Marco de Canaveses contará dentro em breve com uma nova unidade turística em Santo Isidoro – a Casa de Andrães. Composta por núcleos de alojamento autónomos, com piscina e infra-estruturas para todo o tipo de eventos, a Casa de Andrães está muito bem localizada, num local tranquilo e sossegado, mas ao mesmo tempo próximo das principais vias de comunicação rodoviária e ferroviária e a dois passos do rio Tâmega.

Investimento familiar conduzido pela minha amiga Cláudia Miranda, também docente no Colégio de S. Gonçalo, em Amarante, a Casa de Andrães prepara-se para ser uma unidade de referência na região, sendo já hoje procurada por pessoas de todo o país que aí pretendem organizar estadas e eventos.

O concelho necessita de investimentos turísticos diferenciados e de qualidade. Ver uma amiga de muitos anos protagonizar um projecto nesta área deixa-me particularmente satisfeito, pois essa é uma forma privilegiada de empreender, criar emprego e atrair turistas a Marco de Canaveses.

Em tempos de crise merecem aplausos todos os novos projectos empresariais, por aquilo que representam de espírito de iniciativa e de empreendedorismo. Se o investimento parte de um amigo, então há razões redobradas para aplaudir e incentivar.

O gestor Manuel Carva, depois de largos anos no grupo Magridouro, abre hoje na cidade de Marco de Canaveses, no edifício Sonae, as instalações da empresa Domotisegurança. Como o nome indica, dedicar-se-á à comercialização e instalação de equipamentos para domótica, segurança e automação.

Manuel Carva está há muito radicado em Marco de Canaveses e fez uma incursão na política local em 2005 e 2006, quando foi o número dois da candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal e mandatário concelhio da candidatura presidencial de Mário Soares.

O “Jornal de Notícias” de ontem dava atenção ao facto das embarcações comerciais estarem proibidas de navegar no rio Douro desde o início do ano, afectando muito a actividade exportadora dos industriais de granito que utilizam os cais de Várzea do Douro (Marco de Canaveses) e Sardoura (Castelo de Paiva). Segundo o jornal, algumas empresas já suspenderam a produção e crescem os prejuízos registados com esta situação.

O Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos defende que o caudal do rio não tem permitido a eclusagem em condições de segurança. Contudo, o facto dos barcos comerciais estarem impedidos de navegar e o mesmo não suceder com as embarcações turísticas aumenta a incompreensão e os protestos dos empresários atingidos.

Formação e Emprego

O desemprego cresceu de forma significativa no concelho de Marco de Canaveses e tem sido difícil inverter os indicadores do abandono e insucesso escolar. É urgente, por isso, encontrar um novo caminho, que trave o empobrecimento e a emigração crescente dos mais novos.

Defendo que as escolas se abram cada vez mais à comunidade e proporcionem a formação adequada às necessidades, através de uma grande interligação entre escolas, autarquia, associação empresarial, centro de emprego e os próprios empresários.

É também necessário recuperar aqueles que já estão fora do sistema educativo mas que não têm as competências exigidas pelo mercado de trabalho. Qualificar os recursos é uma forma de contribuir para a criação de emprego, o aumento da produtividade e um melhor clima social. A palavra aos actores...

O "Jornal de Negócios" publicou na sexta-feira passada um dossier sobre a competitividade dos municípios, em vésperas de eleições autárquicas. Nas contas que apresentava citou Marco de Canaveses como sendo, a par de Câmara de Lobos, na Madeira, um dos municípios com menor peso percentual de micro-empresas.

Apesar do número de micro-empresas ultrapassar 88% do total de empresas do município, o facto de quase 12% das empresas serem PME's colocou-nos nesse ranking. Na generalidade dos concelhos o peso das micro-empresas é maior, em detrimento das PME's.

Já por aqui tenho enfatizado alguns fenómenos estranhos que ocorrem em Marco de Canaveses. Na política e não só. Também nos negócios-que-estão-ligados-à-política.

Alguns empresários que se fizeram à sombra da "longa mão de Avelino Ferreira Torres" ganharam redobrado entusiasmo com a aproximação das eleições e as ligações a Ferreira Torres e a outros candidatos. Se outrora um grito de Ferreira Torres era uma ordem para cumprir sem discussões, porque assim se ganharia alguma coisa também, hoje é de bom tom "falar de papo" para a Câmara e para o seu presidente. Como quem diz: veja lá, as eleições estão aí, nunca se sabe o que acontece e eu preciso de governar a minha vida e defender os meus negócios. Perante este quadro, Manuel Moreira não tem alternativa. Terá de vincar que a Câmara é uma pessoa de bem, que não pode ficar refém de quaisquer interesses, sob pena da autarquia passar a ser governada, não pelos eleitos, mas por quem gere interesses.

Mas também há empresários, mais modestos, que cresceram sob o domínio de Ferreira Torres e que agora procuram acolher-se debaixo da actual maioria PSD. Não sei se serão atitudes genuínas ou concertadas com alguma estratégia malévola. O que sei é que aquilo que parece é e seria péssimo para o PSD - e para o campo democrático - alimentar essas promiscuidades. Os marcoenses estarão atentos.

A última edição do "Repórter do Marão" dá-nos conta que, no final de 2008, Marco de Canaveses tinha 2.876 desempregados inscritos no Centro de Emprego de Amarante. Esse número representa o quarto valor mais alto entre os concelhos da região do Tâmega e Sousa, só suplantado pelas marcas de Amarante, Felgueiras e Paredes.

Se compararmos com o mês homólogo de 2007, o desemprego subiu 15,8% em Marco de Canaveses, de 2.491 para 2.876 pessoas. Só em Penafiel, Paredes e Lousada é que o crescimento foi maior. Em contrapartida, a taxa de desemprego diminuiu nos concelhos de Amarante e Felgueiras, talvez por partir aí de bases mais elevadas.

Esta realidade é muito preocupante, seja porque nos revela o estado da economia local, seja porque antecipa sérios constrangimentos de nível social. Nesta conjuntura particularmente difícil que atravessamos, a promoção do investimento e a captação de emprego devem estar entre as prioridades de todos os agentes políticos e empresariais.

É pena que a directora do Centro de Emprego de Amarante, ouvida pelo jornal, evidencie uma postura tão passiva e reactiva perante o quadro que se vive na região. Exigir-se-ia que estivesse muito empenhada em acompanhar os esforços do Governo, envolvendo-se com as autarquias locais, as empresas e as associações empresariais na busca de soluções de curto e médio prazo para fazer face à crise que se faz sentir.

José Carlos Pereira é um dos palestrantes de uma sessão que a Associação Empresarial de Portugal (AEP) realiza na próxima quinta-feira, dia 5, em Leça da Palmeira, dedicada à nova legislação do licenciamento industrial. Uma matéria que interessa a muitos empresários do nosso concelho (que se podem inscrever aqui).