Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
02
Out 09
publicado por José Carlos Pereira, às 08:45link do post | comentar | ver comentários (2)

O curioso "Tribuna Livre" publica o programa de Avelino Ferreira Torres, uma entrevista com o próprio candidato e uma carta que este dirige aos funcionários da autarquia. Discursos e propostas de uma pobreza confrangedora, mas que permitem revelar a sua posição em questões essenciais. Torres fará cumprir o contrato do cineteatro Alameda - "bora lá" dar mais um milhão à Efimóveis - e deixa claro que, por si, a concessão da água e saneamento pode seguir o rumo que o próprio contratou. Não está convencido de que seja um mau contrato!

Igualmente revelador é o facto do presidente da concelhia do CDS-PP, Paulo Santos, também ele funcionário da autarquia, declarar no jornal o apoio do partido a Avelino Ferreira Torres. Paulo Portas e a distrital do Porto conhecem isto? E ficam impávidos e serenos? O que eu gostava de ver Paulo Portas fazer o discurso dos valores e da honradez da direita em cima de um palco ao lado de Ferreira Torres... 


09
Fev 09
publicado por José Carlos Pereira, às 12:55link do post | comentar | ver comentários (12)

Gorete Babo, presidente da Junta de Freguesia de Sobretâmega (PSD) e assessora da Câmara Municipal, escreveu-nos para prestar os seus esclarecimentos, uma vez que se sentiu visada por um comentário do leitor Paulo Santos, quadro da mesma Câmara e presidente da concelhia do CDS:

 

"Confesso que, apesar de exercer cargos políticos, não ligo nada ao que se passa na blogosfera, prefiro o “cara a cara”. No entanto, quando sou informada de determinados comentários, vou espreitar! Qual não foi o meu espanto quando a Presidente da Junta de Freguesia de Sobretâmega foi visada com um comentário do Presidente da Concelhia do CDS PP, que, é funcionário da Câmara Municipal do Marco de Canaveses. Segundo reza a história, o Sr. Presidente da Concelhia do CDS PP entrou para a Câmara Municipal com determinada categoria e foi destacado para um dispendioso cargo político…

Quanto não terá custado ao município?

Confesso que, como sou da área de Humanidades, não tenho grande apetência para contas, como tal, não entendo as que foram feitas, mas… e desde miúda que ouço:

“Só fala quem tem que se lhe diga!” 

Informo que fui convidada para assessorar o Pelouro do Turismo porque tenho um curso superior de turismo e não porque sou a Presidente da Junta de Freguesia de Sobretâmega. Será que algumas pessoas podem dizer o mesmo?!

Gorete Babo, a Presidente da Junta de Freguesia de Sobretâmega, eleita por Sufrágio Universal Directo."


08
Fev 09
publicado por J.M. Coutinho Ribeiro, às 22:44link do post | comentar

Ainda a propósito da confusão entre o ser funcionário da autarquia e, simultaneamente, figura política, creio que o defeito está na lei que a permite. O ideal seria que assim não fosse. E, nesse caso, Almir Silva não teria sido tão interveniente na campanha que elegeu Manuel Moreira e, porventura, não teria havido os conflitos que agora existem entre o técnico e o executivo. E, nesse caso, também, Ricardo Araújo não teria passado de adjunto de Manuel Moreira para chefe de departamento e muito menos no mesmo mandato. Mas, como a situação não é essa, então o problema coloca-se na base dos princípios e dos valores.

E, de entre eles, destaco os da lealdade, da objectividade e da imparcialidade. Ainda que seja tarefa difícil, se o funcionário cumpre as suas funções lealmente e com sentido de imparcialidade, não haverá nada a apontar-lhe. Por outro lado, há também que levar em linha de conta com a capacidade de encaixe do poder político que domina a autarquia.

Ora, no caso concreto de Paulo Santos, não sei se, como funcionário, tem tido um comportamento profissional irrepreensível. Ele garante que sim. Não tenho informação em contrário, ainda que já tenha ouvido queixas da maioria em relação ao funcionamento do sector em que Paulo Santos se integra.

Aqui chegados, vejamos o que relata Paulo Santos:

 

«(...) A título de exemplo, na abertura de uma reunião de trabalho entre o Executivo e a Informática, o Presidente começou por salientar que iria falar pouco pois estava na mesma mesa de quem afirma que ele “fala muito e pouco faz”, numa alusão clara a uma crítica que lhe fiz numa entrevista ao JN sobre o PIDDAC 2009, acabando por misturar o Técnico de Informática com o Presidente da Concelhia (...)».

 

Sendo, legitimamente, líder local de um partido da oposição, Paulo Santos tem todo o direito de se pronunciar publicamente sobre o desempenho de uma maioria política à qual se opõe. Seria lamentável que, pensando o que pensa, não o dissesse.

Manuel Moreira não tem o direito de, numa reunião de trabalho em que está como presidente da Câmara e Paulo Santos como funcionário, trazer à liça as declarações que Paulo Santos prestou publicamente como líder local do CDS-PP. Manuel Moreira pode, certamente, falar assim com Paulo Santos quando ambos se encontrem numa reunião política. Mas não pode falar assim com Paulo Santos quando se trata de uma reunião entre "entidade patronal" e funcionário.

Se Manuel Moreira tem razões de queixa de Paulo Santos enquanto funcionário, a lei coloca-lhe ao dispor os mecanismos necessários para reagir à situação. Não pode é ser ele o primeiro a confundir os planos. Porque, assim, também não pode queixar-se das respostas e da crispação delas.


publicado por José Carlos Pereira, às 12:00link do post | comentar

Paulo Santos respondeu-nos para reafirmar as suas posições. De novo, há a destacar a acusação de que não foi ele, Paulo Santos, a abrir as hostilidades. Quanto ao mais, ficámos esclarecidos. Manuel Moreira tem que se cuidar.

 

"Caro José Carlos Pereira
Reitero mais uma vez que blogs como este são sempre vantajosos, pois numa amalgama de ideias surgem sempre avanços. Reitero também a minha lealdade e isenção perante a Autarquia, enquanto instituição que representa e gere a vida dos municípes marcoenses. Nas funções que lá exerço, uso sempre esses princípios, para além do empenho e vontade que, certamente, alguns dos meus colegas me reconhecerão. A minha consciência está tranquila. No entanto, a lealdade e isenção extingue-se quando passo a usar a figura de Presidente da Concelhia do CDS, pois, muito acima de mim, ou das minhas funções autárquicas, estão os interesses do Município e não posso nem devo ficar “quedo e mudo” quando vejo que as coisas não correm “tranquilamente”. O segredo em separar o funcionário autárquico do Presidente da Concelhia do CDS e cidadão do Marco de Canaveses, está em saber ser vertical, manter a mesma posição, independentemente das pressões que possam surgir, não misturando nunca os conhecimentos que tenho do funcionamento interno da Autarquia enquanto funcionário, com as críticas que posso fazer ao Presidente da Câmara enquanto Presidente da Concelhia do CDS. O contrário, por parte do Presidente da Câmara, é que já não poderei garantir. A título de exemplo, na abertura de uma reunião de trabalho entre o Executivo e a Informática, o Presidente começou por salientar que iria falar pouco pois estava na mesma mesa de quem afirma que ele “fala muito e pouco faz”, numa alusão clara a uma crítica que lhe fiz numa entrevista ao JN sobre o PIDDAC 2009, acabando por misturar o Técnico de Informática com o Presidente da Concelhia. Não fui eu quem abriu as hostilidades… Aliás, nem considero as críticas que faço como hostis ou “violentas” como adjectivou na sua resposta. Manuel Moreira afirmou-se arauto da Democracia no Marco. A Democracia exige saber ouvir as críticas, aceitá-las e respeitar as diferentes opiniões.
Pareceu-me também que quando afirma que estiquei a corda e “fica por saber como é que a maioria PSD reagirá”, está a tentar, como o povo diz, “meter lenha na fogueira”. Mas como diz Rui Veloso, numa das suas músicas, esta não tem mais lenha por onde arder! A minha oposição às políticas governativas do Presidente da Câmara antecedem a minha eleição como Presidente da Concelhia do CDS e são conhecidas desde que, ao fim de seis meses de governação, o Executivo perdeu o “estado do graça” com que começou o mandato. Reconheço que é delicado exercer actividade política quando se é funcionário de uma autarquia. Estou certo que seria mais fácil se fosse da mesma cor política que o Executivo. Mas até nem se trata de cores políticas, mas de maneiras de ver as coisas, de priorizar assuntos e de métodos governativos.
Certamente que partilhará da minha opinião, quando digo que todos os cidadãos devem participar activamente na vida da sua comunidade, defendendo os seus ideais e os interesses dos concidadãos. Creio que será “quase inconstitucional” que, um funcionário duma autarquia, que não exerça cargos directivos, fique restringido dos seus direitos como cidadão. Aliás, a maior demonstração que o Presidente da Câmara poderá dar da Democracia, é aceitar as críticas, venham elas de onde vierem, desde que educadamente formuladas! Se assim não for… cá estaremos! Verticais!
Com os meus cumprimentos,
Paulo Santos
Presidente da Concelhia do CDS-PP do Marco de Canaveses
"


publicado por José Carlos Pereira, às 01:30link do post | comentar | ver comentários (2)

Mais logo, poderá ler aqui a reacção de Paulo Santos, quadro da autarquia e presidente da concelhia do CDS/Marco, às observações que adiantei na sequência da sua primeira resposta.


07
Fev 09
publicado por José Carlos Pereira, às 02:00link do post | comentar | ver comentários (1)

O presidente do CDS/Marco, Paulo Santos, que não conheço pessoalmente, teve palavras simpáticas sobre o Marco 2009, muito embora se afirme desiludido com o que escrevi e não compreenda o alcance das minhas interrogações.

Não escondo que, quando referi o exemplo singular de sectores estratégicos como a informática e a gestão de informação estarem nas mãos de responsáveis da oposição, estava a pensar em Paulo Santos e num ex-deputado municipal do CDS. Mas confesso que nunca pensei que as divergências fossem assumidas de forma tão clara e assertiva.

Paulo Santos diz-se isento e leal face à autarquia, mas não se inibe de criticar com violência a acção do presidente da Câmara. Refere mesmo que já manifestou directamente aos seus colegas e a Manuel Moreira as suas divergências com a gestão do executivo. Acusa Moreira de "dividir" os funcionários para "reinar", de catalogar alguns como "funcionários do Avelino" e de "cativar" funcionários com promoções e reclassificações. Critica abertamente assessorias contratadas pelo executivo e admite que futuros candidatos às Juntas serão aliciados com contrapartidas. Não me parece que isto seja um exemplo de isenção e lealdade com a entidade patronal, no caso o poder políitico que gere a autarquia. E já não falo na sua avaliação de que Moreira não está "talhado" para a presidência ou que, por ser tão mau, Moreira acaba por trabalhar para a oposição que está dentro da Câmara!

É muito delicado exercer actividade política quando se é funcionário de uma autarquia. De facto, não basta proclamar a isenção e a lealdade. É preciso evidenciá-la no exercício das funções e na prática diária. Formular opinião sobre a gestão do executivo junto do Presidente e dos colegas excede os deveres que se exigem a um funcionário, por mais qualificado que ele seja. Paulo Santos esticou a corda e fica por saber como é que a maioria PSD reagirá.

Uma coisa é certa: uma reacção destas seria impossível durante a governação de Ferreira Torres. E também não será provável em qualquer autarquia do país. Donde se conclui que Manuel Moreira, com a sua mudança tranquila, não agradou nem a gregos nem a troianos, a começar dentro do edifício da Câmara Municipal.


publicado por J.M. Coutinho Ribeiro, às 01:26link do post | comentar | ver comentários (2)

Quando leio o texto abaixo, de Paulo Santos, que, além de ser funcionário do município, é o líder do CDS-PP do Marco, fico indeciso entre aplaudir o político corajoso, ou fustigar o funcionário que se excede. Ou entre aplaudir o funcionário corajoso, ou fustigar o político que se excede. Enquanto penso numa e noutra coisa, há um dado que, desde já, me parece claro: a «mudança tranquila», essa "ideologia tó-tó" inventada por Manuel Moreira para ficar de bem com Deus e com o diabo e, assim, assegurar a vidinha, não podia dar bom resultado.

 


06
Fev 09
publicado por José Carlos Pereira, às 23:55link do post | comentar

Paulo Santos, quadro da Câmara e presidente da concelhia do CDS/Marco, comentou o post anterior. Sem meias palavras.

 

"Antes de mais, queria felicitá-lo pelo seu Blog, o qual sigo sempre que posso, pois , acima de tudo, é mais um a contribuir para o desenvolvimento da Sociedade, porque da discussão, nascem ideias e são estas que fazem avançar a Humanidade.
Mas, hoje fiquei desiludido com a pergunta com que termina a sua intervenção. Quando refere “sectores estratégicos como a informática e a gestão de informação estão nas mãos de responsáveis de partidos da oposição”, refere-se, claramente, à minha pessoa. De facto, sou Técnico de Informática na Autarquia e Presidente da Concelhia do CDS-PP do Marco de Canaveses. Não sou responsável do Sector. No entanto, nunca, em tempo algum da minha, para já, curta aventura política, misturei a profissão que desempenho com lealdade à Autarquia, com as críticas que faço, regularmente, à actuação do actual Executivo Municipal. Aliás, infelizmente, nem era preciso estar no Sector da Informática, ou até ser funcionário da Câmara, para perceber que Manuel Moreira não foi talhado para Presidente da Câmara do Marco de Canaveses. Antes de ser funcionário da Câmara, sou, como o Sr. Presidente costuma dizer "Cidadão do Marco de Canaveses" e, nessa qualidade, mas também como militante do CDS, assiste-me o direito de discordar aberta e frontalmente, como faço, da gestão do Executivo. Já o fiz directamente com o Presidente da Câmara, faço-o quando entendo com os meus colegas, amigos ou em conversa de ocasião, se tal tema é abordado. Não percebo porque está curioso com “o preço que Moreira e o PSD vão pagar”. Aliás, se o Presidente não usasse da velha táctica “dividir para reinar”, e não entendesse os funcionários como “funcionários do Avelino”, certamente que teria destes muito mais apoio. Tem, no entanto, a isenção e a lealdade (em assuntos de trabalho) que o nosso vínculo à Autarquia nos impõe. Exemplo claro da relação entre funcionários e Presidente, foi a promoção de alguns e reclassificação de outros ao fim de 3 anos de mandato, numa clara tentativa de “cativar”. Mas, depois, em reunião geral, acenou com um cheque de 15 mil euros (que é quanto custam mensalmente à Autarquia estas promoções)! Esquece no entanto que a assessoria “oferecida” à actual Presidente da Junta de Freguesia de Sobre Tâmega custará aos cofres da Câmara mais de 100 mil euros… Vamos lá saber quanto custarão outros candidatos às Juntas de Freguesia nas próximas eleições? Por estas e por outras não será de nos preocuparmos com as posições de responsabilidade ocupadas pela oposição dentro da Câmara. Nem precisamos fazer muito. Basta estarmos quietos que o Sr. Presidente Manuel Moreira faz o trabalho por nós!
Com os meus cumprimentos,
Paulo Santos

Presidente da Concelhia do CDS-PP do Marco de Canaveses"
 


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