantos concidadãos lutaram estão hoje de alguma forma a ser postos em questão, particularmente no que se refere aos direitos sociais e económicos. Num contexto de substancial contracção, assistimos a uma degradação progressiva, mas bastante rápida, das condições de trabalho da nossa força laboral e da envolvente de gestão das nossas empresas.

A atitude mais fácil seria a de invocar a intervenção da Troika, fazendo residir na política preconizada por esta última a essência de todos os males. Creio, contudo, que um verdadeiro exame de consciência nos levará a concluir pela assunção de vastas responsabilidades próprias na situação actual.

Estas responsabilidades derivam essencialmente, no meu entender, da nossa manifesta incapacidade de compreendermos a mudança e os benefícios que esta traria, tivéssemos nós tido a sensatez de a olhar de frente e de a implementar.

Senão vejamos: não fomos capazes de olhar para o exemplo de sociedades economicamente mais desenvolvidas e de replicar os seus modelos económico-sociais, de forma a aproveitar a lição já testada por outros – deixamo-nos embalar pela ânsia de tudo conquistar, sem consolidar verdadeiramente nenhuma estratégia, sem solidificar o crescimento em bases sólidas e sem repercutir as boas práticas no nosso dia a dia.

Há um outro lado, porém, para esta questão e esse é o lado político. Mais uma vez, olhando à volta desta nobre sala, creio que poderemos também assumir a nossa quota parte de responsabilidade. Não se trata aqui de alocar culpas ao partido A ou ao partido B, não importa agora quem era governo ou quem era oposição. A única coisa que é relevante é aprender com os erros e não esquecer as lições da história recente.

Afinal, todos tínhamos o direito de exercer a nossa participação política, enquanto eleitores e eleitos e tratava-se de exercer também o nosso dever de responsabilidade política – de intervir activamente na construção de um tecido socioeconómico consistente e mais resistente à crise do que se tem vindo a revelar.

Esta assunção de responsabilidade é um passo importante na manutenção da boa ordem social que até ao momento nos tem agraciado. E a minha maior preocupação é com este aspecto em particular – como vamos manter um tecido social coeso e controlar o crescente desânimo de forma a não arriscarmos uma situação explosiva.

Sempre fomos um povo de brandos costumes e mesmo na nossa Revolução mantivemos uma postura da qual nos devemos orgulhar profundamente.

No entanto, nos idos de Abril os Portugueses nem saberiam ser de outra forma: a ditadura que nos tinha subjugado durante as décadas precedentes teve um impacto radical na destituição da vontade do cidadão comum.

Portanto, quando chegou o momento, fomos capazes de fazer a revolução e de a fazer com dignidade e honra, mas muito condicionados pelo que nos tinham feito ser.

Hoje, a realidade é extraordinariamente diferente. Todos nos habituámos – e ainda bem! – a sermos livres, a pensarmos por nós próprios e a ser exigentes com o acesso a um mundo melhor.

Num contexto em que a situação económica se exacerba, contudo, vai ser difícil prevenir o agravamento do descontentamento. E as circunstâncias parecem indicar que temos de agir se queremos impedir que tal aconteça.

O aumento da taxa de desemprego é um primeiro dado que traduz a contracção no rendimento disponível das famílias., sendo que as restrições na atribuição de subsídios e apoios também contribuem para esta redução – não estando aqui em questão a racionalidade de tais medidas.

O desemprego crescente não deverá contudo ser interpretado sozinho.

A questão da fragilidade das empresas nacionais tem de ser chamada à colação se vamos abordar a totalidade do problema: a dificuldade de acesso ao crédito bancário, o agravamento substantivo dos impostos sobre o consumo, a falta de flexibilidade da legislação laboral, e o envelhecimento da mão-de-obra acompanhado da falta de qualificação de uma percentagem substantiva da mesma são alguns dos constrangimentos que o empreendedor nacional terá de saber ultrapassar para sobreviver à crise e às medidas da Troika.

E sobre este problema da qualificação permitam-me reflectir com V/ Exas. sobre a nova vaga da emigração nacional. A sangria sofrida nos Anos 60 do século passado teve um contexto muito diverso do de hoje, mas é curioso constatarmos que, mais uma vez na nossa História, é o movimento migratório que surge com muita força nas perspectivas das gerações mais jovens.

E se é louvável que os Jovens queiram ir e conhecer e ganhar o seu lugar ao Sol, não deixa de ser algo triste que o façam em parte pelos motivos errados.

Se fossem porque se sentem Europeus, porque querem uma experiência internacional, até se fossem porque podiam abancar um pé de meia num instantinho, enfim, nada de mais.

Mas não, não é essa a realidade: vão porque em Portugal não têm trabalho, vão porque é a única hipótese de o seu agregado familiar ter um rendimento e isto de voltarmos às remessas dos emigrantes não é algo a que queiramos regressar!

Se só por si esta realidade é negativa, quando pensamos nas consequências que acarreta para o nosso futuro, então devemos ficar seriamente preocupados: os novos emigrantes têm um nível de qualificação escolar, técnica e científica que nos deixa privados dos melhores por cá.

Como podemos enfrentar qualquer desafio se as nossas forças se encontram dispersas?

Como podem as nossas empresas contratar os melhores, se os melhores saíram antes de estas terem a oportunidade de recuperarem desta conjuntura negativa?

Deixem-me falar-vos um pouco dos nossos Jovens, dos do nosso Concelho.

Ainda ontem conduzimos mais uma Assembleia Municipal de Jovens e assistimos à capacidade interventiva dos estudantes marcoenses que nela participaram. Os temas foram escolhidos por eles, as moções eram diversas e muito reflectidas e acima de tudo, demonstraram que o típico egoísmo da juventude afinal não é assim tão típico.

Os nossos Jovens estão preocupados: com o seu próprio futuro, sem dúvida, mas não só: estão preocupados com a degradação da rede social de apoio tradicional, da família enquanto célula basilar da sociedade e estão muito preocupados mesmo com os Idosos.

Para mim, confesso, houve alguma surpresa: não estava à espera que a forma como tratamos da população mais velha fosse objecto de tanta reflexão pelas escolas concelhias. E mais do que reflectir por puro exercício intelectual, os estudantes têm propostas, têm estratégias para pôr em prática e querem envolver-se e ajudar a resolver.

Não poderíamos exigir mais deles, já quem nem sempre fazemos tanto assim, certo?

E lançaria talvez esse repto aos presentes com capacidade de intervir e decidir: vamos tomar as rédeas desta situação e dar uma oportunidade a estas duas forças do Concelho – os nossos Jovens e os nossos Idosos – de terem uma participação mais activa na vida de todos e de exercerem também eles, os seus direitos, liberdades e garantias consagradas em Abril!

Afinal, os Portugueses são um povo sólido e com provas dadas na resistência à adversidade: foram tantos os momentos no nosso percurso histórico em que os desafios pareciam insuperáveis e contudo, aqui estamos: com todo o engenho para procurar soluções e com toda a força para as implementar.

Só assim exerceremos plenamente os nossos direitos e os nossos deveres.

É este exercício a mais importante conquista de Abril – possamos não precisar de reivindicar direitos, pois estes nos são reconhecidos e ser fiéis aos nossos deveres – só assim haverá verdadeira liberdade.

E com esta magna palavra devo terminar, citando Bernard Shaw: “A Democracia é o sistema que garante sermos tão bem governados como merecemos”.

 

 

Bem hajam.

Viva Marco de Canaveses

Viva Portugal


02
Mai 12
publicado por João Monteiro Lima, às 12:55link do post | comentar | ver comentários (1)

Deixo aos leitores a interenção de Rui Cunha Monteiro, líder do PSD Marco e do grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal do Marco de Canaveses

 

Por mais mutações que a sociedade portuguesa viva será sempre oportuno e imperativo comemorar o dia 25 de Abril de 1974 e os valores conquistados nesse dia pelas portuguesas e portugueses que ao longo de décadas se bateram pela democratização do nosso país.

Por essa razão, hoje, em 25 de abril de 2012, com Portugal e a europa mergulhados na maior crise de sempre, também partilho convosco esta comemoração, sentindo-a como momento de esperança apoiado na resiliência dos nossos compatriotas que conquistaram em abril de 74 a liberdade e a democracia para o nosso país.

Dos valores idealizados com a revolução dos cravos em Portugal, muitos felizmente, conquistaram-se e consolidaram-se e outros há que não se concretizaram. A evolução da nossa sociedade ao longo dos últimos trinta e oito anos proporcionou muito desenvolvimento para Portugal e para os portugueses mas não é menos verdade que o individualismo do cidadão, o culto da vaidade e o deslumbramento pelo poder perante um manancial de oportunidades surgidas em momentos facilitadores evidenciaram as fragilidades do sistema e a incapacidade dos portugueses em lidarem com os verdadeiros valores de justiça e liberdade. E hoje todos pagamos as consequências.

Histórias de corrupção, abusos de poder, enriquecimento ilícito, gestão danosa, entre outros crimes praticados nas últimas décadas por detentores de cargos de muita responsabilidade pública são das histórias mais vivenciadas pelos portugueses. O prejuízo de facto causado ao nosso país e aos portugueses por este modus operandi refletido na divida publica aliado ao descrédito provocado nos mais altos decisores do país pôs irremediavelmente em causa muitos dos valores idealizados em 25 de abril de 1974. E quem assim pensa e julga é o povo português e não um qualquer opinion maker ou comentador politico. É o nosso povo, são os portugueses.

A falta de rigor no trabalho, a falta de seriedade nas atitudes e o descaramento com que mentem pessoas com as mais altas responsabilidades indignificam as suas missões e os lugares que ocupam. Que não se deve mentir é dos primeiros ensinamentos que uma família dá aos seus filhos! Qual a frustração quando em adultos se deparam com aqueles que têm o dever de dar o exemplo, mentindo, enganando e sem princípios condignos aproveitando-se dos outros em seu interesse pessoal. Foi esta falta de ética de vida que nos empurrou a todos para o lamaçal de incertezas que hoje vivemos. E por mais ajudas económicas e financeiras que tenhamos se não houver em Portugal a capacidade de mudar esta atitude nada resultará. Virá um ciclo mais favorável e seguir-se-á novamente um desfavorável, pondo em causa cada vez mais o nosso regime político que tanto custou a conquistar e que muito nos orgulha.

A democracia e a justiça estão e estarão sempre nas mãos dos portugueses. Sendo certo que o poder muitas vezes se sobrepõe à justiça também é verdade que cada um de nós saberá cada vez mais atentar ao que o rodeia e usar os seus meios para contribuir para um país diferente, mais justo, mais verdadeiro e mais produtivo.

Cada português é igualmente importante para a recriação do nosso país. Lá vai o tempo em que alguns iluminados se julgavam donos da sabedoria e da estratégia. O destino mostrou a sua incapacidade e a sua invalidez.

Ninguém deve ficar parado.

Todos devem ser interventivos.

Todas as opiniões são válidas.

Ninguém se deve menosprezar das suas capacidades.

Um exemplo paradigmático que não posso deixar de citar é o estado da nossa agricultura. Há uns anos atrás, quando o dinheiro ilusoriamente parecia abundar não havia político que olhasse para a agricultura em Portugal com o mínimo de dignidade que esta merecia e sempre mereceu. A estratégia foi de tal ordem depreciativa que se subsidiou o abate para cremação de vitelos recém-nascidos entre outros incentivos à não produção e onde ser agricultor era uma profissão de menor importância. O nosso povo mostrou estranheza, dizia-se a voz corrente, um país sem agricultura não garante a sua subsistência! Veremos como será o futuro!

Hoje vivemos esse futuro e esse futuro mais uma vez mostrou que sábio era o povo, porque tinha a experiência da vida real e não a experiência dos gabinetes.

E para deceção de todos nós, aqueles que no passado destruíram a agricultura portuguesa são hoje os primeiros a colocarem-se na primeira fila dos defensores da agricultura como uma das possíveis saídas para a crise que Portugal vive. Usam e abusam da boa-fé dos portugueses e da sua capacidade de tolerância com o maior dos descaramentos.

Caras e caros marcuenses, escamotear esta nossa realidade é mostrar incapacidade de seguir em frente por melhor caminho.

Viver agarrados a este passado recente também não nos permitirá evoluir.

Resta-nos meter mãos à obra e cada um fazer a sua parte, dando o exemplo e não se deixando enganar.

O índice de desemprego, nomeadamente nos jovens licenciados deve ser encarado como uma oportunidade para a criação do próprio emprego.

O nível de qualificação entre os nossos jovens licenciados é excelente. E é por este grupo etário que a mudança terá que acontecer. É necessário arriscar! Dar o passo em frente. Olhar o mercado e definir setores estratégicos onde apostar.

Sabemos que nada é fácil e hoje particularmente, mas devemos acreditar. Temos quadros qualificados ao mais alto nível que devem ser estimulados a empreender e a criar o seu próprio emprego. Serão as pequenas e médias empresas que darão o impulso que Portugal precisa para abrir os horizontes do futuro.

É necessário acreditar no valor de cada um e procurar sem limites de esforço atingir o sucesso.

A mobilidade é hoje muito importante na vida profissional de todos nós. Mas beneficiando-se das novas tecnologias e das novas oportunidades de transporte facilmente chegamos a casa em qualquer meia dúzia de horas.

O foco na excelência ditará a diferença entre o sucesso e o insucesso.

O combate ao desperdício, a disciplina, o rigor nos processos, a frugalidade e a melhoria contínua são a base para a melhor conta de exploração.

É verdade que muitas adversidades encontrará quem hoje se lança no mercado de trabalho, nomeadamente criando a sua empresa. Mas é fundamental acreditar e arriscar. Arriscar dentro de cenários ponderados, mercados analisados e possuindo a formação adequada.

Acredito muito nos nossos jovens. Acredito que a excelente formação que hoje dota a grande maioria dos nossos licenciados precisa apenas de um incentivo na capacidade de arriscar para os lançar na vida empresarial e na criação do seu emprego. Este é um momento de oportunidade pois nada têm a perder e tudo o que criarem terá um valor acrescido.

A esperança na ajuda de um estado em falência é perda de tempo. O tecido produtivo nacional não conseguirá acompanhar na absorção a mão-de-obra qualificada formada anualmente pelas nossas universidades. Portugal precisa como nunca de um espirito empresarial na sua bolsa de técnicos. Antes de abandonarem Portugal tentem. Ao menos tentem os seus valores!

Indicar setores promissores não é sério porque as variáveis inesperadas são sempre muitas. Incentivar deve ser o nosso papel. Os mercados, cada um saberá encontrar o seu.

Caras e caros conterrâneos, não posso terminar sem uma referência objetiva a algumas causas marcuenses que estão na ordem do dia e que necessitam e merecem o envolvimento de todos nós. Algumas com mediatismo recente como é o caso da eletrificação da linha do douro até Marco de Canaveses e a manutenção dos comboios desde Caíde. Outra é a construção do IC35 entre Penafiel e Entre-os Rios, servindo o baixo concelho e a importante industria do granito. E ainda outra é a manutenção do tribunal do Marco com as atuais valências pois a justiça faz-se também com proximidade. Estes são três exigências das quais não devemos abdicar. Já somos um concelho sofrido e não nos podemos dar ao luxo de perdermos aquilo que é nosso por direito!

Quando a disponibilidade de orçamento exige muito rigor, também o bom senso deve imperar. Não podem as regiões mais pobres ficar cada vez mais debilitadas e mais pobres e as mais ricas, como é Lisboa e vale do tejo, serem cada vez mais favorecidas.

Estaremos com os marcuenses, sempre, nestas e noutras causas municipais e supramunicipais. Não mais fazendo que o nosso dever e com muito gosto no nosso sentir de marcuenses.

Viva Portugal

Viva o Marco de Canaveses

 

O Líder do PSD

Rui Cunha Monteiro


01
Mai 12
publicado por João Monteiro Lima, às 12:55link do post | comentar

Na sessão comemorativa do 25 de Abril, realizada na passada 4ª feira, a líder do grupo municipal do Movimento Marco confiante com Ferreira Torres, Natália Ribeiro, proferiu o seguinte discurso.

 

Dirijo-me a vocês não como Deputada Municipal mas como uma jovem, pós 25 de Abril de 1974.

O que sei desse dia foi-me contado por familiares e pelo que aprendi na História de Portugal. Não tive que lutar pela liberdade de expressão, mas outras lutas terei e teremos que enfrentar.
Eu sei que a situação actual não é a melhor em Marco de Canaveses, contudo, penso que é tempo de parar para pensar e lutar pelo dia de amanhã. Para isso, é necessário corrigir os erros do passado, olhar para o presente e assim, projectar um futuro melhor.

Ao procurarmos um país ou, um concelho mais justo, equilibrado e solidário, é necessária dar uma resposta que para ser atingida deve passar pelos jovens. Jovens empreendedores e dinâmicos que muitas das vezes não estão a ser valorizados, e por isso, são forçados a procurar respostas além fronteiras onde alcançam sucesso. O necessário é criar condições para que estes jovens venham contribuir e participem no nosso concelho, no nosso

país, pois somos nós que lhes proporcionamos a sua educação mas não conseguimos retirar proveitos decorrente da sua competência e conhecimento.

Para isso temos que deixar as diferenças politicas de parte, e lutarmos unidos para encontrar um caminho com a finalidade de tentar diminuir (porque acabar com elas é quase impossível) com as injustiças sociais, a falta de emprego e os problemas na saúde e na educação. Temos que nos unir para tentar travar este poço fundo onde o nosso país se encontra, só assim poderemos evocar de uma forma mais alegre Abril.

Por isso com a convicção que vamos ultrapassar esta fase difícil em que nos encontramos,

 

VIVA O 25 DE ABRIL

VIVA O MARCO DE CANAVESES

VIVA PORTUGAL

Marco de Canaveses, 25 de Abril de 2012


30
Abr 12
publicado por João Monteiro Lima, às 12:55link do post | comentar

O líder do grupo municipal do PS, João Valdoleiros, proferiu o seguinte discurso nas comemorações do 38º aniversário do 25 de Abril.

Transcreve-se

 

Comemora-se hoje, mais um aniversário, o 38º da Revolução de Abril de 1974, acontecimento marcante da nossa História contemporânea, realizada por um grupo de valorosos militares, os Capitães de Abril, que devolveu a Portugal e aos Portugueses o estatuto de nação livre, devolvendo-nos a Liberdade e a Democracia, há muito sonegados por um execrável regime ditatorial, que subjugava tudo e todos através do medo imposto pela acção duma tenebrosa polícia política e duma castradora censura, que amordaçava a liberdade de expressão e pensamento.

A Revolução de Abril devolveu Portugal ao seio das nações livres e democráticas, de onde há muito tínhamos sido expulsos, pela prática política do regime vigente de então, proporcionando-nos um abrir de portas e com isso obter a solidariedade e o reconhecimento de nações com longa e forte vivência democrática.

Recordo, principalmente aos mais jovens, que naquela época, não eram respeitados os mais elementares Direitos do Homem, violentando-se constantemente o direito à liberdade de expressão e do pensamento, o direito à liberdade de reunião e de circulação de pessoas e bens e ainda o acesso a direitos tão básicos, por tão essenciais, como o direito à Saúde, à Escolaridade, à Justiça, à Protecção Social e à Cultura.

Direitos, todos eles reconhecidos na Carta das Nações Unidas e na Declaração dos Direitos Universais do Homem, postos em prática em todos os países defensores e respeitadores da Liberdade e da Democracia.

O Portugal de hoje, por comparação com o do antigo regime, é um país que apesar de sofrer, ciclicamente, crises de carácter económico-financeiro, graves pelas suas repercussões na nossa economia e no bem – estar social, crises que não podem dissociar-se de factores de ordem diversa, quer internos, quer externos, apresenta toda uma série de índices, que comparativamente ao passado nos colocam em níveis muito próximos dos países mais desenvolvidos, nomeadamente nas áreas da Cultura, da Saúde e do Social.

Portugal era só o país da OCDE com os piores índices educativos, herança, que nos dias de hoje parece perseguir-nos, se tomarmos em consideração algumas das actuais políticas neste campo.

No campo da Saúde, o Portugal do antigamente, apresentava um dos piores índices de morbilidade e mortalidade natal, peri - natal e infantil, só equiparados ao dos países mais subdesenvolvidos dos continentes africano e sul-americano.

Com a criação dum Serviço Nacional de Saúde abrangente a toda a população, fruto de políticas de prevenção e do trabalho muito meritoso dos seus profissionais, Portugal pode orgulhar-se hoje dos seus índices neste campo, índices que nos colocam ao nível dos países mais desenvolvidos.

No campo da Acção Social praticamente nada existia, que garantisse aos Portugueses, os apoios necessários e indispensáveis na velhice, na doença, na invalidez, no desemprego e à família. Com a mudança do paradigma político português tudo se transformou e foram rapidamente implementadas medidas, para suprir todas estas necessidades de apoio social e combate à pobreza em que vivia uma parte significativa da nossa população.

Perante a actual e grave crise económico-financeira que a Europa, e Portugal em especial atravessa, deverá a sensibilidade dos líderes políticos neste momento de recessão estender-se directamente sobre as famílias, em especial as mais carenciadas de forma a garantir a dignidade humana, atendendo sempre aos valores da igualdade, equidade e justiça, enfatizando a função social do Estado.

Deverão as autarquias municipais e de freguesias reforçar os seus programas de apoio social em planos de actuação, com variados níveis de resposta, consoante a gravidade das situações, se para tal forem chamadas.

Neste campo tem especial relevância a acção das juntas de freguesia, dada a proximidade às populações, ao melhor conhecimento dos problemas e ao mais fácil despiste dos casos de maior carência social.

Os detentores de cargos políticos têm a redobrada obrigação, porque merecedores da confiança dos eleitores de actuar com responsabilidade, com honestidade e com sobriedade. Nunca deverão minimizar os ensejos e as necessidades das suas populações e deverão saber actuar ouvindo atentamente as suas opiniões, valorizando o seu conhecimento prático e a vivência das suas populações, promovendo desse modo, a democracia participativa, incentivando-as ao exercício duma cidadania, que não se limite ao expressar do seu voto nas eleições.

Os valores e os princípios, que o 25 de Abril nos trouxe, Igualdade, Equidade, Paridade e Justiça deverão reger as atitudes e os comportamentos dos políticos, em especial daqueles a quem o Povo delegou o poder de distribuir, afinal o que não é deles, mas sim desse mesmo Povo.

No actual panorama político português, sentem-se pressões para que as vontades e os desejos de uns tantos sejam respeitados e satisfeitos, por vezes com prejuízo dos mais desfavorecidos e dos mais desprotegidos, desvirtuando-se os princípios fundamentais do 25 de Abril e da própria Constituição da República.

O caminho que percorremos até aqui, diz-nos que não basta homenagear a gesta dos capitães de Abril, é preciso também que a façamos acontecer todos os dias nas nossas vidas e não permitir, que as actuais e as vindouras gerações a deixem apagar-se na memória dos tempos. 

Diz-nos igualmente, que deveremos estar alerta, pois os inimigos da Liberdade e da Democracia não desarmaram nunca, mostram-se persistentes, mascarando-se tantas vezes de democratas para melhor iludir e confundir o Povo. Desrespeito pelas normas constitucionais, atentados contra os interesses das populações nas áreas da Educação, da Saúde, da Justiça, do Apoio Social, repetem-se todos os dias a coberto duma política, que tudo quer justificar com a grave crise financeira, mas que deixa incólumes os interesses dos mais poderosos.

Tudo isto cria um estado de insatisfação e de alguma agitação social, terreno fértil para que se crie em alguns a sensação de desagrado e desencanto pela Liberdade e Democracia de Abril, tão conveniente aos interesses inconfessáveis de alguns saudosos dum regime ditatorial, que privilegiava os seus fanáticos seguidores em desfavor de todos os outros.

É pois, imperioso, que a actuação de toda a classe política seja de forma a cortar cerce esta desconfiança e descrença sentida actualmente por uma parte significativa dos cidadãos, em especial, pelos mais jovens, que não tendo vivenciado a experiência do regime deposto a 25 de Abril, não poderão ter a percepção, nem a mais correcta informação das traumatizantes experiências que muitos de nós sofremos na própria pele e nos atentados aos mais elementares direitos dos cidadãos.

Porque Abril vive e viverá sempre nos nossos corações, porque a abnegada e generosa luta dos Capitães de Abril pela Liberdade e pela Democracia, deve merecer o inquestionável reconhecimento e agradecimento de toda uma Nação, apelo aos responsáveis políticos portugueses para que tal data nunca deixe de ser festejada, pois tais acontecimentos, ímpares na nossa História, como este, não podem, nem devem ser tratados como uma qualquer festividade.

 

Viva o 25 de Abril de 1974

Viva o Marco de Canaveses

Viva Portugal            


29
Abr 12
publicado por João Monteiro Lima, às 12:55link do post | comentar

Nos próximos dias publicarei aqui no Marco 2009 as intervenções dos líderes municipais nas comemorações do 25 de Abril.

Para tal solicitei aos diversos líderes, as suas intervenções. Tal como na cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a primeira intervenção será a minha

 

No ano em que Portugal celebra o 38º aniversário do 25 Abril, revolução que devolveu aos portugueses a liberdade e a democracia, após 48 anos de tirania fascista, e, se excluirmos as comemorações populares nos anos imediatos à Revolução e o 25º aniversário, o Marco relembra Abril apenas pela 7ª vez. 

Anos houve em que no Marco, o 25 de Abril, mais não era do que o 25 do 4, saudoso que era o poder de então do antigo regime.

 

Aquando do 33º aniversário do 25 de Abril de 1974, nesta mesma sala, alertei para o facto de, todos os dias, assistirmos, a par da privatização de muitas funções sociais do Estado, ao encerramento de Esquadras de Polícia, de Hospitais, de Centros de Saúde, de Maternidades, de Tribunais, bem como ao encerramento de largas centenas de escolas, numa óptica meramente economicista que em muito prejudica os portugueses.

Nestes 5 anos, o ataque aos ideais, valores e conquistas do 25 de Abril, não abrandaram. Muito pelo contrário, agravaram-se

 

Vejamos, por exemplo, a recente decisão da CP de suprimir 15 horários de comboio que ligam o Marco a Caíde, naquele que poderá ser o derradeiro ataque à linha do Douro. Assim, este é o momento de felicitar a Comissão de utentes da Linha do Douro, bem como todos os marcoenses e não marcoenses que participaram na grandiosa manifestação do passado domingo, manifestação contra a supressão de horários e pela electrificação da Linha do Douro. A luta pela Linha do Douro está longe de ter terminado, pelo que se apela também aos marcoenses e não marcoenses, municípios e partidos políticos, para continuarem alerta e dispostos a novas formas de luta na defesa da nossa terra e da nossa região. Este ataque ao transporte público ferroviário, transporte essencial para tantas e tantas pessoas, mais não é do que mais uma medida e um sacrifício a juntar a tantos outros que vêem sendo pedidos os portugueses e que, há muito tempo, ultrapassaram os limites do suportável.

A manifestação do passado domingo, apartidária, é também a prova de que os marcoenses estão também indignados com os sacrifícios que lhes são pedidos. Era possível ler em alguns cartazes que os marcoenses “estão fartos de ser roubados

 

E esta é uma verdade indesmentível, pois é assim que se sentem muitos milhares de marcoenses.

 

Os marcoenses foram, estão e continuarão a ser roubados, fruto das opções políticas de quem dirigiu os destinos dessa nossa Terra.

 

 

Ao retirar comboios na Linha do Douro, estão a roubar os marcoenses. 

 

Ao não ter sido feito um investimento nas redes de água e de saneamento, foram roubados os marcoenses.

 

 

Ao privatizar-se a concessão da água e a recolha do lixo, foram roubados os marcoenses. Quem já esqueceu as tarifas praticadas e contrato de concessão, ou mais recentemente os gastos assumidos para a modificação unilateral do contrato da água?

 

 

Aos desbaratar sem regras milhares de euros no futebol profissional, foram roubados os marcoenses. Quem já esqueceu que o extinto Futebol Clube do Marco viveu muitos anos acima das suas possibilidades, tão só porque a Câmara era um poço sem fundo.

 

 

Ao existirem extensões de saúde no concelho, sem médicos, estão a ser roubados os marcoenses.

 

 

Ao diminuírem as verbas a transferir pelo Estado para os municípios e freguesia, estão a roubar os marcoenses

 

Ao terem que suportar as taxas máximas do IMI e a derrama, os marcoenses estão a ser roubados

 

Ao serem deliberadas obras sem cabimentação orçamental, como as de 2005, estão a ser roubados os marcoenses. Veja-se que só agora é que as

mesmas serão pagas e que, entretanto, algumas das empresas entraram em processo de insolvência.

 

Com o encerramento de empresas, o despedimento de trabalhadores, o trabalho sem direitos e o aumento da emigração, estão também os marcoenses e o Marco a ser roubados.

 

 

O roubo que foi feito aos marcoenses não é só um roubo de “valores” é também um roubo de futuro. Roubaram o futuro dos marcoenses, quando o mesmo foi hipotecado pelo contrato de reequilíbrio económico-financeiro

 

 

A crise que o Marco e o País estão a atravessar, como muito bem disse o nosso conterrâneo D António Couto – Bispo de Lamego, no Congresso dos 160 anos do Município do Marco de Canaveses, não é só uma crise de “valores” mas uma crise de Humanidade. É pois este o momento de inverter o caminho. E isso mesmo foi o 25 de Abril de 1974, uma inversão no caminho do retrocesso em que Portugal seguia.

 

Não estando em causa – pelo menos para já - a liberdade e a democracia, e quando se assiste a um ataque cerrado a direitos fundamentais, no campo laboral e social, saibamos resistir como os muitos de portugueses antes de Abril, e seremos capazes de construir uma vida melhor num Portugal de futuro.

 

Viva o 25 de Abril de 1974

 

Viva o Marco de Canaveses

 

Viva Portugal


25
Abr 11
publicado por João Monteiro Lima, às 12:05link do post | comentar

 

 

 


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24
Abr 11
publicado por João Monteiro Lima, às 23:55link do post | comentar

A 1ª senha para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas, foi dada por João Paulo Dinis aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa:
«Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74, E Depois do Adeus ...»

 


25
Abr 10
publicado por José Carlos Pereira, às 00:15link do post | comentar | ver comentários (2)

Hoje, dia 25 de Abril de 2010, assinala-se o 36º aniversário da revolução dos cravos. Como modesto contributo para assinalar esse dia que nos abriu as portas de um futuro diferente, trago aqui o texto publicado na edição desta semana do “Repórter do Marão”:

 

Comemorar o 25 de Abril de 1974 é recordar uma data determinante do Portugal contemporâneo – o dia em que um punhado de jovens militares teve a ousadia e a coragem de conduzir uma revolução que mudou o regime político e abriu as portas à construção de um estado de direito, livre e democrático.

Não é possível lembrar esse dia sem enaltecer a acção desses homens a quem tanto devemos e à frente dos quais me permito destacar, pela coragem, pela humildade, pelos valores, pelo desapego ao poder, o malogrado Salgueiro Maia.

O processo revolucionário que se viveu nos anos imediatamente a seguir à revolução não foi isento de percalços, mas foram esses jovens capitães de Abril que permitiram que a minha geração e as que se lhe seguiram crescessem numa sociedade renovada, aberta, plural, receptiva a todas as formas de manifestação artística e cultural. Sem censuras, sem medos, sem ameaças. Sem polícia política e sem guerra. Com total liberdade.

O país renascido em Abril percorreu o seu caminho, por vezes com dificuldades, mas soube ganhar o respeito da comunidade internacional, acabando por constituir um exemplo pela forma como decorreu o processo de transição para o regime democrático e a integração na União Europeia.

Contudo, trinta e seis anos depois da revolução de Abril, há ainda muito por fazer. Quando olho para a nossa região, vejo indicadores de desenvolvimento dos mais atrasados do país. Seja na educação, na cultura, na economia ou no ambiente. É urgente, por isso, encontrar um rumo novo.

Não nos podemos conformar com as elevadas taxas de abandono e insucesso escolar, com o baixo investimento na cultura e no património, com as crescentes taxas de desemprego, com o definhar do comércio tradicional e da agricultura, com a escassez de empresas de capital tecnológico, com a insuficiente cobertura das redes de água e saneamento, com o desinvestimento na defesa e valorização da floresta e dos recursos naturais.

É necessário ajudar a construir um país novo. Com esperança, determinação, ousadia e ambição. Ainda e sempre, em nome de Abril!


25
Abr 09
publicado por João Monteiro Lima, às 09:30link do post | comentar

Com tantas eleições à porta, é sempre bom relembrar o grande poder de que dispomos: o voto.

A sua importância foi tantas vezes esquecida que há quem o encare como ritual. Mas não entendo assim o voto. Muito menos no Marco. Muito menos nas próximas autárquicas.

O voto dos marcoenses é determinante para o futuro do concelho.

A escolha não é difícil. Temos ou a opção pelo passado com resultados visiveis ou a opção pelo futuro.

Neste 25 de Abril de 2009, é preciso acreditar num Marco melhor no futuro. Tão só porque é possível. Assim o povo ordene.


publicado por J.M. Coutinho Ribeiro, às 00:01link do post | comentar | ver comentários (3)

 

Foi há 35 anos. Olhando para o estado do país, parece que, no entanto, alguma coisa falhou.

 


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