O ex-presidente da Junta de Freguesia de Rio de Galinhas, Hernâni Pinto, assina um artigo de opinião na última edição do jornal “A Verdade” sobre o cancelamento das obras de electrificação da Linha do Douro.
Este é um assunto caro a Hernâni Pinto e o antigo autarca dispara sobre vários protagonistas socialistas, desde o primeiro-ministro, José Sócrates, ao vereador Artur Melo e a outros deputados e dirigentes distritais. O PS, dos “políticos santeiros”, é o alvo de todas as críticas.
Hernâni Pinto vê ser adiado um investimento que permitiria criar uma nova centralidade em torno da estação de Rio de Galinhas e isso magoa-o, o que se percebe. Contudo, Hernâni Pinto, que foi autarca pelo PS durante largos anos, sabe que muitas vezes há circunstâncias exógenas que levam os políticos a ter de mudar de opções e prioridades, criando a ideia de que faltam à palavra dada.
Creio que nenhum agente político tem prazer em entrar em contradição com as promessas e com os objectivos anunciados publicamente. A realidade é que muitas vezes condiciona a acção dos políticos. Ainda há dias o “Público” referia que a REFER teve de reduzir o seu plano de investimentos de 800 milhões de euros para 200 milhões de euros. Foi neste quadro que foi adiada a maior parte dos investimentos na rede ferroviária, incluindo os previstos para as Linhas do Douro e do Tâmega.
Poderia haver outras opções? Poderia escapar a esses cortes a electrificação da Linha do Douro até Marco de Canaveses? Talvez, mas também aqui há que privilegiar a rentabilização dos investimentos e não conheço em pormenor os números para fazer comparações desse tipo.
Acreditemos que este cancelamento das obras não vai prolongar-se por muitos anos e que, à primeira oportunidade, a REFER voltará a colocar a requalificação da Linha do Douro no topo das prioridades. Seja qual for o Governo em exercício de funções.