Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
26
Fev 10
publicado por José Carlos Pereira, às 13:10link do post | comentar | ver comentários (3)

De há uns anos a esta parte virou moda a questão da toponímia, mesmo nos lugares mais recônditos. E não só em Marco de Canaveses. Essa mania de querer “urbanizar” todos os locais, de lhes dar à viva força um nome de rua, muitas vezes o do próprio lugar, e um número de polícia, foi impulsionada pelos correios e nunca houve ninguém que se lhes opusesse. No fundo, parece que todos ambicionavam ter um nome na sua rua e um número na porta de entrada, mesmo se ninguém os usa a não ser o carteiro…

Pois bem, daí não vem mal ao mundo, mas confesso que fiquei incomodado ao ler um aviso da Junta de Freguesia de Soalhães – o mesmo se deve ter passado noutras freguesias – em que se diz às pessoas que, segundo os CTT, aqueles que não tiverem actualizado os seus documentos e a correspondência pessoal, de acordo com a nova toponímia, verão o seu correio ser devolvido.

Onde é que já chegamos? Os funcionários dos correios agora ditam leis sobre a vida do cidadão comum? As pessoas simples e humildes que toda a vida chamaram o mesmo nome ao local onde nasceram e viveram são obrigadas, à força, a mudar toda a “papelada” para não serem excluídos pelos carteiros e demais funcionários dos correios? É fácil assustar essas pessoas dizendo-lhes que as suas pequenas reformas serão devolvidas, mas não há ninguém que se levante e ponha estes tiranetes no sítio?


pesquisar neste blog
 
blogs SAPO