Ao ler um escrito no blogue de Norberto Soares (candidato que situo no campo democárático) a admiração tomou conta de mim.
Embora ache que o texto não tenha sido escrito por NS, as responsabilidades do que foi escrito devem ser atribuídas ao agora candidato independente, dado ser o seu nome o que consta como sendo o autor (note-se que a determinada altura do texto é feita uma referência a NS na 3ª pessoa, sendo que se o autor fosse o próprio NS a referência seria feita na 1ª pessoa do singular).
No texto é dito que o Coutinho Ribeiro (também tratado por “personagem”) ao projectar uma bipolarização entre Manuel Moreira e Ferreira Torres, estaria a ter uma atitude antidemocrática.
Ora, numa sociedade democrática, há que aceitar as opiniões dos outros mesmo que diferentes das nossas e antidemocrático é a não-aceitação de opiniões contrárias.Diariamente ouvimos que as alternativas de governo do País não passam de uma alternância entre PS e PSD e dessas opiniões não ouvimos a menor crítica.
A opinião de CR é apenas isso, uma opinião, que poderá ser discutível, sendo que é das mais defendidas entre os marcoenses com quem falo diariamente. CR tem opiniões que diferem da minha, e não é isso que me faz desconsiderar nem a opinião nem a pessoa, muito pelo contrário.
Termos como “retrospectiva” e “anteriores experiências” levaram-me a tempos em que alguns candidatos (obviamente excluo António Varela e Artur Melo) estavam demasiado próximos do “poder”, outros eram “o poder” e detinham “grande capacidade económica”, tempos de promessas e obras sem sentido, de dinheiros esbanjados “a torto e a direito”, de milhões gastos num clube que caminhava para o abismo.
Recuei a 2001, quando juntamente com CR, Filipe Baldaia, Nuno Lameiras, Artur Melo e outros marcoenses nos batíamos pela democracia no Marco. Obviamente longe da mesa do Poder instalado.
Não éramos muitos no início, mas aos poucos fomos sendo cada vez mais os que estávamos contra o regime da altura, éramos apontados, muitos ofendidos e caluniados, outros ameaçados e agredidos, mas isso não nos demoveu de lutar para ter um Marco democrático.
E quem era pela democracia e quem aceitava opiniões contrárias, nessa altura?