Na
edição de Sexta-feira do Jornal A Verdade está um texto da minha autoria sobre o desconforto dos marcoenses , a falta de obras por parte da Câmara enquanto que as decisões judiciais se sucedem. Transcrevo o texto:
Nos últimos tempos, vai-se sentindo um certo desconforto entre os marcoenses, em particular, nos que confiaram o seu voto à actual maioria. O desconforto prende-se com o facto de apenas se conhecerem as decisões dos tribunais sobre a modificação unilateral do contrato da água ou sobre o processo de um loteamento em Rio de Galinhas, enquanto que as obras prometidas não passam do papel.
A grave situação financeira herdada em 2005 pelo PSD, quando assumiu a Câmara, agrava-se a cada dia que passa. Primeiro apareceram os empreiteiros e as associações a reclamarem verbas que lhes foram prometidas em vésperas das eleições de 2005, depois e já fruto das opções (por acção ou inacção) do actual executivo surgiram as decisões dos tribunais.
Depois dos 17 Milhões de euros a pagar pela modificação unilateral do contrato da água, mais recentemente surgiram notícias que davam conta que a Câmara teria que indemnizar um empresário em cerca de 2 Milhões de euros e mesmo admitindo que estas decisões ainda poderão ser passíveis de recurso, as primeiras impressões dão entender que a Câmara terá que pagar caro as suas opções. Mas os processos pendentes de decisão judicial não se ficam por aqui, e em breve poderá surgir mais uma decisão que, não sendo favorável ao município, agravará ainda mais a já débil situação financeira da Câmara.
Ainda não conhecendo as opções do executivo para o próximo ano (aguarda-se que a maioria do PSD finalmente, no seu 6º Orçamento, resolva cumprir o disposto no Estatuto do Direito de Oposição, ouvindo a oposição antes de apresentar o Orçamento), é fácil perceber que a Câmara terá que “cortar” em algumas rubricas, não sendo de afastar a possibilidade de obras como a requalificação urbana da cidade serem “postas na gaveta”.
As opções da maioria para o próximo ano devem ser cabalmente explicadas a todos os marcoenses, pois estes não deixarão de questionar o porquê de cortar em obras importantes para os munícipes e se continue a desbaratar mensalmente milhares de euros em assessores, como recentemente aconteceu com a contratação de uma assessora de imprensa que auferirá cerca de 1700 euros mensais. Argumentar com facto de estar a cumprir a lei (que infelizmente permite que as Câmaras tenham tantos assessores e chefes de gabinetes) não é suficiente, pois, em tempos difíceis como os actuais, aos quais se junta a situação financeira do município, há que dar o exemplo cortando no que não é importante.
Espera-se que o executivo municipal dê (também) no Orçamento, um sinal claro que está atento aos problemas que vão aumentando diariamente na sociedade marcoense, como o que a última edição do Jornal A Verdade trouxe a público, a fome e o degradar das condições de vida de muitos marcoenses.
Estes problemas que afectam muitas famílias devem merecer uma atenção especial dos dirigentes políticos locais, que devem unir esforços na sua resolução.
Aguardemos para ver o que futuro reserva aos marcoenses.