Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
27
Mar 10
publicado por José Carlos Pereira, às 17:20link do post | comentar | ver comentários (2)

O PS/Marco está efervescente. No mesmo dia em que Rolando Pimenta apresentou a sua candidatura à Comissão Política Concelhia soube-se nessa ocasião que Artur Melo, actual presidente, decidiu recuar na sua intenção de não se recandidatar e terá decidido ir a votos no próximo mês. Nada que verdadeiramente me surpreenda, mas sobre isso escreverei nos próximos dias.

Quanto à apresentação de Rolando Pimenta, o leitor Filipe Babo, membro da actual Concelhia e apoiante de Pimenta, enviou-nos fotografias do evento de ontem, que contou com a presença de algumas dezenas de pessoas. Entre os presentes estavam antigos líderes concelhios como Babo Ribeiro, antigo presidente da Assembleia Municipal, José Neves e Luís Almeida, ex-vereadores. Marcaram também presença militantes como o presidente da Junta de Constance, Abílio Castro, o antigo vereador Manuel Ribeiro, o anterior líder do Grupo do PS na Assembleia Municipal, Virgílio Costa, e ex-deputados municipais como Moura Pinto, Augusto Gilvaia e António Brás.

De fora do concelho estiveram presentes o presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro, o presidente da Assembleia Municipal de Cinfães, Mário Correia da Silva, e o antigo deputado e candidato à presidência da Federação Distrital do Porto, Pedro Baptista.


13
Mar 09
publicado por José Carlos Pereira, às 08:45link do post | comentar | ver comentários (7)

Renato Sampaio, líder distrital do PS, tem conduzido de forma infeliz a preparação das próximas eleições autárquicas, como o demonstram o infeliz episódio do convite a Norberto Soares e o subsequente desinteresse pelos resultados que venham a ocorrer em Marco de Canaveses, bem como a incapacidade para travar candidaturas independentes na área socialista, em Matosinhos e Valongo, que podem lesar seriamente o PS. Sampaio é um cinzento deputado - o seu momento de glória chegou com o projecto de ilegalizar os piercings! - catapultado para líder da distrital do Porto por demissão dos dirigentes qualificados que o PS/Porto ainda tem.

Bom, mas que Sampaio não tem (algumas) qualidades essenciais já eu sabia há algum tempo. Em 13 de Setembro de 2007, dirigi-lhe um e-mail (para ler aqui), que nunca mereceu resposta, a propósito da retirada de confiança política ao vereador Luís Almeida. A partir desse momento nunca mais participei nas iniciativas realizadas pela distrital para as quais fui convidado. Quem não responde às interpelações que recebe, revelando falta de educação, quem não cumpre com as iniciativas que anuncia, como foi o seu caso quando se comprometeu a realizar uma reunião com os principais responsáveis locais do PS, quem não é consequente com as atitudes que toma, como quando disse publicamente que não reconhecia a retirada de confiança política a Luís Almeida, não é merecedor de grandes créditos.

O problema é que há quem só vislumbre as deficiências de carácter quando são eles as vítimas...


20
Fev 09
publicado por José Carlos Pereira, às 08:45link do post | comentar | ver comentários (5)

O deputado municipal João Lima interrogou-me neste comentário sobre qual era a justificação que eu encontrava para o facto de o PS ter obtido excelentes resultados em Marco de Canaveses nas europeias de 2004 e nas legislativas de 2005, na casa dos 49%, sob a liderança concelhia de Luís Almeida, e depois ter registado um resultado muito inferior nas eleições autárquicas de 2005 (17,8% para a Câmara e 19,9% para a Assembleia Municipal).

Pois bem, em primeiro lugar não há que escamotear que os principais culpados desse facto foram os candidatos que o PS apresentou, a começar por Luís Almeida e por mim próprio. Em política, por muitos condicionalismos externos que haja, e houve-os, as responsabilidades cabem sempre a quem se apresenta a votos.

Luís Almeida era um forte e natural candidato, experiente politicamente depois de se ter destacado na oposição às maiorias de Ferreira Torres durante muitos anos, com participação na vida associativa e um percurso profissional e empresarial bem sucedido. O PS apresentou uma excelente equipa para a vereação, com credenciais políticas e profissionais bem afirmadas, encetou uma renovação das suas listas, nomeadamente para a Assembleia, com muitos quadros superiores jovens, e investiu na campanha eleitoral como nunca o terá feito, graças à generosidade de Luís Almeida. Mas isso foi insuficiente para convencer os marcoenses.

É verdade que os militantes e as estruturas do partido não se mobilizaram como seria de esperar e, para além de dificultarem uma renovação ainda maior das listas nos lugares elegíveis, não contribuíram como seria necessário para alcançar um melhor resultado. Também aqui há que reconhecer que a responsabilidade maior terá de ser assacada a Luís Almeida, aos dirigentes do PS e aos candidatos porque era a eles que competia assegurar essa mobilização. Houve quadros do PS local que se furtaram a colaborar, outros que se limitaram a presenças “oportunas” na campanha. O partido não esteve unido e pagou esse preço nas urnas. Isto apesar da candidatura ter conseguido atrair eleitores habituais de outros partidos, como se viu na campanha.

Não posso, no entanto, deixar de dizer que também o PS nacional se alheou das eleições no nosso concelho. Para além de Francisco Assis e António José Seguro, e mesmo este só porque foi desviado por José Luís Carneiro a caminho de Baião, não houve mais figuras de primeiro plano disponíveis para vir a Marco de Canaveses. Assisti a algumas “figurinhas” lamentáveis de dirigentes comprometidos que, à última hora, arranjavam as convenientes desculpas. Recordei-me nesses tempos como os políticos de salão fogem quanto podem de enfrentar terrenos difíceis, como era para eles o Marco de Ferreira Torres e sucessores.

O PS teve o resultado que teve por debilidades internas, mas sobretudo pelo contexto externo que se viveu. Quando Luís Almeida lançou a sua candidatura, em Maio de 2005, teve a seu lado muitos militantes do PSD, porque na ocasião se perspectivava uma coligação PSD/CDS. Nesse quadro, haveria por certo muitas pessoas do PSD a apoiar o PS, tal como o inverso também ocorrera em 1997. Tenho para mim que uma eventual coligação PSD/CDS criaria uma bipolarização que favorecia o PS, beneficiando do voto útil e sincero de muitos eleitores de outros partidos que, entre Luís Almeida e Norberto Soares, votariam no primeiro. Quando Manuel Moreira surge na luta, com o estatuto de ex-governador civil e deputado que ainda é sobrevalorizado por muitas pessoas, este consegue juntar os cacos do PSD e arrastar consigo forças empresariais determinantes para uma campanha eleitoral fortíssima. Do outro lado, a máquina que Norberto Soares herdara de Ferreira Torres. Luís Almeida e o PS passaram a ser, em pouco tempo, o elo mais fraco e a vítima do voto útil. Apesar de todo o esforço em fazer passar a (nossa) mensagem, os marcoenses preferiram a mudança tranquila. Acredito que teríamos proporcionado a mudança certa. Mas isso ficará por demonstrar.


11
Fev 09
publicado por José Carlos Pereira, às 08:45link do post | comentar

Sensivelmente a meio do mandato anterior, causou enorme celeuma a decisão da Câmara Municipal, liderada por Avelino Ferreira Torres, de começar a registar em seu nome os bens imobiliários de clubes e associações do concelho. Tratava-se, bem vistas as coisas, de "municipalizar" o que era propriedade das mais diversas agremiações privadas.

Enormes discussões ocorreram na Câmara e na Assembleia Municipal. Os mais "bondosos" diziam que o objectivo era garantir que esses bens, que tinham recebido apoios públicos, nunca viriram a ficar ao abandono perante um eventual definhamento das associações. Os mais atentos viam nessa atitude uma estratégia de engordar o património municipal, à revelia dos incautos dirigentes associativos. Objectivo? Poderia ser para facilitar o recurso ao crédito perante o crescimentos enviesado dos activos, para manietar os dirigentes associativos, para promover transacções imobiliárias interessantes, para "estender a mão" sobre todo o concelho. Sabe-se lá. A Câmara apropriava-se de bens que não eram seus e deles passava a dispôr a seu bel prazer. As vozes indignadas que se levantaram terão feito travar o processo.

O  então líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, Luís Almeida, formalizou uma participação ao Ministério Público sobre o assunto e eu próprio fui inquirido em Janeiro de 2005 no Tribunal de Marco de Canaveses. Quatro anos depois, confesso que não sei o desfecho dessa investigação. A  justiça é de aplicação morosa e difícil.


03
Jan 09
publicado por José Carlos Pereira, às 12:25link do post | comentar

A notícia de que Norberto Soares seria o candidato à presidência da Câmara apoiado pelo PS caiu como uma autêntica bomba na sessão da Assembleia Municipal de 20 de Dezembro passado. Norberto tivera a deferência de me comunicar o sucedido ao final dessa manhã, pedindo segredo absoluto sobre o facto. Sei que fez o mesmo com Luís Almeida. Como é evidente, recebi a notícia com total surpresa e disse-lhe isso mesmo na curta conversa que mantivemos a caminho do almoço que reuniu todos os autarcas.

A meio da tarde, quando se percebeu que o suposto segredo tinha ganho pernas, o que também se tornou evidente para o próprio Norberto Soares, ali sentado perante uma Assembleia em burburinho, limitei-me a confirmar o facto a quem me interrogou sobre o mesmo. Em conjunto com Luís Almeida, fizemos saber a quem devíamos o que pensávamos sobre o assunto. Entre os eleitos pelo PS constatei um misto de incredulidade, indignação – António Machado comunicou de pronto à Assembleia que requeria o estatuto de deputado independente – mas também conformismo e até uma indisfarçada (e imprevisível) satisfação.

A política ensina-nos todos os dias sobre o carácter das pessoas. Mas compreenderão que, sobre o PS local e as suas opções, guarde ainda o devido silêncio. Até que tudo se torne definitivo. Porque muito há para dizer.


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