O PS acompanhou a onda de vitória no distrito do Porto e no país e venceu as eleições legislativas em Marco de Canaveses.

O PS registou 11.970 votos (43,04%), o PSD teve 8.309 votos (29,88%), o CDS-PP alcançou 3.483 votos (12,52%), o BE teve 1.862 votos (6,69%) e a CDU contou com 983 votos (3,53%). Os votos nulos (309 votos; 1,11%) e brancos (257 votos; 0,92%) ocuparam as posições seguintes. Votaram 27.812 marcoenses, o que fixou a abstenção em 39,06% dos inscritos.

O resultado do PS esteve acima da média distrital, mas correspondeu a uma descida de 404 votos face a 2005. O PSD subiu 180 votos em relação a 2005. CDS-PP, BE e CDU também subiram face aos resultados de 2005.

O PSD apenas ganhou em 7 freguesias de Marco de Canaveses e num concelho do distrito do Porto.

Luís Vales acabou vítima do resultado do PSD e foi o primeiro não eleito da lista do círculo do Porto. Era o 13º da lista e o PSD apenas elegeu 12 deputados. Terá, assim, de esperar pela renúncia ou suspensão de mandato de algum deputado eleito para poder estrear-se na Assembleia da República.

Ontem à noite na SIC o debate opunha José Sócrates a Manuela Ferreira Leite. Do que vi do debate (e vi a maior parte) José Sócrates ganhou sem margem para dúvidas.

De um lado estava um Sócrates forte, incisivo, preparado (essencialmente com o programa e com as declarações proferidas por MFL).

Do outro Manuela Ferreira Leite a tentar apontar erros ao adversário, mas sem saber como se afastar dos anos em que esteve no governo em pastas importantes como a educação e as finanças.

Sócrates marcou mais pontos porque foi mais forte, demonstrou as contradições de Ferreira Leite, o que pensava e dizia quando estava no governo e quando estava na oposição. Trouxe as opiniões de MFL sobre o TGV, sobre a privatização da educação e da saúde, sobre os Pagamentos Especiais por Conta e Imposto Municipal sobre Imóveis.

Sócrates pareceu-me mais tranquilo ao contrário de Ferreira Leite que (tal como em debates anteriores) se irritava com facilidade.

A duas semanas das legislativas, convém relembrar que o que vamos escolher são os deputados à Assembleia da República e não um Governo.

Mesmo discordando largamente das políticas do Governo que Sócrates liderou durante estes 4 anos, admito que José Sócrates está melhor preparado para ser Primeiro-Ministro do que Ferreira Leite.

Numa óptica "do mal, o menos" diria que mais vale Sócrates, obviamente sem maioria absoluta, e com uma CDU reforçada, em votos e eleitos, para obrigar Sócrates a governar "à esquerda" ou assumir definitivamente que prefere (como até aqui) governar à/ com a direita.

O tira-teimas entre Sócrates e MFL (aqui a bipolarização já não preocupa tanta gente, pois não?) será dentro de duas semanas, e é cada vez mais certo que para derrotar as políticas do PS/ Sócrates não é votando PSD, mas sim numa alternativa de esquerda.

Como estamos em plena pré-campanha para as legislativas e o João Lima trouxe para o debate a performance de Manuela Ferreira Leite na sua recente visita à Madeira e a célebre questão da "asfixia democrática", remeto os leitores para o que escrevi sobre o assunto no Incursões.

Ontem à noite, Paulo Portas foi às Caldas da Rainha fazer o elogio da obra do Presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo, que foi novamente eleito nas listas do CDS/PP.

Campelo ficou conhecido como o deputado que viabilizou o Orçamento de Estado a Guterres e por causa deste feito se incompatibilizou com Portas.

Mas voltando à intervenção de Portas, ontem, nas Caldas. Portas falou da derrama 0 (zero) e do endividamento 0 (zero), no número de funcionários a mais desde a eleição de Daniel Campelo e que foi 0 (zero).  Falou da aposta na educação e nos milhões que Campelo deixará no banco para as gerações futuras. Disse que era um exemplo.

E nós que conhecemos outra Câmara que foi governada, até 2005, pelo CDS e que sabemos qual a derrama, qual o endividamento, a aposta na educação e nos milhões que deixou ... para ser pago pelas gerações futuras.

Só é pena que Paulo Portas não tenha falado da gestão do município do Marco de Canaveses na era CDS/ Ferreira Torres.

A campanha eleitoral está à porta e com ela os líderes partidários a desdobrarem-se em iniciativas de campanha, em debates na televisão.

Admito que tenho sido surpreendido negativamente pela líder do PSD, Manuela Ferreira Leite. Depois da ida à Madeira, da utilização do veículo do Governo Regional da Madeira, de estar ao lado de Jardim em iniciativas do Governo Regional (ao mesmo tempo que AJJ voltava a usar termos que tanto gosta), ontem MFL, no debate com Jerónimo de Sousa, na TVI, voltou a admitir que "não existe asfixia democrática" na Madeira e acentuou que AJJ está no poder há muitos anos porque é eleito.

Depois de Ferreira Leite dizer isto, mais nada haverá para dizer. Também Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Valentim Loureiro e Ferreira Torres sempre que estiveram (estão) no poder foi porque foram eleitos. Mas não é este facto que lhes dá mais democraticidade ou mais lisura ou transparência nos seus mandatos. "Atirar areia para os olhos dos portugueses" é querer desculpar com a eleição de um qualquer político os seus disparates, as suas tropelias, negociatas e/ ou condenações.

Depois de ouvir Ferreira Leite sobre a Madeira, imagino o que teria dito se tivesse visitado o Marco no tempo de Ferreira Torres. 

O  líder da concelhia de Marco de Canaveses, Paulo Santos, e o actual presidente da Junta de Freguesia de Santo Isidoro, Alcino Vieira, integram a lista de candidatos a deputados do CDS-PP pelo círculo do Porto, respectivamente em 14º e 30º lugar.

Embora sem quaisquer possibilidades de serem eleitos, Paulo Santos e Alcino Vieira assinalam a presença de representantes marcoenses nas listas do CDS-PP às legislativas, algo que já não acontecia há muitos anos, depois de anteriores candidaturas de Morgado Lima, Armindo Loureiro e Carlos Soares.

Recorde-se que Paulo Santos integra a lista à Assembleia Municipal do movimento Marco Confiante de Avelino Ferreira Torres, o que proporciona uma leitura curiosa sobre o posicionamento do CDS-PP perante as autárquicas em Marco de Canaveses. Para quem tivesse dúvidas...

Adenda: nos nomes mencionados faltou-me falar em Amadeu Marramaque, candidato a deputado pelo CDS em 1995, se não me engano no ano, depois de ter sido presidente da Câmara entre 1976 e 1982 e de ter sido recandidato pelo PSD em 1993. Depois, em 1997, foi o segundo candidato pelo CDS à Assembleia Municipal.

A pouco mais de um mês das eleições para a Assembleia da República, são já conhecidas as listas de candidatos pelo círculo eleitoral do Porto. Veja aqui as listas apresentadas por PS, PSD, CDU e BE (as listas do CDS-PP ainda não se encontram online).

Como o mundo é uma aldeia e todos procuramos a proximidade entre eleitos e eleitores, encontro nas listas um professor e amigo na lista do BE, um colega de curso nos primeiros lugares da CDU e um vizinho do condomínio na lista do PS. Em lugares elegíveis do PSD está Luís Vales, como já escrevemos aqui, e Amélia Oliveira, advogada de Amarante e presidente da Assembleia Intermunicipal do Tâmega e Sousa, que me deu a notícia...na praia.

Depois da confirmação do nome de Luís Vales como candidato a deputado nas listas do PSD pelo distrito do Porto, dentro dias será também conhecido mais um candidato a deputado nascido no Marco.

Este marcoense, natural de Soalhães, e que vai divindindo a sua vida entre a Cidade (onde reside e trabalha) e Santo Isidoro, é um grande Amigo, e que estando num quadrante político oposto ao meu merece que lhe reconheça a capacidade de representar o Marco no Parlamento.

Autarca há cerca de 8 anos, desde que ganhou a Junta de Santo Isidoro pelo CDS à CDU, Alcino Jorge Vieira (que é também um leitor deste espaço) é o político do CDS/ Marco com quem melhor me relaciono, fruto de uma amizade de alguns anos, em que apesar da natural divergência de opiniões em muitos assuntos, o facto de, sempre ter imperado o respeito mútuo, leva a que tenha sempre em consideração o que diz, mesmo que discorde do que por vezes defende.

Teria dado um bom candidato à Câmara Municipal mas ele não foi por aí, e quando se julgava que estava de saída da vida política activa, eis que surge a notícia da sua integração nas listas de candidatos a deputado pelo círculo do Porto. Sendo difícil a sua eleição dado que o seu partido apenas elegeu 2 deputados em 2005, a escolha de Alcino Vieira pelas estruturas distritais e nacionais do CDS vem provar que este marcoense é reconhecido e respeitado naquelas estruturas. Aguardemos então pela confirmação do lugar que ocupará nas listas.

(Serve este momento, para revelar uma situação vivida na Assembleia MunIcipal realizada em Junho em Toutosa, em que depois de uma troca de opiniões mais "acalorada" com o Alcino, um habitante de Santo Isidoro me perguntava como era possível eu ser amigo dele. A resposta foi que amizade é respeito, e que era aquele confronto de opiniões que fortalcecia a nossa amizade, até porque a amizade não tem côr política, pelo menos para nós. Alcino, felicidades para a nova "aventura").