Olhares descomprometidos, mas interessados, sobre o Marco de Canaveses. Pontos de vista muitas vezes discordantes, excepto no que é essencial. E quando o essencial está em causa, é difícil assobiar para o lado.
02
Jul 10
publicado por José Carlos Pereira, às 00:15link do post | comentar | ver comentários (2)

Os avanços e recuos no processo de cobrança das SCUT (auto-estradas sem custo para o utilizador) tem deixado à vista várias incongruências. As medidas destinadas a remediar a factura demasiado pesada com aquelas estradas levantam novos problemas a cada solução avançada. 

Não são apenas o perfil e a qualidade das vias ou o número de nós de entrada e saída que impedem a adopção de um tratamento igual em situações claramente desiguais. As soluções propostas dirigem-se apenas àquelas concessões que foram negociadas no modelo SCUT, o que marca injustiças tremendas face a outras auto-estradas que, negociadas de forma diferente, não têm as mesmas compensações e cria mesmo situações bizarras.

Tinha reflectido nisto quando vi o Governo sugerir isenções a um conjunto de municípios atravessados pelas SCUT, por terem um índice de poder de compra inferior à média nacional (100), e concluí que Marco de Canaveses e outros concelhos em situação igual têm um índice de poder de compra mais baixo que muitos daqueles municípios, mas continuarão a pagar as suas portagens...e sem bufar!

Finalmente, Armindo Abreu e Alberto Santos, presidentes das Câmaras de Amarante e Penafiel, vieram a terreiro verbalizar esta queixa fundamentada. O Governo socorre-se daquilo que tem à mão para colher receitas imprescindíveis e travar o endividamento, mas esta matéria vai queimar as mãos dos governantes.

Como as questões jurídicas e de concessão de auto-estradas são alheias às populações, marcoenses, penafidelenses e amarantinos nunca compreenderão por que razão têm de pagar portagens e outros vizinhos próximos, de Paredes, de Lousada ou de Paços de Ferreira, por exemplo, gozam de um estatuto diferente.


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