Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
27
Ago 09
publicado por José Carlos Pereira, às 00:45link do post | comentar | ver comentários (3)

O JN de ontem voltava a destacar as eleições autárquicas em Marco de Canaveses, desta feita numa peça sobre os orçamentos de campanha. Entre doze municípios em análise, lá vinha o nosso concelho, fazendo antever que, de facto, as eleições locais vão ser seguidas pelo país político.

Contudo, mais uma vez a informação vem deficiente, já que identifica apenas os orçamentos apresentados pelo PS, pelo PSD e pelo movimento de Norberto Soares, deixando de fora a CDU e o movimento de Ferreira Torres. Segundo os dados disponibilizados, Artur Melo liderará as despesas de campanha (121.400 euros), seguido de Manuel Moreira (95.800 euros) e de Norberto Soares (53.500 euros). Uma hierarquia surpreendente.

Quem tem experiência destas andanças sabe no entanto que os orçamentos (e as contas) apresentados são quase um pró-forma, uma formalidade a que as candidaturas estão obrigadas e que os partidos ajudam a formatar. Veja-se a propósito que PS e PSD apresentam exactamente o mesmo orçamento em Felgueiras e em...Marco de Canaveses. Do mesmo modo que as candidaturas do PSD a Gondomar, Oeiras, Matosinhos e Coimbra apresentam o mesmo orçamento de 287.500 euros. Coincidências!

São factos destes que contribuem para o descrédito da actividade política e para a desconfiança latente que os eleitores têm sobre os partidos e o financiamento das campanhas eleitorais.

 

Nota: os dados sobre Marco de Canaveses apenas são visíveis na edição em papel do JN, uma vez que a infografia que acompanha a notícia não surge na edição online.

 

 


15
Jun 09
publicado por João Monteiro Lima, às 00:25link do post | comentar | ver comentários (1)

O líder do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, não perde uma oportunidade para dizer o que lhe vai na alma. E, normalmente, não é nada de bom.

Jardim, considera, aliás, sempre considerou "o povo madeirense um povo superior", e como o melhor jogador de futebol do mundo "é madeirense também tem que se pagar um valor superior".

Já se Cristiano Ronaldo fosse do continente se calhar já não se importaria que recebesse uns míseros euros, ou não recebesse nada como acontece a muitos jogadores de futebol. Esqueceu-se que CR se formou no Sporting, ou seja, em Lisboa e que foi lá que se fez jogador de futebol.

Esqueceu-se que há muitos portugueses que não ganham por dia o que CR ganhará por minuto, que muitos portugueses (muitos deles madeirenses) não ganham por ano o que CR terá pago por noite nas férias nos Estados Unidos. Já para não falar da verba da transferência, cerca de 93 Milhões de Euros, que deve ser muito dinheiro.

Às vezes dá vontade de dizer: porque não dar-lhes a independência por seis meses para ver como sobreviriam sem os impostos dos "contenentais"? Ou então parafrasear Juan Carlos de Espanha: "por qué no te callas?"


18
Abr 09
publicado por José Carlos Pereira, às 18:50link do post | comentar

A Assembleia Municipal aprovou ontem, por maioria, a declaração de desequilíbrio financeiro estrutural, o plano de reequilíbrio financeiro e a contratação de um empréstimo de 7 milhões de euros, que adiciona à dívida anterior de 43 milhões de euros. Na base desta decisão, está a necessidade de proceder ao pagamento das obras realizadas em 2005, na véspera das eleições, sem que as mesmas tivessem a respectiva cabimentação. O anterior executivo optou por atribuir subsídios a juntas de freguesia e associações do concelho para a realização de obras sem o devido enquadramento legal, gerando assim um problema de difícil resolução.

Lindorfo Costa, com o à vontade de sempre, defendeu a política anterior, aprovou o novo empréstimo e até disse que a Câmara já podia ter saldado as dívidas em causa. Manuel Moreira explicou-se e contra-atacou Lindorfo Costa com frontalidade. Rui Cunha saiu em defesa do actual executivo.

Pela minha parte, critiquei a (des)governação que liderou Marco de Canaveses até 2005 e foquei as razões que conduziram à necessidade de declarar a ruptura financeira em 2004, com consequências que se estendem por mais de vinte anos. Aliás, as decisões gravosas para o erário público também estiveram na base da necessidade deste novo empréstimo, causado em grande medida pelos "compromissos de boca" em cima das últimas eleições. A Manuel Moreira critiquei a demora na condução deste processo, lembrei que não podem ser assacadas culpas ao Governo se este olha para a Câmara com redobrada atenção - a verdade é que a Câmara, aos olhos das pessoas comuns, construiu uma imagem que não é a de uma pessoa de bem. Sobre a necessidade de pagar às empresas, que se compreende, não pude deixar de recordar que essas empresas podem empregar umas centenas de trabalhadores, mas que os dinheiros da autarquia pertencem a todos os 55.000 marcoenses. Referi que os 7 milhões do empréstimo consignado permitirão à autarquia preparar-se também para avançar com os projectos dos centros escolares, o que é "simpático" em ano eleitoral, e para fazer face a alguns compromissos judiciais.

Se votei contra o reequilíbrio financeiro de 2004, não podia votar favoravelmente um plano cujos pressupostos estão muito próximos. Abstive-me, dizendo que essa posição tinha um efeito objectivo igual ao voto contra, uma vez que a Câmara necessitava da aprovação pela maioria efectiva dos membros da Assembleia, mas que encerrava uma leitura política diferente, já que assim reconhecia a necessidade de encontrar uma saída para satisfazer compromissos em dívida com terceiros, vencidos quase há quatro anos. Será bom lembrar, contudo, que nada está garantido e que o Governo terá a última palavra na aprovação do plano de reequilíbrio e do consequente empréstimo.


22
Mar 09
publicado por José Carlos Pereira, às 19:35link do post | comentar

Coutinho Ribeiro referiu-se aqui a dois espisódios que lhe causaram perplexidades no mandato anterior: a aprovação, às pressas, do plano de reequilíbrio financeiro e da concessão da água e saneamento. Avelino Ferreira Torres já estava de saída, mas conseguiu fechar dois dossiers que permitiram um elevado encaixe financeiro, à Câmara e ao concessionário.

Contudo, outros dois dossiers com sérias implicações financeiras poderiam ser acrescentados a essa lista: o negócio do cineteatro Alameda - envolvendo curiosamente um grupo empresarial marcoense que também era (é?) accionista da Águas do Marco - que está actualmente nos tribunais, uma vez que a Câmara se recusou a pagar a segunda tranche de aproximadamente um milhão de euros e reclama a nulidade do contrato; e o famigerado negócio do CIRVER - Centro Integrado de Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos, que o "amigo" ministro Luís Nobre Guedes tanto queria trazer para Marco de Canaveses, satisfazendo os apetites dos investidores interessados.

Como se vê, não faltavam motivos para ficarmos perplexos com as decisões e os curiosos processos que envolviam a maioria anterior. Coutinho Ribeiro diz que tem suspeitas. Quem não as tem?


20
Mar 09
publicado por J.M. Coutinho Ribeiro, às 01:22link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Parece que o projecto que a Câmara tinha para proceder ao reequilíbrio do reequilíbrio financeiro consumado no mandato anterior, está comprometido. Más notícias para Manuel Moreira, que, provavelmente, via no novo plano uma forma de obter liquidez que lhe iria permitir "foguetório" nos meses que faltam até às eleições. À cautela, o edil anda a promover reuniões com os representantes dos demais partidos com representação autárquica para se explicar e, eventualmente, para evitar grandes ondas oposicionistas.

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